Estranhas que a vida continue.
Acontecem estas coisas, e estranhas que a vida não pare, suspensa para sempre, para outro dia apenas quando doer menos e possas regressar à tona.
Olhas para a janela e lá fora o carros circulam e as buzinas apitam. As pessoas saltam dos autocarros, os miúdos têm de ir para escola porque o despertador já tocou há meia-hora.
A rotina dos outros serpenteia pelo meio de ti sem dar por nada.
E os discos continuam a ter música e o Verão também chega. O vento ainda sopra. Os frutos têm de se apanhar e as ervas de se cortar. Dizem os motores dos jardineiros da Câmara.
Estranhas que depois de tudo o coração ainda bata. Mas bate.
Invejo o pesado elefante ansião que passa na planície seca da Savana, e se retira da manada quando a vida é demais e está na hora de morrer.
Se tudo passa, tudo vai passar.
Passa... e a que velocidade!!
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