"Kill them with laughter !"
quarta-feira, 30 de março de 2016
segunda-feira, 28 de março de 2016
quinta-feira, 24 de março de 2016
terça-feira, 22 de março de 2016
segunda-feira, 21 de março de 2016
Revolución o Muerte
«I have come here to bury the last remnant of the Cold War in the Américas. I have come here to extend the hand of friendship to the Cuban people. (...)
Because in many ways, the United States and Cuba are like two brothers who’ve been estranged for many years, even as we share the same blood. (...) Over the years, our cultures have blended together. Dr. Carlos Finlay’s work in Cuba paved the way for generations of doctors, including Walter Reed, who drew on Dr. Finlay’s work to help combat Yellow Fever. Just as Marti wrote some of his most famous words in New York, Ernest Hemingway made a home in Cuba, and found inspiration in the waters of these shores. We share a national past-time -- La Pelota -- and later today our players will compete on the same Havana field that Jackie Robinson played on before he made his Major League debut. And it's said that our greatest boxer, Muhammad Ali, once paid tribute to a Cuban that he could never fight -- saying that he would only be able to reach a draw with the great Cuban, Teofilo Stevenson. (...)
Look at Papito Valladeres, a barber, whose success allowed him to improve conditions in his neighborhood. “I realize I’m not going to solve all of the world’s problems,” he said. “But if I can solve problems in the little piece of the world where I live, it can ripple across Havana" (...)
As President of the United States, I’ve called on our Congress to lift the embargo.»
La Habana, 22 de Março de 2016
sábado, 19 de março de 2016
"Alegria de Viver", por Clara Ferreira Alves
Roma, Outubro de 2010
(foto: andré raposo)
"Há uma razão para não deixar a Alemanha tomar conta da Europa. Chama-se alegria de viver.
Já estiveram dentro de uma estação de caminho de
ferro na Alemanha? A famosa Hauptbahnhof? Olharam para a comida? Desceram às
catacumbas e encontraram os despojos do brigadismo alemão e os despojos do
movimento punk cobertos de piercings, tachas e botas com esporas? Despojos a
que se juntam os junkies e os bêbados e vagabundos crepusculares? Ou o nazi
errático com a suástica a sair do músculo? Uma hauptbahnhof só é bem apreciada
ao anoitecer e nos recantos subterrâneos. Nunca se viu gente mais infeliz do
que esta. E basta olhar para a cara da pobre senhora Merkel, acossada pela
extrema-direita, para perceber que a felicidade não reina ali. Agora, olhem
para a bem mais modesta estação de caminho de ferro de Bolonha. A Stagione
Centrale. Nada a assinalar, pessoas com ar decente, viajantes velhos e novos.
Gente composta. No modesto bar da estação, Santa Margherita, encontramos uma
variedade gastronómica digna do Fauchon em Paris ou do Dean and DeLuca em Nova
Iorque. Sem exagero. E muito mais barata. Numa mesa com cadeiras de plástico de
design italiano, uma velhota beberica um copo de vinho tinto, um pequeno copo
de vinho tinto, com uma sanduíche de presunto de Parma cor de rosa e
transparente. Isto é o cúmulo da civilização. O expresso é perfeito, fazendo
morrer o Nespresso num segundo. Não se vê um bêbado. Aliás, com tantos vinhos e
tão generosamente bons, é raro encontrar-se um bêbado italiano aos uivos nas
ruas. Em compensação, sobram os bêbados da Europa do Norte. Uma viagem em
Itália chega para perceber que deviam ser os italianos a mandar na Europa. Eu
sei, a trapalhada, as berlusconices e tudo mais, mas não são cínicos como os
franceses, nem snobs, têm da melhor paisagem e cultura disponíveis, do mais
apurado sentido estético, e uma infinita alegria de viver. Têm livrarias e
bibliotecas maravilhosas. E a herança do Umberto Eco, o último intelectual
europeu bem encarado. Os italianos são um povo feliz. Na Emilia Romagna, de que
Bolonha é a capital, os habitantes têm índices de felicidade comparáveis aos do
Butão. Agora, experimentem passar um tempinho em Essen ou em Frankfurt e digam
se gostaram. A Itália e a Grécia têm apanhado com a crise dos refugiados em
cima e têm tido um comportamento exemplar. Não existe uma rua de Florença,
Nápoles, Roma, Bolonha, Milão ou Veneza sem a suprema abundância de africanos a
vender malas Prada chinesas. Não existe um beco mal-afamado onde não vagueiem
migrantes e refugiados das guerras do Médio Oriente, do Afeganistão e
Paquistão, do Norte de África. Nos esconsos da estação central de Roma, a
Termini, as máfias de contrabandistas resolveram apadrinhar o tráfico humano e
usar os refugiados menores como correios de droga e prostitutos. Existe um
grupo constituído apenas por egípcios, quase crianças, que os pais enfiaram nas
galeras do Mediterrâneo depois de terem gasto todas as poupanças para os
entregar aos contrabandistas. Acham que a Europa os salvará.
E nem vale a pena falar dos líbios e dos sírios.
A Polícia italiana vai desbandando mas no dia
seguinte eles reaparecem, e o tráfico continua. Dentro da estação, no bar,
calmamente, o cidadão italiano bebe o seu expresso ou o seu Chianti e come o
seu tramezzino ou cornetto, lê o seu jornal sem um sobressalto. Lá fora, desde
os atentados de Paris, carros militares e soldados com metralhadoras vigiam as
estações e os monumentos, as praças e as catedrais, e nem por isso a paisagem
se deprime. Existem manifestações pela abertura das fronteiras dos Balcãs aos
refugiados. Não existem manifestações noturnas de nazis, não existe uma Aurora
Dourada ou uma Marine Le Pen. Existe uma extrema-direita sem expressão
eleitoral perigosa. A Itália, que não é rica como a Alemanha, tinha todas as
razões para ter a sua Frauke Petra. Os seus “patrióticos” Pegidas. Que não se
dariam bem com os seus Corleones.
A alegria de viver ajuda muito. Num país onde a
beleza é uma coisa natural, a comida é gostosa, o sol brilha, as pessoas têm
menos tendência para o azedume. E ninguém, em Itália, acompanha carne com um
litro de cerveja ou bebe uma malga de café com leite por cima do peixe. Há que
dizê-lo com frontalidade: os alemães são uns tristes. E já que estamos na
sociologia de bolso e no empirismo filosófico, com quem preferia beber um belo
Barolo? Comer uma massa tartufata? Com a Frau Merkel, ou com a Frau Frauke, ou
com Renzi? Um país que deu à luz a Monica Vitti e o Antonioni não se pode
comparar com o país que deu à luz o Rainer Werner Fassbinder e a Dietrich.
Olhem para as caras.
A Europa está condenada. A tristeza da Alemanha
vai continuar a mandar em todos nós e só pode acabar mal. Estamos tristes e
acabaremos tristes. E, quem sabe, nas mãos de gente que não gosta de gente
estranha. Nem de viver."
in 'Expresso', 19.03.2016
sexta-feira, 18 de março de 2016
'Um ponto é tudo'
«De um lado, Lula, investigado e em vias de ser acusado, que foge para ministro para adiar a sua ida a tribunal. Do outro, um juiz que grava um telefonema da presidente Dilma e a lança aos jornais e telejornais. E os brasileiros, no meio. De um lado, Lula que diz : "Vou para ministro porque, se não for, sou apanhado pelo golpe armado pelo juiz." Do outro, o juiz que diz: "Faço isto porque é a única forma de desarmar as politiquices de Lula." Os fazeres de ambos são, no mínimo, indecentes. E os brasileiros são interpelados como se tivessem de aceitar, pela tramoia de um, ser cúmplices de outro. Ora, o que se exige é cada macaco no seu galho. Um político não pode abusar da garantia de independência que lhe é emprestada para ser ministro, transformando-a num truque público para o proteger da justiça. Um juiz não pode abusar de um poder que lhe é confiado para investigar, quebrando levianamente o sigilo telefónico de uma chefe de Estado, o que, por ser uma questão de segurança nacional, não pode ser decidido por ele. E tendo ambos os macacos falhado no seu respetivo galho, tornando-se mau político e mau juiz, não podem empurrar os cidadãos a agarrar, também eles, um galho errado. Esse seria o supremo crime do político e do juiz. Porque com tão fraca gente a ter poder, enfraquecer aqueles que não o têm seria fatal para o Brasil. Eu, que tanto admiro os cronistas brasileiros, não perdoarei a nenhum que seja, a partir de hoje, vesgo.»
"O Brasil tem de escolher: Lula ou juiz? Nenhum."
por Ferreira Fernandes, in DN, 18.03.2016
O Café de Lisboa
Finalmente live. A prova dos nove. Partilharmos as ruelas escuras e decadentes com os clientes da noite, enquanto dois gatos vadios destilam as suas guitarras durante quase duas horas sobre um telhado de Lisboa, é tudo o que o amante da cidade e do som pode ambicionar.
Acompanhados a partir de certa altura pelas "Cordas da Má Fama" (viola, violino e violoncelo acabadinhos de cair de Buenos Aires ou do Kusturica) os Dead Combo apresentaram-se no São Luiz como se fosse casa, que é dizer como se tivessem ido tocar uns fados sujos à tasca do João, onde um copo de vinho e um cigarro esperam ao balcão.
Para te agradecer como mereces só com alguma das minhas guitarras, mas ia ser pobre e não tenho Luas. Melhor calar e deixar um beijo.
quinta-feira, 17 de março de 2016
Pela boca morre o Lula
«(...) "No Brasil
é assim: quando um pobre rouba, vai para a cadeia; quando um rico rouba, vira
ministro." A frase foi publicada na Folha de São Paulo há quase 20 anos,
posta na boca do então deputado que prometia mudar a realidade política do
Brasil e emendar os maiores erros do país. Anos mais tarde, à quarta tentativa,
o ex-sindicalista chegava a presidente do Brasil e conseguiria resultados nunca
antes sonhados, incluindo pôr o país a crescer 7,5% ao ano. O património
declarado de Lula era então de 150 mil euros - um quarto do valor do triplex de
Guarujá que a Procuradoria de São Paulo acredita ser dele e razão por que pediu
a prisão do ex-governante. A casa foi agora engordar a pasta da Lava-Jato,
operação em que Lula também está a ser investigado, sendo suspeito de lavagem
de dinheiro, ocultação de património e falsidade ideológica. Superministro aos
70 anos, candidato a presidente aos 72, será difícil até para o Supremo
Tribunal Federal tocar-lhe. O deputado Lula bem sabia.»
'O Super Lula', por Joana Petiz
in "Diário de Notícias", 16.03.2016
É verdadeiramente chocante que um homem que toda a vida pregou contra a corrupção e os privilegiados da política, no momento em que um tribunal o investiga por suspeitas da prática de crimes graves no exercício de funções, tão graves que justificam um pedido de prisão preventiva, recorra logo, e tão depressa quanto possível, à mamãe partido, agarrando-se à saia de Dilma, para esta lhe outorgar o privilégio ad hoc de um (quase) intocável. Não está em causa, evidentemente, a presunção de inocência que a lei lhe garante, mas quando um tribunal nos investiga, a nossa defesa é nos tribunais. O que o pregador não podia deixar de exigir também para ele.
terça-feira, 15 de março de 2016
O 4-4
Dizem que os filhos nos fazem mais velhos.
A mim são os jogos do Benfica. Os grandes jogos. Lembro-me deles como se os tivesse parido.
E hoje o calendário já conta 22 anos desde que o Benfica, num dos anos mais duros da sua existência (o do "verão quente"), foi disputar a segunda mão dos ¼ de final da Taça das Taças com o Bayer Leverkusen. De Lisboa levava um empate milagroso a 1-1. Fui à Luz ver esse jogo e recordo bem o alívio que foi ver o golo do Isaías entrar já depois dos 90'.
Enfim, o Benfica ia jogar na Alemanha contra um Bayer que tinha Schuster, Thon e Ulf Kirsten, um avançado baixinho e danado, que tive vontade de esganar duas vezes nessa noite.
Estava em casa a ver o jogo e devo ter tido uns 4 ataques cardíacos. Sabia os jogadores que tínhamos, a qualidade de Rui Costa, João Pinto, Schwarz, Paneira, Isaías, Iuran, Kulkov, e a raça de Mozer e Veloso.
Mas não sabia o que o grande Toni tinha dito aos jogadores ainda na cabina: «Era preciso não ter medo de um povo arrogante como o alemão.»
E depois ainda me perguntam porque é que eu gosto tanto deste Capitão…..
Bem, o jogo não podia estar a correr pior. Apesar de muitas oportunidades para o Benfica, quem marcava era o Bayer, o que adivinhava drama. O primeiro golo ainda na 1ª parte, pelo tal Kirsten, e o 2º pelo mítico Schuster pouco depois do intervalo.
2-0 para eles.
Não estávamos eliminados. Estávamos eliminadíssimos !
Mas logo no minuto seguinte, depois de descermos aos infernos, quando só as forças da esperança e da insensatez nos agarram à vida, quando a razão nos manda ir para a cama ou fazer alguma coisa de útil, há isto:
«'Tou, Rui, 'tou !»
Era o Abel Xavier a reclamar a bola ao Rui Costa, que atrasa de calcanhar.
Estoiro monumental !
Estávamos nós (e falo agora no plural porque - posso jurar ! - a sala de casa dos meus pais tinha enchido com todos os milhões que seguiam o jogo), a começar a perceber a força daquele remate de ferrar as redes, aquilo que ele já trazia com ele, quando um minuto depois, catrapumba !
Canto marcado pelo Maestro e João Pinto, no meio dos centrais, a entrar ao primeiro poste de cabeça para fazer o 2-2.
Afinal
era mesmo possível !, ensinavam-me outra vez.
Foi quando a loucura tomou conta de tudo, com os alemães a bombardearem a nossa baliza como insanos. Não me lembro dos remates ou das jogadas, mas não esqueço a aflição, porque eram eles agora os eliminados.
A partir desse momento deixou de haver tácticas ou lógica. Só um 2-2 no marcador que era preciso defender com a faca nos dentes.
Com os alemães a abrirem a defesa na procura do golo, o nosso Maestro conduz um contra-ataque pela esquerda com a batuta nas chuteiras. No momento em que devia entrar o violino, coloca a redondinha no Kulkov, e este, depois de uma cavalgada (se lhe perguntassem diria que eram as "Valquírias"), aguenta o comboio expresso dos defesas que lhe apareciam nas costas, e zás ! 2-3. Toma lá a cambalhota.
O sonho comanda a vida. E Rui Costa o Benfica.
Nesta altura liguei para o meu amigo Diogo, com quem costumava ir à bola, que me dizia estar à beira do enfarte.
Parecia tudo dito. A sinfonia encerrada.
Se não fosse heresia dizê-lo, confessava que não trocava a taça por este jogo.
A mim são os jogos do Benfica. Os grandes jogos. Lembro-me deles como se os tivesse parido.
E hoje o calendário já conta 22 anos desde que o Benfica, num dos anos mais duros da sua existência (o do "verão quente"), foi disputar a segunda mão dos ¼ de final da Taça das Taças com o Bayer Leverkusen. De Lisboa levava um empate milagroso a 1-1. Fui à Luz ver esse jogo e recordo bem o alívio que foi ver o golo do Isaías entrar já depois dos 90'.
Enfim, o Benfica ia jogar na Alemanha contra um Bayer que tinha Schuster, Thon e Ulf Kirsten, um avançado baixinho e danado, que tive vontade de esganar duas vezes nessa noite.
Estava em casa a ver o jogo e devo ter tido uns 4 ataques cardíacos. Sabia os jogadores que tínhamos, a qualidade de Rui Costa, João Pinto, Schwarz, Paneira, Isaías, Iuran, Kulkov, e a raça de Mozer e Veloso.
Mas não sabia o que o grande Toni tinha dito aos jogadores ainda na cabina: «Era preciso não ter medo de um povo arrogante como o alemão.»
E depois ainda me perguntam porque é que eu gosto tanto deste Capitão…..
Bem, o jogo não podia estar a correr pior. Apesar de muitas oportunidades para o Benfica, quem marcava era o Bayer, o que adivinhava drama. O primeiro golo ainda na 1ª parte, pelo tal Kirsten, e o 2º pelo mítico Schuster pouco depois do intervalo.
2-0 para eles.
Não estávamos eliminados. Estávamos eliminadíssimos !
Mas logo no minuto seguinte, depois de descermos aos infernos, quando só as forças da esperança e da insensatez nos agarram à vida, quando a razão nos manda ir para a cama ou fazer alguma coisa de útil, há isto:
«'Tou, Rui, 'tou !»
Era o Abel Xavier a reclamar a bola ao Rui Costa, que atrasa de calcanhar.
Estoiro monumental !
Estávamos nós (e falo agora no plural porque - posso jurar ! - a sala de casa dos meus pais tinha enchido com todos os milhões que seguiam o jogo), a começar a perceber a força daquele remate de ferrar as redes, aquilo que ele já trazia com ele, quando um minuto depois, catrapumba !
Canto marcado pelo Maestro e João Pinto, no meio dos centrais, a entrar ao primeiro poste de cabeça para fazer o 2-2.
Foi quando a loucura tomou conta de tudo, com os alemães a bombardearem a nossa baliza como insanos. Não me lembro dos remates ou das jogadas, mas não esqueço a aflição, porque eram eles agora os eliminados.
A partir desse momento deixou de haver tácticas ou lógica. Só um 2-2 no marcador que era preciso defender com a faca nos dentes.
Com os alemães a abrirem a defesa na procura do golo, o nosso Maestro conduz um contra-ataque pela esquerda com a batuta nas chuteiras. No momento em que devia entrar o violino, coloca a redondinha no Kulkov, e este, depois de uma cavalgada (se lhe perguntassem diria que eram as "Valquírias"), aguenta o comboio expresso dos defesas que lhe apareciam nas costas, e zás ! 2-3. Toma lá a cambalhota.
O sonho comanda a vida. E Rui Costa o Benfica.
A
imagem do abraço dos russos no meio do chão ficou para sempre embalsamada na minha cabeça. Escultura pura.
Nesta altura liguei para o meu amigo Diogo, com quem costumava ir à bola, que me dizia estar à beira do enfarte.
Parecia tudo dito. A sinfonia encerrada.
Mas a noite ainda era jovem e
o pior - nem o Toni podia prever - ainda estava para chegar.
Poucos
minutos depois, o Bayer empata. Outra vez o anão do Kirsten. Sacaninha desgraçado! Enfim, era sofrer até ao fim. Como ainda estávamos em vantagem, só precisávamos
segurar, ok ?
Não ok.
Não ok.
Esquecera-me, obviamente, que este não era só um jogo. Se me tivesse lembrado disso, talvez pudesse ter antecipado que um minuto depois o Bayer fazia o 4-3, e Portugal ficava à beira de passar a falar alemão.
Não era
já um jogo. Guerra, evidentemente.
Acontece
que já tínhamos ido ao inferno, e, portanto, faltava a redenção.
A televisão concentra-se no banco deles, onde o treinador já aponta para o relógio, fazendo sinal aos jogadores de que só faltavam 5
minutos. O Toni esbraceja, mas já nem ele diz nada.
DEusébio agarra-se à toalha mágica.
Eu em casa provavelmente em prece, tentando com os olhos empurrar a bola para a frente.
Anos mais tarde o Rui Costa recordou o seguinte: «Há
uma frase que resume esse jogo. O treinador do Bayer disse que se eles tivessem
marcado sete golos nós marcaríamos outros sete, e é verdade.»
E
foi mesmo verdade.
Aos
85 minutos, Kulkov faz o 4-4.
A jogada é magia e classe, porque o Menino d'Ouro finta dois jogadores e evita um "pau"
à entrada da área, que outro teria aproveitado para
ganhar o livre directo.
Mas
não, o João Pinto tinha recebido a batuta. Rasgou
nas costas do defesa para Kulkov bisar com a biqueira.
Guerra, evidentemente. Guerra e Paz.
No final do jogo, Eusébio teve que ser assistido devido à sua condição cardíaca.
No final do jogo, Eusébio teve que ser assistido devido à sua condição cardíaca.
Eu
não pude, mas estava incrédulo com o que tinha assistido. Liguei novamente para o
velho amigo, que mal balbuciava palavra. Desliguei o telefone.
O Benfica nas meias-finais.Se não fosse heresia dizê-lo, confessava que não trocava a taça por este jogo.
segunda-feira, 14 de março de 2016
domingo, 13 de março de 2016
sábado, 12 de março de 2016
quarta-feira, 9 de março de 2016
Vinyl
O uncle Marty (Scorsese) foi ontem ao programa do Jimmy Fallon, falar um pouco sobre o seu novo bebé. É sempre um prazer escutar as palavras do Maestro.
O pior é o chamado sacrifício de Tântalo. Já não aguento com tanta água na boca.
segunda-feira, 7 de março de 2016
quinta-feira, 3 de março de 2016
O ano dos Jazz biopics
E eu quero todos !
'Miles Ahead' (Don Cheadle é Miles Davis)
'Born to be Blue' (Ethan Hawke é Chet Baker)
e 'Nina' (Zoe Saldana é Nina Simone)
quarta-feira, 2 de março de 2016
Jogar bem é apelido !
Impossível não nos rendermos ao Leicester City FC.
Da segunda divisão ao primeiro lugar da Premier League em meia dúzia de meses.
E depois, que emblema !