domingo, 30 de junho de 2013

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Esplendor na Relva



"Maria Sharapova crashed out of Wimbledon as the world No131 Michelle Larcher de Brito caused a huge shock.

The Russian won the title nine years ago but this time around exited at the second-round juncture after a 6-3, 6-4 defeat by her unfancied Portuguese opponent."

'The Guardian'

quarta-feira, 26 de junho de 2013

"Commedia dell’arte"


Só em Itália. 
É que não arranjo melhor título para adjectivar os fellinianos manifestantes que se reuniram ontem na Piazza Farnese, em Roma, para protestar contra a condenação de Silvio Berlusconi a sete anos de cadeia e à inabilitação perpétua para o exercício de cargos públicos por incitamento à prostituição de menores e abuso de poder no chamado caso Ruby.

terça-feira, 25 de junho de 2013

La vie était belle

"Les indiens attendaient en silence. Le fils du Chef Cornstalk, Ellinipsico, était avec eux... Il essayait de se souvenir si le soldat qui s'approchait ressemblait à quelqu'un... à quelqu'un qui mériterait d'ètre mort...
Ce soldat c'était Zapaniah Lee. Sa fiancée l'avait quitté, Il voulait mourir et depuis longtemps il attendait la balle qui mettrait fin à la vie qu'il n'avait plus le courage de supporter.

CRACK !

Cette balle, Zapaniah la reçut en plein front et en l'espace d'un éclair il pensa à la bière au rhum qu'il ne boirait plus... à sa fiancée... et il comprit que c'était stupide de mourir... mais oui... La vie était belle !
Quand il voulut crier... Zapaniah avait fini de penser..."



O tomo 2 esperava. Olhava para ele como a um órfão. Não se pode ler um volume 2, sem ler primeiro o primeiro tomo. Não se faz isso a Pratt. Seria imperdoável ! 
"Mas acha que lhe vendia esta edição, capa dura, por 3 euros !, se também tivesse o volume 1 ?!?", respondeu a senhora italiana da 'Ler Devagar'. "Esgotadíssimo !", continuou com um sotaque trocista e final.
Não acredito. Arrisco e compro na mesma o vol. 2. Hei-de encontrar-lhe o irmão. Afinal, sou duro de teimoso. E um livro nunca acaba. Não é como o dinheiro. Não sai da circulação.
Meses à espera. Quilómetros de procura obsessiva. Sempre a sentir o martelo na cabeça. Nas prateleiras das livrarias, na Feira, na net - horror ! -, e sempre "indisponível". Que palavra horrível para se referir a um livro. Devia ser proibido. Como se tivessem o livro com eles, mas não o quisessem dispor. 
Quase cheguei a acreditar que o futuro era mesmo trair o Pratt e perder o primeiro comboio.
Mas não. A vida é bela. Foi preciso ir ao Porto. E depois de passar naquele alfarrabista da rua do 'Candelabro', dobrar a esquina da José Falcão, onde, por acaso ou atracção, entrei e o descobri, logo à primeira rusga, por causa da lombada, exemplar único, por uns simbólicos 20 euros (ed. da 'Casterman').

shopgirl


[Jack Vettriano]

some nights alone he thinks of her, and some nights alone she thinks of him.

some nights these thoughts occur at the same moment and ray and mirabelle are connected without ever knowing it.

shopgirl - anand tucker, 2005

surripiado daqui

quinta-feira, 20 de junho de 2013

O Baixinho é gigante

"Peço aos brasileiros para que não confundam as coisas. Estamos a preparar o Mundial", "Vamos apoiar a selecção nacional. Vamos esquecer a confusão que reina no Brasil, esquecer os protestos".

Edson Arantes do Nascimento, aka "Pelé"


Réplica de bicicleta:

terça-feira, 18 de junho de 2013

O Século dos Cidadãos

As pessoas estão a ficar fartas e perceberam o seu poder.
O movimento Occupy Wall Street, os motins em Londres em 2011, a Primavera árabe, as largas manifestações contra a austeridade em Portugal, Grécia, Itália, Espanha e até Berlim, em Chipre, o movimento Femen na Rússia de Putin, as manifestações da Praça Taksim, em Istambul, e agora o Brasil em Junho de 2013.
"Citizens, not subjects", líamos na guitarra de Robert Smith, no concerto dos Cure do ano passado em Lisboa.
Não é que no passado não tenha havido grandes mobilizações de massas capazes de alterações, mas essas geralmente culminavam em revoluções ou rupturas de regimes.
Agora as coisas estão diferentes. As pessoas já desconfiam por princípio dos políticos e não acreditam no que lhes dizem, cansadas de anos e anos de traições. Mas compreendendo que têm uma dificuldade de se organizarem para além das convocatórias que fazem através das redes sociais, também perceberam que as mudanças começam nas ruas e é daí que querem falar aos seus governantes e onde apresentam as suas reivindicações, com cartazes, palavras de ordem, flores, dançando ou fazendo silêncio. Assistimos, portanto, a uma deslocalização da política, do Parlamento para as ruas. E os políticos, que perdem a antiga legitimidade governativa, têm de a ir buscar onde está o cidadão. E ou os ouvem, ou são atropelados pelos acontecimentos.
As pessoas compreenderam o seu poder e estão a ficar fartas.
A 'Folha de São Paulo' documenta.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

dia santo

(foto: andré)

É quando a cidade vai mesmo toda para as ruas. É quando a cidade tem direito a festa e as ruas se alindam. Os bairros antigos vêm para a luz da vida e saem da penumbra dos dias maus. E está muito bem que isto tem sido mais do que tremendo e a gente não é de ferro.
Não vamos à noite, encher-nos das multidões que crescem em todos os buracos e nas esquinas e recantos, e que anseiam esquecer a crise e nos fazem andar em procissão. Mas de dia para ver bem as varandas que invejam, e a parte moura da cidade que é mais bonita. Quando já está livre para ser nossa e lhe jurarmos amor total.
O dia quenta e há balões e cores e cheiro a fumo. Fumo do bom. Acenderam os carvões e as sardinhas já voam, e as febras saltam e as mulheres competem. Falamos com elas à janela e com a graça que elas têm. E num estendal de Alfama estão cinco vestidos a secar das marchas que bailaram de véspera na Liberdade.
Enovelados pelos tentáculos desta gente que faz da rua casa, deslizamos pelas calçadas até desaguar lá mais em baixo. Olhamos para as mil e uma escadinhas e para as placas com as caras dos fadistas. E para os telhados que trepam sempre uns sobre os outros. 
Lisboa nesta altura é de um povo alegre por um dia e ninguém lhe toca. 
Compramos o manjerico, cheira bem e oferecemos-te.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

"Dancing to Freedom" *


[Praça Taksim, Istambul, Junho 2013]

"They danced through the night in Taksim Square in what has become a defiant carnival of protest.
The prime minister has described the protesters as looters and vandals - so now they are dancing as a form of peaceful resistance."
Sky News

* Inscrição numa das secções do Muro de Berlim

quarta-feira, 12 de junho de 2013

terça-feira, 11 de junho de 2013

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Pablo Aimar, la alegría del pueblo


Partes num dia de sol e de chuva. E é assim que fica o coração.


Mi Buenos Aires querido,
cuando yo te vuelva a ver
no habrá más pena ni olvido.


Música: Carlos Gardel
Letra: Alfredo Le Pera
 

sábado, 1 de junho de 2013

Dia Y


Não sei o que o concerto dos Blur no Primavera Sound vai trazer. Não estou lá para ver e não há crónica nenhuma que bata os nossos ouvidos.
Não sei se vai pingar para o nostálgico ou se vão ser grandes e rebentar com o público.
O que sei é que os apanhei vai para 20 anos, num Coliseu de Lisboa, a transpirar de cheio, para se ouvir o quarto álbum destes quatro rapazes a quem chamavam brit, quando ainda não havia festivais ou telemóveis. 
Na altura a vida começava ainda. Damon Albarn terminava o concerto em cima duma coluna de 3 metros de altura e de onde no final se terá projectado. A faculdade estava no princípio. Deixávamos o liceu para trás e o que nos prendia à infância e que já cansava. Queríamos subir todos os degraus e ir para o centro do mundo, que era mesmo novo e tínhamos todo o tempo para ele. Sem rede e de pulmões escancarados, com a paixão de quem respira de verdade. 
Estamos mais velhos e o mundo está estranho. Não cumprimos todas as promessas mas fazemos por isto. Os Blur têm todos 40 anos, regressaram a Portugal e não sabem se vão continuar. Espero que a noite lhes corra bem.