sexta-feira, 2 de setembro de 2011

20 anos Nirvana


Há certos adjectivos que do uso estão quase mortos, mas esta capa é (porque é) mítica. E o disco um espécie de despertar para muito boa gente que anda para aí e já está nos trintas.
Malta que se lembra onde estava quando o disco foi para as prateleiras das lojas de música. Antes da FNAC secar a Valentim, a Roma, a Strauss, a discoteca do Apolo 70, ou outras mais pequenas. Tantas.
Malta que estava no 9º ano.
24 de Setembro de 1991. 9º ano. E as aulas mal tinham começado.
O primeiro single lançado tinha um nome que explodia e que incitava logo ao motim: "Smells like Teen Spirit".
What the... ?
A primeira vez que o ouvi estava em casa do meu velho amigo Diogo aka o Torgal. Era o único dos amigos que tinha uma aparelhagem stereo no quarto. Sony. Toda preta. Com aparelho para CD's e comando à distância. Duplo deck para cassetes - PLAYER e REC - e sem gira-discos. Era um regalo para os olhos.
Os outros (como eu) tinham de ir para a sala ouvir música no aparelho do pai quando mais ninguém estivesse em casa, o que quase nunca dava.
Portanto, o Diogo começou cedo a sua colecção de CD's que (obviamente) não podia emprestar. E tinha sempre as últimas novidades.
9º ano. 13 anos. Anos de liberdade descomprometida. Chamou-nos lá a casa e disse: venham ouvir isto. Ficámos pasmados. Atordoados. Pedi-lhe logo que me gravasse o Nevermind e fui para casa escutá-lo bem. Todo de enfiada. Tinha comprado uma cassete de 90 minutos, o que dava para ter o disco todo no lado A. Acho que a pus a tocar num velhinho Walkman. Para não assustar a Mãe que dava explicações na sala do lado.
E pronto. A conquista estava feita. A bandeira plantada. Chamavam-lhe Grunge, que vinha da revolta.
Como já escrevi noutro lado, de repente já era lícito mandar os professores à merda. BAAAHHHHHHH ! Ou, pelo menos, de não nos importarmos muito com eles.
E depois o clip. A MTV já existia, mas poucos tinham parabólica e TV Cabo não havia. Deve ter sido no TOP+ que assisti ao culminar da Revolução. Um grupo de miúdos num campo de basket, aos encontrões, um gajo de cabelo loiro e desgrenhado, com uma camisola às riscas e olhar atormentado, a arranhar uma Fender, também aos encontrões, e um velho Contínuo, a tombar de um lado para o outro agarrado à vassoura.
Depois seguiam-se outros temas que rapidamente se tornaram clássicos: In Bloom, Come as You Are, Lithium, Polly, Drain You, Territorial Pissings, On a Plain ou o esvaziante Something in the Way.
E só depois disto tudo é que apareceram os Pearl Jam.
20 anos, catano. Mítico.

2 comentários:

  1. Curioso número, como dizia o outro. Há mais ou menos um mês comprei (agora na iTunes store) o "disco", que já tive físico, em CD e em cassete, não fosse o primeiro falhar. E que ouvia em repeat o dia todo todo todo. Agora está no telemóvel e o puto mais crescido gosta de ouvir. bjs

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