Não conhecíamos Yamandu Costa, um "animal" da viola de sete cordas.
Yamandu, um guitarrista com nome de deus índio, mais do que esfola a viola. Arranca as notas à pancada e é quase milagre que as cordas não rebentem quando as puxa e repuxa e volta a puxar, entre graves, agudos, saltitando a escala em acordes absurdos, e extraindo tudo o que as notas podem dar na busca arreganhada da pureza que tem o som. Naquele jeito de viola clássica brasileira. Que sova. Que sova.
Ao fim do primeiro tema arranca logo ovação. E não era para menos. A viola sofreu, mas não foi de choro, foi de amor à bruta, espremida até à última gota de todos os seus sucos e suor. Ficámos logo rendidos. Musicar assim merece palmas, abraços e beijinhos (e carinhos sem ter fim).
... e entra Zambujo. Que já vimos uma duas e três vezes. Essa "figuraça", diz Yamandu.
Tocam (e cantam) boleros, sambas canção, samboleros e choros. Villa-Lobos orgulharia. Também guajiras e suítes cubanas ou colombianas. E uns fadinhos ou a nossa "Estrela da Tarde", de Ary e Tordo, em diálogo tocantado. E outras que a memória não fixou, tão aparvalhada com a música toda.
No final do concerto, perguntámos um para o outro: Onde é que andámos ultimamente ?