quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Evaporar *



Tempo a gente tem
Quanto a gente dá
Corre o que correr
Custa o que custar

Tempo a gente dá
Quanto a gente tem
Custa o que correr
Corre o que custar

O tempo que eu perdi
Só agora eu sei
Aprender a dar
Foi o que ganhei

E ando ainda atrás
Desse tempo ter
Pude não correr
Dele me encontrar

Ahh não se mexeu
Beija-flor no ar

O rio fica lá
A água é que correu
Chega na maré
Ele vira mar

Como se morrer
Fosse desaguar
Derramar no céu
Se purificar

Ahh deixa pra trás
Sais e minerais, evaporar!

* no passamento da minha amiga Catarina Cristóvão,
das escadinhas de Sto. Espírito da Pedreira.
38 anos para sempre.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Father and Son


- Puto, hoje estamos por nossa conta. Vamos deixar a mãe e as manas irem para o almoço delas e vamos divertir-nos !
Primeiro, preparo-te umas batatas fritas às rodelas na frigideira. Tu é que lhes pões o sal. Os secretos de porco preto já estão na grelha. Como adoras. Também vou fazer um arroz soltinho para acompanhar.
- Pai, hoje até os bróculos sabem bem !
- Fixe. E queres uma groselha, não é ?
E nem é preciso dizer para te despachares a comer, porque hoje já lambes os beiços.

- Pai, vamos agora jogar um bocado de FIFA '14 ?
- Ok, aquele jogador que estamos a construir está-se a dar bem e, depois de vencer a Taça da Liga inglesa, já é pretendido pelo Estoril e pela Académica. Estás um pro ! Vamos para a primeira divisão portuguesa ou continuamos no Sheffield Wednesday ?

- Tchii, miúdo, o relógio hoje está uma máquina. Temos de ir para a Luz. O Benfica joga com o Rio Ave daqui a meia hora. Pega nos cachecóis e veste a camisola.
E o Jonas faz balançar as redes. Na nossa baliza !

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

FutSábado: «Come rain, shine, birth, divorce, even death, we show up and play»


«We cremated James yesterday. 
For the last few decades he’s organised our regular Wednesday night and Sunday morning football games. Amateur football is a strange brotherhood – whether, as in our case, it’s midweek indoor five-a-side or outdoor Sunday nine-a-side. Artificial surfaces, artificial dreams. Grown men (and now women) still imagining they’re playing for their childhood teams.  
I’ve rarely seen the men alongside me at the Crematorium in non-football clothes before, never mind funeral black. We normally wear a mixed bag of old club shirts (Derby County, Arsenal, Spurs, Chelsea, Charlton) and thinning, well-washed T-shirts that are unfaithful to their original colours.

I don’t know many of the men's surnames. Instead, they’re known by a series of poor tags that aren’t even nicknames - Sunderland Graham, Beardy Dave, Tall Ben, Little Ben. I’ve only been to two of their houses and I don’t know what half of them do for a living or what their wives are called. I know some of their children - but only because we’ve been playing long enough for nippers who occasionally watched from the sidelines ten years ago to turn into young men who play regularly and bring some youth and ability to an ageing game. 
The thing that binds everyone who plays five-a-side is the same thing that made us, as kids in the 60s, 70s, 80s, kick a ball in the playground at school, in the streets as it got dark, and in the park at weekends. It's the overwhelming desire to stay true to that feeling you get when you score or tackle or pass and it gets a round of applause and you feel, just for a moment, like Allan Clarke or Thierry Henry or whoever your childhood hero was. It’s not televised so there’s only word of mouth proof, but even crap amateur players can score world class goals.

Five-a-side (and it’s called that even if there are seven, eight, or nine men per team) runs as an unusual parallel to the rest of our lives. Come rain, shine, birth, divorce, even death, we show up and play. 
When news came that James had died, I tried to explain our bond to my girlfriend, who met him maybe twice in a decade, a passer-by on the street.  He wasn’t a close friend but he was a good friend.
(...)
None of my words did our friendship justice. How do you approximate the familiarity that comes with seeing someone twice a week at football for 17 years?
These regular fixtures have lasted much longer than all my jobs and almost twice as long as my longest relationships. Despite occasional on-pitch flare ups, they’ve remained more good natured, more consistent and less painful than following the teams we support. 

They offer windows into the personalities of the people you share the playing field with. The angry player who’s calm off the pitch; the lazy selfish player who won't go in goal; the person that runs round and round in circles not hearing the pleas for passes from others around him; the grown man who will kick a 14-year old; the player who thinks he’s still as good as he was 10 years before; the generous, hard working, selfless player; and the player who’s a long way from a natural but turns up and does their best.

(...) 
Importantly, James was the man who booked the pitches, collected the money and, in his own statistically fascinated way, took charge of a long running series of annual tables, awarding individual players points for victories or losses. This tended to create more competitive tension than is necessary in a friendly game – but it felt fantastic the year I came top.

(...)
It was only in James’s passing that I realised what a strange, open ended family exists on these small astroturf and wood panelled pitches. It’s the same the country over. 
The Sunday after he died, we gathered around the centre circle and stood for what seemed like five minutes silence.  No-one arranged it. Just amateur footballers honouring one of our own.»





domingo, 20 de dezembro de 2015

'Desert Raven', de Jonathan Wilson



(para amenizar facturas.... disse-me ela com carinho)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O ladrão de bicicletas


O golo para mim é mais do que uma coisa só bela. É sagrado. Quando bem executado, é um pequeno miracolo. Como o deste rapaz do sul de Itália, vai para 10 anos.
Com uma equipa no mínimo estranha, o Benfica até já tinha eliminado o Manchester United (de Sir Alex, Van der Sar, Rio Ferdinand, Giggs, Scholes, Rooney e do nervoso Ronaldo). E tão pouco tempo depois do passamento de George Best... Parecia bênção.
À Luz voltavam as míticas quartas-feiras europeias e há anos sem chegar tão longe na maior competição do planeta, numa espécie de oblivion desportivo.
Agora, era o Liverpool pela frente, com números dourados nas costas por ser campeão europeu em título.
Mas foi assim que o Benfica chegou aos quartos de final. Primeiro 1-0 em casa, eu e o mano e uma cabeçada do Luisão. Depois, melhor ainda. 2-0 em Anfield Road, e um amigo a captar no telemóvel o momento final e o eco de "Mi, Mi, Miccoli".
Simão até já tinha feito um golo de bancada para nos pôr na rota do Barcelona, mas a bicicleta ou moinho de Fabrizio, esse é que era o tal. Um golo que não era suposto, porque a bola vinha gelada dos pés tortos do Beto, e teve que ser Miccoli a corrigi-la para o lugar merecido. Picou a bola para a acalmar, levantou a jeito e fez um quadro. Num remate que acaba o jogo em grande beleza. E que faz do golo dádiva e verdadeiro cinema. 

Miccoli terminou hoje a carreira. Mas é já eterno.


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Desenha-me uma ovelha !



 Com os filhos no 'Ideal', só para nós. 
E depois os pastéis de nata da Manteigaria União.

domingo, 13 de dezembro de 2015

his Master's Voice



Imortais são aqueles que não precisam de fazer 100 anos para viver 100 anos.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Whiplash

  

"There’s a kind of numbness, a sameness, a lack of motivation in ‘good job’ culture. We’re raising a generation of kids who are being overly praised for incredibly minor accomplishments. I think it’s counter-productive."
JK Simmons

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Emblema de Prata


Há 25 anos sócio do clube mais antigo de Lisboa. E com os filhos a assistir à cerimónia.

sábado, 5 de dezembro de 2015

5 de Dezembro

É sábado de manhã, a gente joga à bola.


 
5.12.1976

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

numa estante


(Prado)

Guardou-o como um livro de que já se conhece o final. O marcador não passou do 3º capítulo.