quarta-feira, 19 de março de 2014

Fado Maior


(foto: Nuno Fontinha)

Aquilo a que assistimos ontem no Coliseu de Lisboa não foi um concerto. É amor puro em formato de canção. São as entranhas todas, as tripas, o coração, os pulmões, a cabeça, as goelas a mexerem connosco. É fado-morna, fado-bossa, fado-alfama. É fado com calor d'Alentejo. É o vozeirão de um mulheraço embalada numa guitarra portuguesa, e uma vozinha que tremelica ao ritmo do contra-baixo, do filiscorne e do sax contrabaixo. Foi bateria, órgão e cavaquinho. Foi Fausto e 11 músicos em palco.
Separados eram uma coisa. Já tínhamos visto ambos. À Ana Moura até com os Stones e Tim Ries numa noite de jazz. Mas ontem ? ontem foi fusão pura.
O grande João Gilberto dizia que "quem não gosta de samba, bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé." Ou - acrescento eu - doente da alma quando o tema é o nosso novo Fado. 
Com Zambujo e Ana Moura estamos entregues aos deuses. 

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