sexta-feira, 31 de maio de 2013

Acto de Primavera

(Margareth Madè)

MENSAGEM ENVIADA AO ENCONTRO DA AULA MAGNA
por José Pacheco Pereira


"Caro Presidente Mário Soares,

Não podendo estar presente nesta iniciativa, apoio o seu objectivo de contribuir para combater a “inevitabilidade” do empobrecimento em que nos querem colocar, matando a política e as suas escolhas, sem as quais não há democracia. Gostaria no entanto de, por seu intermédio, expressar com mais detalhe a minha posição.
A ideia de que para alguém do PSD, para um social-democrata, lhe caem os parentes na lama por estar aqui, só tem sentido para quem esqueceu, contrariando o que sempre explicitamente, insisto, explicitamente, Sá Carneiro disse: que os sociais democratas em Portugal não são a “direita”. E esqueceu também o que ele sempre repetiu: de que acima do partido e das suas circunstancias, está Portugal.
Não. Os parentes caem na lama é por outras coisas, é por outras companhias, é por outras cumplicidades, é por se renegar o sentido programático, constitutivo de um partido que tem a dignidade humana, o valor do trabalho e a justiça social inscritos na sua génese, a partir de fontes como a doutrina social da Igreja, a tradição reformista da social-democracia europeia e o liberalismo político de homens como Herculano e Garrett. Os que o esquecem, esses é que são as más companhias que arrastam os parentes para a lama da vergonha e da injustiça.
Não me preocupam muito as classificações de direita ou de esquerda, nem sequer os problemas internos de “unidade” que a esquerda possa ter. Não é por isso que apoio esta iniciativa. O acantonamento de grupos, facções ou partidos, debaixo desta ou daquela velha bandeira, não contribui por si só para nos ajudar a sair desta situação. Há gente num e noutro espectro político, preocupada com as mesmas coisas, indignada pelas mesmas injustiças, incomodada pelas desigualdades de sacrifícios, com a mesma cidadania activa e o mesmo sentido de decência que é o que mais falta nos dias de hoje.
A política, a política em nome da cidadania, do bom governo, e da melhoria social, é que é decisiva. O que está a acontecer em Portugal é a conjugação da herança de uma governação desleixada e aventureira, arrogante e despesista, que nos conduziu às portas da bancarrota, com a exploração dos efeitos dessa política para implementar um programa de engenharia cultural, social e política, que faz dos portugueses ratos de laboratório de meia dúzia de ideias feitas que passam por ser ideologia. Tudo isto associado a um desprezo por Portugal e pelos portugueses de carne e osso, que existem e que não encaixam nos paradigmas de “modernidade” lampeira, feita de muita ignorância e incompetência a que acresce um sentimento de impunidade feito de carreiras políticas intra-partidárias, conhecendo todos os favores, trocas, submissões, conspirações e intrigas de que se faz uma carreira profissionalizada num partido político em que tudo se combina e em que tudo assenta no poder interno e no controlo do aparelho partidário.
Durante dois anos, o actual governo usou a oportunidade do memorando para ajustar contas com o passado, como se, desde que acabou o ouro do Brasil, a pátria estivesse à espera dos seus novos salvadores que, em nome do "ajustamento" do défice e da dívida, iriam punir os portugueses pelos seus maus hábitos de terem direitos, salários, empregos, pensões e, acima de tudo, de terem melhorado a sua condição de vida nos últimos anos, à custa do seu trabalho e do seu esforço. O "ajustamento" é apenas o empobrecimento, feito na desigualdade, atingindo somente "os de baixo", poupando a elite político-financeira, atirando milhares para o desemprego entendido como um dano colateral não só inevitável como bem vindo para corrigir o mercado de trabalho, "flexibilizar” a mão de obra, baixar os salários. Para um social-democrata poucas coisas mais ofensivas existem do que esta desvalorização da dignidade do trabalho, tratado como uma culpa e um custo não como uma condição, um direito e um valor.
Vieram para punir os portugueses por aquilo que consideram ser o mau hábito de viver "acima das suas posses", numa arrogância política que agravou consideravelmente a crise que tinham herdado e que deu cabo da vida de centenas de milhares de pessoas, que estão, em 2013, muitas a meio da sua vida, outras no fim, outras no princípio, sem presente e sem futuro.
Para o conseguir desenvolveram um discurso de divisão dos portugueses que é um verdadeiro discurso de guerra civil, inaceitável em democracia, cujos efeitos de envenenamento das relações entre os portugueses permanecerão muito para além desta fátua experiência governativa. Numa altura em que o empobrecimento favorece a inveja e o isolamento social, em que muitos portugueses tem vergonha da vida que estão a ter, em que a perda de sentido colectivo e patriótico leva ao salve-se quem puder, em que se colocam novos contra velhos, empregados contra desempregados, trabalhadores do sector privado contra os funcionários públicos, contribuintes da segurança social contra os reformados e pensionistas, pobres contra remediados, .permitir esta divisão é um crime contra Portugal como comunidade, para a nossa Pátria. Este discurso deixará marcas profundas e estragos que demorarão muito tempo a recompor.
O sentido que dou à minha participação neste encontro é o de apelar à recusa completa de qualquer complacência com este discurso de guerra civil, agindo sem sectarismos, sem tibiezas e sem meias tintas, para que não se rompa a solidariedade com os portugueses que sofrem, que estão a perder quase tudo, para que a democracia, tão fragilizada pela nossa perda de soberania e pela ruptura entre governantes e governados, não corra riscos maiores.
Precisamos de ajudar a restaurar na vida pública, um sentido de decência que nos una e mobilize. Na verdade, não é preciso ir muito longe na escolha de termos, nem complicar os programas, nem intenções. Os portugueses sabem muito bem o que isso significa. A decência basta."

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Um Planeta Solitário


"Acho que nunca nos conhecemos completamente, nem a nós próprios nem aos outros, mas também não acredito que alguém possa revelar o seu verdadeiro eu de um momento para o outro. Acho que o nosso verdadeiro eu é muito contraditório, tem bom e mau e está sempre a ser redefinido pelas nossas acções."

Julia Loktev, no ípsilon, 24.05.13

"A cena de ódio a Mourinho", por Clara Ferreira Alves



«Não sei o que fez Mourinho ao Real Madrid. Nada justifica o ácido que os jornalistas espanhóis lançaram sobre a pessoa do treinador. Envelhecido, gasto, fracassado, banido, detestável, arruinado, arrumado, odioso, etc. Tanto rancor justificou uma peça na BBC, e o correspondente da estação confessava a surpresa da violência. Este género de ataque ad hominem tornou-se habitual não apenas no futebol, um terreno favorável aos humanos rancores. Também na política. É um ataque que se distancia do comportamento, decisão ou processo a noticiar, para analisar, para cair com força e apenas sobre a pessoa que vemos, os atributos físicos. O olhar, o jeito, o rosto, o penteado, o traje, a voz, a idade, tudo é motivo de ódio. Em Portugal, aconteceu no caso de José Sócrates, cujas decisões políticas eram logo transformadas em pecados dilatados por questões de "carácter" ou de física aparência. E aí, cresce a pilha de adjetivos. E acontece muito com mulheres em posições de poder, de que foi exemplo o ódio a Mrs. Thatcher na morte, um ódio altamente personalizado e maldoso. A bruxa, claro, foi um dos insultos mais usados, como no tempo de Salem. O antissemitismo e a caça às bruxas nunca desfalecem. Na era da internet, o solo primordial de ressentimentos e vinganças por justiceiros e psicólogos de trazer por casa, que visam repor a "verdadeira cara" de personagens que desconhecem através do exercício do comentário sulfúrico, a linguagem do ódio tornou-se moeda corrente. Ao contrário da ironia, que solicita a inteligência e o humor, o ódio é fácil de digerir, repetir, e apela ao baixo denominador comum, que satisfaz o ressentimento no anonimato. Satisfaz o racista incipiente, o ditador inconsequente, o burocrata infeliz, o cabotino invisível. O inferno são sempre os outros.

Enquanto estamos consumidos pelo ódio simplificado a pessoas, as corporações vão destruindo vidas, vão perpetrando crimes e fugas, vão passando ilesas no crivo da censura social. Odiar Mourinho é fácil, odiar a Apple é impossível. A Apple trata-nos como clientes, consumidores, amigos. A Apple acaba de ser apanhada em fuga aos impostos. E não é um pequeno delito. Através de um esquema complexo mas legal de empresas que vão desaguar noutras empresas, de sociedades que vão desaguar noutras sociedades, de labirintos de subsidiárias virtuais com sedes fiscais espalhadas pelo mundo, a Apple vai responder ao Congresso e à lei americana por quase 80 mil milhões de dólares de impostos em falta. Quase o montante do resgate de Portugal. A Apple vale mais, economicamente, do que um país. A Apple tinha um sistema tão inteligentemente concebido que até o fisco americano, o mais bem oleado do mundo, o mais difícil de iludir, foi iludido. A Apple não tem de ter, ao contrário de Mark Zuckerberg e de Bill Gates, consciência social. E Steve Jobs nunca deu um tostão ao próximo, nem praticou a filantropia. Deixou no porto de Amesterdão um superiate, desenhado por Philippe Starck, que foi apreendido no processo de herança por causa de uma dívida ao designer de vários milhões de dólares. O barco, começado a construir quando Jobs já estava muito doente, foi o derradeiro egoísmo. Na morte, Jobs foi celebrado como um deus, construindo-se uma nova teologia. E um culto da personalidade como não se via desde o falecido Mao. Como clientes desta corporação, nem sequer como acionistas visto as ações da Apple estarem tão valorizadas que só os ricos as podem comprar, comportamo-nos sem pensamento crítico. Em Portugal, um país empobrecido, a venda de smartphones aumentou 46%. Muitos serão da Apple.

A Apple, como a Starbucks, como a Amazon, praticam esquemas internacionais de fuga fiscal que faz com que escapem a todas as leis de todos os países e celebrem com as autoridades políticas e fiscais pactos específicos que os impedem de ser devidamente taxados. Na Europa, a Irlanda é o paraíso fiscal da Apple. A Irlanda, perpetuamente apontada como um exemplo da eficaz austeridade, autoriza acordos fiscais com multinacionais que transformam o país num verdadeiro offshore dentro da União Europeia. Estes pactos fiscais não produzem riqueza nem criam muito emprego, servem de quadro referencial de sucesso do investimento estrangeiro. Bruxelas poderia e deveria acabar com este estado de coisas, legislando e aplicando regras unitárias. Preferiu dedicar-se ao tamanho dos pepinos, à fermentação de queijos não pasteurizados e às garrafas de azeite das mesas dos restaurantes. Os regulamentos europeus são isto. E nós, legiões de consumidores, legiões de cidadãos informados e informatizados, preferimos dedicar-nos aos Mourinhos como atentados à nossa consciência, deixando escapar os feitores e malfeitores do capitalismo transnacional. O ódio é a felicidade dos brutos.

'Expresso', 25 de Maio de 2013

terça-feira, 21 de maio de 2013

sexta-feira, 17 de maio de 2013

que orgulho ENORME em ser do Benfica ! - III



Às 3h46m da madrugada recebo uma mensagem no telemóvel que me interrompe o sono que teimava em não acontecer. Completamente estremunhado, leio: "A CAMINHO DA GLÓRIA! CARREGA!"
Era o Renato. Já vai para o aeroporto.
Verifico se os dois despertadores que marquei para as seis da manhã estão Ok. Estão. 
Viro-me para o lado, mas às cinco não dá mais. É como quando nasce um filho. É impossível dormir quando sabemos que dentro de poucas horas há história para fazer. Estamos quase a embarcar para acompanhar o Benfica na final. Esperámos 23 anos por isto, caralho !
Às 6 e meia, tenho o João Tiago, compadre velho, parceiro querido e irmão de sangue, a telefonar-me. "Era só para ver se não adormeceste." Digo que lhe ia fazer o mesmo e que já vou dentro do táxi.
Com a camisola do Glorioso (anos 60, também final Amesterdão) vestida, aviso logo o chefe do táxi que obviamente não lhe vou dizer para onde vou. Ele ri-se. 
No aeroporto começamos a encontrar a Família. Primeiro as glórias: Simões, Toni, Veloso, Abel Xavier, Schwarz, o RAP e os amigos fedorentos... Encontramos o Pedro Rodrigues da faculdade, que já não víamos há uns bons 15 anos. Vem no nosso avião. O Benfica é assim. Reúne. Reencontra.
O voo é feito com uma ansiedade que não conheço. Detesto cada vez mais andar de avião, mas ir ver o Benfica no estrangeiro (experiência virgem, guardada religiosamente para a altura certa) pelos vistos ainda me põe mais nervoso. Tranquilizo-me quando reparo que o Valdo, o nosso antigo camisola 10, vem connosco. Está mesmo na fila da frente. Um amigo pede-lhe um autógrafo e eu também, que é para o puto. Vou falar com ele e pergunto-lhe como é que vamos jogar. "Com calma.", responde o sacana com o sorriso apaziguador que têm os negros.
Quando aterramos, oiço o Rafael: "André, dá lá o tom." E começa o Piçarra que tenho no telemóvel, «Sou do Benficaaa, e isso me envaidece...» . O avião põe-se num coro que me comove. O Rafael trouxe a Margarida. É a mulher e faz anos. É preciso que isto se diga.
Chegamos a Amesterdão. Que puta de cidade para ver o Benfica jogar !
Vamos logo para a Praça Damm. Já está cheia. Metade, metade. Anoto um pormenor delicioso: no lado da sombra estão os adeptos do Chelsea; ao Sol, a cantar como nunca, estão os nossos !

Hoje é dia de reunião magna da Luz: o Benfica vai jogar uma final europeia e, por isso, começamos a encontrar a nossa malta. Sem ter combinado, aparece-nos o Rojão, o Bairrada, o "Benfica", o Vasco e os amigos do escritório do gajo, o Pedro Mendes. Falamos com todos, damos um abraço e gritamos Viva o Benfica !. Esta merda é linda !
Depois, enfiamo-nos numa rua que sai da Damm em direcção ao "Red Light Dtct." para ir comer um bife e engolir umas canecas que a fome é muita e a sede é mais. 
O Renato ainda não tem bilhete para o jogo, mas está sentado com uma calma impressionante à mesa de um argentino, com o "Bebes" (da Católica), o João Leite e outros tipos com as camisolas mais bonitas que há no mundo. O "Bebes" tropeça numa cadeira, cai desamparado de costas, mas não entorna a cerveja que segura como se fosse a Taça.
Regressamos à rua onde a malta continua a pagar bejecas. Escutam-se os hinos. Cantamos. O Barbas e o Máximo fazem o seu número, mas falta cá o Torgal, amigo de sempre.
Malta, está na hora de ir para o Estádio. Agarramos os cachecóis, e há bandeiras que nos abraçam. Brindamos para dar força. Fazemos juras de amor eterno, que é disso que afinal se trata, e é aí que eu arranco: «Sou do Benficaaa...» Na rua, todos param e juntam-se a nós. Família !
Elegemos a frase do dia. Do João Leite: "Vamos resgatar a puta da taça que nos roubaram há 30 anos !" É isto mesmo.
Já em frente ao Arena, continua a reunião magna. Metemo-nos com todos, que a alma é enorme. Com o grande Pedro Ribeiro da 'Comercial', e a vez que jogou na Luz com o Aimar, com o Pedro Pinto da TVi (a quem falamos do Luisinho), com o Martim Avillez. Falamos com holandeses, com ingleses, e toca p'rá fila que 'tá na hora.
Ao meu lado, de repente, dizem-me que está o pai do "Bebes". Tem 70 e poucos anos e está ali no meio dos empurrões. Desejamo-nos sorte.
O Estádio está maravilhoso. Os ingleses são mais, mas ouvem-se menos. Começo a receber mensagens de Portugal: "André, tu és o ponta de lança !", escreve o Miguel; a Cristina manda-me fotos dos miúdos. Peço-lhe mais uma. Digo que preciso de várias.

O jogo começa. Jogamos bem. Anularam um golo ao Tacuara. Parece que o ombro estava fora de jogo.
Ao intervalo 0-0. Damos de caras com o Pacheco, que foi extremo no Benfica. O que é que fazemos, Pacheco ?: "Fica tudo igual para ver a reacção deles. Estou nervosíssimo.", comenta connosco.
Recomeça a partida. Eles marcam. Sempre o filho da puta do Torres. Como odeio, o cabrão ! Mas há penalty. O nosso 7 empata. O sonho renasce. A seguir estoira para a baliza, mas o redes deles é bom, está atento e desvia. Lampard devolve a graça e abana o poste do Artur. 
Já não aguento mais. O relógio marca 90+3. É canto. Cabeçada, e bola nas redes. Gelo. Silêncio monumental. Tenho o cachecol na cabeça.
Acaba. Jogadores caídos. Uns choram. Ao meu lado, também vejo lágrimas e pessoas incrédulas. É um resultado que dói de cruel. A vida não é tão trágica assim. Engulo em seco.... mas estou em paz. Somos uma raça do camandro ! 
A saída do Estádio pesa. Quero vir rapidamente para casa, meter-me na cama. No autocarro, o João Tiago ouve o Seara, o de Sintra, com histórias intermináveis, e pergunta e ouve, e pergunta e ouve, "Não percebe ?", "O Senhor Professor é que sabe.", enquanto eu já durmo de boca aberta. É irreal ! 
Apanhamos o avião num silêncio que diz tudo. Portela: 3 da manhã.


domingo, 12 de maio de 2013

Waging Heavy Peace - 2

«Cros had also taken me to the Airplane House, where Jefferson Airplane lived. There I met Grace Slick, who was beatiful, sang great, was topless, and blew my mind. That was the first time I met her. The whole San Francisco scene was something I had never seen. It was overwhelming. (...)
So anyway, we're in Butano Canyon at Steve and Leo's place, and the tragedy at Kent State had just happened. Time magazine had a picture of the girl, Allison Krause, after the National Guard had killed her and three other victims. We were looking at it together. She was lying there on some pavement with another student kneeling down looking at her, as I remember.


(foto: John Filo)

These people were our audience. That's exactly who we were playing for. It was our movement, our culture, our Woodstock generation. We were all one. It was a personal thing, the bond we held between the musicians and the people of the culture: hippies, students, flower children, call them what you will. We were all together.
The weight of that picture cut us to the quick. We had heard and seen the news on TV, but this picture was the first time we had to stop and reflect. It was different before the Internet, before social networking to say the least. So full of this feelings of disbelief and sadness. I picked up my guitar and started to play some chords and immediately wrote "Ohio"; four dead in Ohio. The next day, we went into the studio in LA and cut the song. Before a week had passed it was all over the radio. It was really fast for those times; really fast. All the stations played "Ohio." There was no censoring by programmers. Programing services were not even around; DJs played whatever they wanted on the FM stations. We were underground on FM. There was no push-back for criticizing the government. This was America. Freedom of speech was taken very seriously in our era. We were speaking for our generation. We were speaking for ourselves. It rang true. The U.S government has still not apologized to the families of the fallen four of Ohio.»

Waging Heavy Peace - 1


"That was CSNY to me. The connection with our generation was profound, and we could feel it. I loved all those guys. A lot has changed since those innocent times. We are different today. We were not bound by chemistry the same way as the Springfield was. We were all friends, experiencing a phenomenon together.
Crosby was forever the catalyst, always intense, driving us further and further. Just looking in those eyes made me want to deliver from the heart. He so believed in what we were doing. Graham was the consummate professional, always there with his parts, cheering us on as we jammed, writing the songs we became best known for. Stephen, my brother, always the soulful, conflicted one, was battling unseen demons and many-colored beasts through the days and nights, contributing an edge that was unmistakable.
The combination of that energy all at once - with our audience ! - that was CSNY was to me at its best.
But then came the fame, the drugs, the money, houses, cars, and admirers; then the solo albums. I had to break away. I had so much to give, so many songs in me, so many ideas and sounds in my head. I had to do it. The band didn't break up; it just stopped. It did not regenerate itself. It stopped functioning, like it had a lapse or a heart attack or something. No new songs came forward from anyone. We were all doing our own things. We needed a reason to get together and a purpose behind our music. In the end, we became a celebration of ourselves, and there was no way to keep that going. It doesn't regenerate. We had a golden time, and then we lost our way. Be great or be gone."


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Como é linda a puta da vida




A entrevista ao MEC foi ontem na RTP. 
Para ouvir e repetir: aqui.

Gracias.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

segunda-feira, 6 de maio de 2013

sexta-feira, 3 de maio de 2013