quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

acabar o ano em Glória

[réplica retro 86/87]

Obrigado Mano ! Não fazemos anos todos os dias.
Só escusavas era de me ter humilhado logo a seguir com aquele tiraço de fora da área quando calhou a minha vez de ir à baliza. Sabes perfeitamente que jogo a ponta.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

a saudade que fala antes do tempo é Amor.

"Raspa , vamos ficar sem o nosso Enzo

Eu até reajo bem á cena dos Mercados, mas isto do Enzo , não me conformo

Como esquecer aquele golo perfeito , condução de bola depois de ganhar segunda bola , partir bife uma vez , partir bife e GR uma segunda vez com 1 finta , e remate em esquerda banana lenta com bola a fugir , aquela bola que todos sabemos que vai entrar mas demora 10 segundos , tudo isto mesmo em frente ao setor 25"

de Nuno Calheiros, 4.06.2014
 

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

a contar desde 1864

 
 
Parabéns, amigos !
150 anos não são para todos.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

sábado, 20 de dezembro de 2014

Regresso ao Passado



Um dos sinais da "ditadura" imposta pela Disney/Pixar (que tiveram o mérito de descobrir uma receita de qualidade, da qual entretanto abusaram ad nauseam) é os miúdos de hoje acharem que ir ao cinema é ver desenhos animados numa televisão gigante. Com pipocas na mão. 
Achei sintomático (e muito engraçado), quando levei os putos a ver o Charlot na semana passada, o ar radiante do Rodrigo quando lhe respondi que naquele cinema não havia pipocas. "YES !!!", gritou o petiz. Até a ele já fartam. Outra hipótese é a de o espertalhote ter dito aquilo que sabia que eu ia gostar de ouvir.
Mas há pior. 
Como todos os filmes que saem anualmente dos estúdios de animação são posteriormente dobrados por actores (ou não actores) portugueses, a miudagem nem sequer tem a hipótese de ir aprendendo uma língua nova.
Eu, com 8 anos, já tinha visto vários filmes e sabia quem era o Indiana Jones. Percebia a mentira que era ser actor e a fantasia. Que eram gente e falavam uma língua diferente. E que se queria perceber o que ali se passava, tinha de saber ler, e rápido !, para apanhar as legendas seguintes.
Ver outras famílias na tela fazia-me compreender melhor a minha. E saber que os heróis eram de carne e osso dava-me a ilusão de querer ser como eles. Também  sofria se as coisas começavam a dar para o torto.
Mas como ambicionar ser um cartoon ? Impossível. 
Há espaço para tudo e eu próprio adoro BD, mas aquilo a que assistimos hoje é que - quando o nível é "under 10" - o chamado cinema de animação seca o mundo todo à volta.
Já não estreiam os universos humanos. É tudo obra do computador. E agora, nem no Natal passam os que repetiam e repetiam todos os anos na televisão, porque - mais uma vez - é só bonecada.
E então a salvação é combater o crime.
"Pai, estou ansiosa por ver o Regresso ao Futuro - II !"

Depois de E.T., Charlot e do Marty McFly, eis algumas das nossas próximas sessões privadas:

1. A História Interminável
2. Os Goonies
3. Indiana Jones (todos)
4. Ghostbusters
5. Guerra das Estrelas
6. Gremlins
7. O Rei dos Gazeteiros
8. Big
9. Karate Kid
10. O Império do Sol
11. Sozinho em Casa
12. O Clube (aka "The Breakfast Club")
13. O Feiticeiro de Oz *
14. Música no Coração *
15. Mary Poppins *

* Há que perceber que tenho duas filhas em casa e estes sempre são clássicos.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

domingo, 14 de dezembro de 2014

Smile

Não é obviamente por acaso que Charlot nasce no ano em que estala a Iª Guerra Mundial. "If you smile, You'll find that life is still worthwhile", canta-me na cabeça o solitário vagabundo com solas gastas e estradas de sabedoria. 
100 anos depois, 125 depois de Chaplin, levo os miúdos ao novo Cinema Ideal, na Rua do Loreto, ao Chiado. Ressuscitou no que era e devia ser, um cinema de rua. Com balcão e sem os filmes hard-core. 
‘The Kid' em cartaz. Agora não é o meu pai que me leva às reposições. Ou talvez seja ainda ele, residente interno, a quem devo o meu gosto pelos filmes.
Mas antes um pastel de nata na antiga Manteigaria União.
E então, 'The Kid', para aprenderem o que é cinema. Para saberem como é lindo o cinema. Para conhecerem emoções mudas e a preto e branco. Que há bonecos que são humanos. Para compreenderem o quadro em madeira cá de casa, que a mãe herdou de Santa Cruz.
E no Natal - que mais podemos pedir ? - a época mais bonita que há no ano. A época de Chaplin.
"Pai, estou a gostar !" e o sorriso rasgado como nunca o ouvi. 


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

sábado, 6 de dezembro de 2014

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

o Clã


É sempre precioso ouvi-la cantar. E nem sequer foi preciso ir ao Terreiro do Paço, onde ontem à noite Manuela Azevedo se mostrou completamente imune ao frio.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

"O leitor tem opinião sobre o caso José Sócrates ?", por José Diogo Quintela

 
O leitor tem opinião sobre o caso José Sócrates? Não tenha. Isso configura um delito de julgamento na praça pública. A não ser que ache que José Sócrates está a ser vítima de justicialismo. Nesse caso, tem licença de porte de opinião. Para não haver dúvidas, aqui vai uma cartilha com o que é admissível pensar:

a) Avaliar a hipótese de José Sócrates ser culpado? Não se pode.

b) Levantar dúvidas sobre a idoneidade do juiz Carlos Alexandre? Pode-se.

c) Questionar as reais motivações do procurador Rosário Teixeira? Pode-se.

d) Sugerir que Joana Marques Vidal orquestrou este charivari? Pode-se.

e) Desconfiar de um propósito tenebroso do sistema judicial? Pode-se.

f) Suspeitar de manipulação obscura pela comunicação social? Pode-se.

g) Insinuar que o Passos Coelho lucra com isto? Pode-se.

h) Alvitrar que Portas é que devia ir preso por causa dos submarinos? Pode-se.

i) Considerar que Cavaco Silva tem negócios ilícitos com os seus amigos do BPN? Pode-se.

j) Conjecturar que isto é tudo uma cabala montada pelo PSD para distrair dos vistos gold? Pode-se.

Em termos de limitação à liberdade de opinião, só é proibido achar que José Sócrates pode ser culpado. Quem violar esta disposição tem de se haver com a brigada de trânsito em julgado. De resto, é tudo debatível.

Mas mesmo a defender José Sócrates há que ter cautela. Por exemplo, João Soares disse que “excepto por crime de sangue, em flagrante delito, não aceito a prisão (…) de um ex-primeiro-ministro como José Sócrates”. Precipitou-se. Mesmo segurando arma pingona de sangue cravada em cadáver, nunca se aceitaria a detenção de Sócrates. A presunção de inocência manter-se-ia. Possivelmente seria legítima defesa. Ou um acidente. Ou, o mais provável, uma armadilha da suposta vítima que se lançara contra Sócrates enquanto este cortava o pão, para se empalar 17 vezes na faca e incriminar quem só desejava fazer uma sandes mista.

Entretanto, debrucemo-nos à enorme parcialidade demonstrada pela Justiça. De todos os ex-primeiros-ministros vivos, por acaso detiveram Pinto Balsemão no aeroporto por suspeitas de corrupção no caso Cova da Beira? E à chegada de que voo é que incomodaram Mário Soares a propósito da falsificação de documentos da Licenciatura em Engenharia? Ou Cavaco Silva, por alegada troca de favores no caso do TagusPark? E Guterres por beneficiar de um RERT por ele aprovado? Já para não falar de Durão Barroso, pelo Face Oculta, e Santana Lopes, pelo Freeport. Porque é que tinham de embirrar logo com este?

Num ranking de sanha persecutória, José Sócrates entra directo para o top 5 dos mais injustiçados da História. Neste momento, a tabela organiza-se assim: 5) Bruxas de Salém; 4) Capitão Dreyfus; 3) Galileu; 2) José Sócrates [nova entrada]; 1) Jesus Cristo. Apesar de uma detenção no Jardim de Getsémani ser menos maçadora do que na manga de desembarque de um voo TAP, e mesmo tendo em conta que, na verdade, Jesus estava mesmo a pedi-las, o Nazareno continua à frente porque a sua condenação injusta originou a maior religião do mundo. Mas José Sócrates ainda tem tempo.


'Público', 30.11.2014

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O Amor é fodido

Deitamo-nos zangados. Amuados.
Hoje só me apetece meter-me na cama. Não falo mais contigo. 
Bolas !, que um homem não é de ferro. Tantos gritos que tive que ouvir e sempre ao lado. É dor demais !, e agora enfio-me no meu casulo se não te importas.
Deitamo-nos amuados e tristes. Prometemos que não falamos mais. Não, pelo menos, durante algum tempo. Não te quero nem ver. Por defesa. Para não sofrer tão depressa outra vez.
Não se trata de ser justo ou injusto. É assim com os sentimentos.
E por isso vou para o casulo e não falo mais contigo.
Mas depois, quando até tenho medo de olhar para ti.... fazes-me isto: acordas-me com um beijo na boca e eu esqueço tudo.