sábado, 30 de abril de 2016

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Palavra de Viajante


(ilustração de Marta Teives)

A 'Palavra de Viajante' é a livraria onde gosto agora de demorar o tempo. E onde começo a viajar.
Folheando os continentes de prateleiras e imaginando onde vamos a seguir. Onde podemos. Os sítios também que vou adiar, a Índia e o Oriente, e os outros onde nunca irei.
E então fico-me. Sonhando, no meio dos mapas e dos guias de viagem. Olho para as lombadas, para os globos que decoram e para os atlas nas paredes. Anoto nos que já fui. Reparo nos livros do Joe Sacco, nos Tintins, nos Corto Maltese, em Steinbecks, no Eça no Egipto. E nos livros de fotografia. 
Se pudesse trazia todos. Mas não, porque assim já posso regressar ao 34 da Rua de São Bento, na parte mais apertada, de sentido único, quase chegando à do Poço dos Negros, e só fácil para quem aparece a pé, de bicicleta ou motoreta.
Hoje vai o lonely planet para a Escócia. Levem um agasalho !

segunda-feira, 25 de abril de 2016

sexta-feira, 22 de abril de 2016

The Artist Formerly Known as Prince


"Albums still matter. Albums, like books and black lives, still matter."

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Rest in Prince



Prince (1958 - 2016)

Na noite da sua nomeação com o George Harrison para o Rock & Roll Hall of Fame de 2004, com Tom Petty, Steve Winwood e outros, um solo absoluto numa Telecaster ao minuto 3'26'', while his guitar gently weeps.

'The Wheel', by PJ Harvey




"Making the film for 'The Wheel' involved a mix of footage from the first trip in 2011, rehearsals I shot of Polly in London and the most recent trip to Kosovo. The enormous refugee crisis in Europe had been news for months. I spent some time on the Greek and Macedonian borders, and in Serbia, before traveling into Kosovo. It was happening in and through territories associated with recent conflicts in Kosovo and the wider Balkans. The idea of cycles, wheels and repetition once again being all too apparent and necessary to make.”
Seamus Murphy, foto-jornalista e realizador

terça-feira, 19 de abril de 2016

Pulitzer 2016


foto: REUTERS/Yannis Behrakis

(para os refugiados)

quinta-feira, 14 de abril de 2016

A vida de Bryant

Depois de 20 anos na sua equipa de sempre, despedir-se com 60 pontos no último jogo da carreira, só mesmo um massive M.V.P.: "the Black Mamba".



"Acho que me devia retirar contigo."

Jack Nicholson

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Orgulho

 
Benfica - Bayern Munique
2-2 (Agg. 2-3)

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Choose Life

A ocasião é para celebrar. Não sei se com um remake como está prometido - Mark Renton ia preferir um chuto e é sempre complicado regressar a um sítio onde se foi feliz -, mas é não menos que irresistível voltar 20 anos atrás para a estreia do Trainspotting. 

Chamar-lhe o filme de uma geração é cliché. Mas então como é que tratamos o primo que não conhecíamos e nos trouxe aquela pilha de discos incrível ? Como é que se descreve uma marca que nos fica agarrada tanto tempo ? Ok, pode ser tatuagem, Sr. Iggy Pop.
Tínhamos 18 anos e estávamos na universidade, o que só por si já é encruzilhada suficiente. O objectivo era encontrar o caminho mais curto para fora da adolescência, quando, Bang !, toma lá, disse o Danny Boyle, e boa sorte ! Só para te dar o cheirinho agridoce de outro horizonte. A vida não é só o bairro limpo onde vives, boy. E como não era, toca de sentar duas vezes no cinema só para perceber bem o que era aquilo.
Nota mental: depois repetir sempre que possas.

Trainspotting é um filme ácido, com sentido de humor. Os diálogos são dessa carne. Também metafísica. De como a vida pode ser lixada. De como há vidas completamente lixadas. E não é da droga (ou só da droga), mesmo que ela nasça sempre na ponta de uma agulha, servida numa bandeja da "Madre Superiora" ou em supositórios de ópio quando não há mais nada em Edimburgo e arredores, e é preciso mergulhar na worst toilet do país.
Trainspotting, sempre achei, é sobre procurar um caminho para fora daquilo. E aquilo tanto pode ser a heroína, como o hooliganismo de um amigo, a sacanice de outro ou a própria antecâmara da morte, ao som de Lou Reed.
Nunca foi um convite à dependência. É exactamente o contrário. Achar uma forma. Experimentem. Fugir ao império escrito dos mais velhos, à rotina trilhada por outros com demasiado medo de arriscar. Ao colesterol, à televisão panorâmica, às máquinas de lavar, ao seguro dentário, à hipoteca da tua casa, e por aí fora. Sobreviver. Sonhar. The end.
E depois, embrulhadinho numa banda sonora que é um "best of" de um brutal festival da época, e escolhida a dedo por gajos da nossa idade ! Ou que a tinham tido. E só por isso já valia a pena gastar todos os escudos rançosos dos nossos bolsos.
A caminho da faculdade de Direito, três gajos num velho Talbot, cor de creme, a apodrecer, e com garrafas de vodka a boiar da noite anterior, enquanto tocava no aparelho o "Born Slippy" dos Underworld.

A faculdade ia passar. Nós íamos continuar a sair à noite, conhecer outras miúdas, com sorte, a mulher da nossa vida. E sobretudo viajar. Todos os anos, com os melhores amigos, nos comboios da Europa.



Bellevue 86

1986. Era esse o ano.
1986 são 30 anos.