Ravi Shankar
1920-2012
Yehudi Menuhin
Tinha 16 ou 17 anos quando tive o primeiro contacto com Ravi Shankar. Foi quando vi o filme sobre o Monterey Pop Festival, de Pennebaker, na RTP2, que já meti aqui. A surpresa foi total e imediata.
Que faria aquele homem de 50 anos no meio dos hippies de Monterey ?
Porquê uma sitar em cima dum palco entre as guitarras e vozes eléctricas das bandas psicadélicas dos anos 60 ?
Depois foi o encantamento, a hipnose. O pasmo perante a beleza daquela nova sonoridade. O desejo absoluto de ir à Índia (que ainda hoje me persegue), de me penetrar por aqueles ares de paz, revelação e despojamento.
Mais tarde, vi-o no Woodstock. O Pandit novamente no meio de cabelos compridos e dos símbolos de paz. De resto, Shankar dizia que as lamas de Woodstock daqueles dias lhe faziam lembrar a Índia e que só podia sentir-se em casa.
Tinha a impressão que Shankar ia viver para sempre. Que era "imorredouro", como ouvi hoje um músico dizer. E agora terminou.
Talvez não, se acreditarmos no cálice da vida eterna que são os discos e filmes que gravou.
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