quinta-feira, 17 de julho de 2025

A Woman

(Coliseu de Lisboa)


"tristeza"
"sem esperança" 
"ressaca" 
"despedidas" 
"finais"
"morrer"

Quando lançou o seu último disco (que adquirimos logo que pudeste), estas eram algumas das palavras que usou para o descrever e
 anunciar a nova digressão, a que ontem tivemos o privilégio de assistir. 
A Beth Gibbons é nossa desde os PORTISHEAD (ainda andávamos na Faculdade). E é nossa desde depois. Quando trabalhou com Rustin Man. As etiquetas deste post dizem qualquer coisa de como é nossa esta mulher. E do que nos faz quando a vemos ao vivo em concerto.
Ontem voltámos. 
Tímida, sem plumas ou lantejoulas, entra e entram e canta e começam a tocar. Não diz nada. Ninguém diz nada. Canta. Não diz quem é (não precisa) e não apresenta ninguém. Canta. Tocam. Uma canção e outra e outra. Como se estivesse numa casa em frente ao oceano ou no meio de uma floresta. E ninguém a pudesse ouvir. Excepto um pássaro. 
Ao fim de bastante tempo, agradece-nos, envergonhada, contorcendo-se sem jeito, se a deixassem fugiria ou enfiava-se palco abaixo, quase nos pedindo desculpa por nos ter tirado de casa para a ir escutar àquela hora a meio da semana.
"Lives Outgrown" são aquelas palavras de cima. É a beleza das coisas tristes. Como os dois bocados do "Out of Season" que escolheu para dar mais. E como se não bastasse esse tanto, ainda termos "Roads" e "Glory Box" (Dummy).

Mas ali também havia outras palavras. "Tens de ser corajosa" dizia ela. "Whispering Love".

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Shahid

 


Ontem na RTP 2. 
Hoje, e por enquanto, disponível aqui.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

o primeiro de sempre



Quem esteve, esteve. Quem não esteve....

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Bill Callahan



Teatro Tivoli. 21h45m. Um homem. Um pedal para o prato, outro para um bombo. Uma guitarra e uma voz. Grave. A mais grave. Bill Callahan é o homem dos quatro instrumentos. 
A solo. 
Diz que vem por pouco tempo porque tem mulher e dois filhos e, de contrário, "eles vão perceber que não precisam de mim e lá terei que voltar para a rua com uma mala e sem ter para onde ir."
A solo.

sábado, 5 de julho de 2025

Sai(u) de Casa


(foto: Matilde)

Conheci a Maria pequena, teen isto é. É filha do Ricardo, um amigo de há 30 anos quando estudávamos Direito (ele menos) e nos púnhamos sobretudo a olhar para as miúdas no bar da faculdade a escolher a mais gira. Falávamos de música, dos Floyd, política às vezes, e sextas à noite íamos p'ró Bairro. No anfiteatro gozávamos com os profs. Depois ele deixou e foi para cinema. Fez bem. E escreveu um livro que até hoje espera para me dar. 
Mas a Maria.
A Maria escreve e compõe. E toca piano. E canta. E tudo isto bem. Tão bem. E já dá concertos no Music Box a suarmos. O primeiro de sempre. E vai lançar agora um disco produzido pelo MARCELO CAMELO. Também estudou e também deixou o Direito. Fez bem. Andou no jazz (Hot) e isso notas (e acordes). A Maria é um pop bom. Tranquilo. De quem está a nascer mas já tem a dizer. Em crescimento. Sem dramas nem revoltas. Bem resolvido. E em português. De voz rouca e fresca como se fosse um pequeno ribeiro que começou a escorrer entre rochas de granito.
A Maria Leitão. A miúda faz-se.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Cão Danado

 


Michael Madsen (1957 - 2025)

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Diogo Jota (1996 - 2025)



Gostava de o ver jogar. Classe dos pés à cabeça e um avançado irreverente e felino.
Uma tragédia do caraças, uma notícia incompreensível e chocante e uma história tão dramaticamente portuguesa.

terça-feira, 1 de julho de 2025

a Dispedida

Começámos a despedir-nos quando chegaste. 
Não há 15 anos, mas no dia da tua volta e te fomos receber porque íamos assistir ao adeus das tuas botas e abanar de saudade quando deixasses de desequilibrar o campo com uma finta que só tu entendias ou com um passe para a baliza (se marcavas um penalty ou um livre directo). 

Começámos a despedir-nos quando percebemos que a magia inesperada das tuas vírgulas e passes de letra era um alfabeto novo e que esse maravilhoso desprezo pela gramática era chutado para a eternidade. 
Quando compreendemos que o prodigioso drible curto com o berlinde nos pés não eram nossos jamais e que a bicicleta ou o golo olímpico entravam para nunca mais. 
Ou quando desapertavas esse ilógico troca-pés e a repentina canhota se libertava de uma ginga torta e oblíqua e que desmontava toda a defesa, para depois aninhar a menina no golo dos outros. E tudo isto fosse já uma lembrança velha nos relvados.

Começámos a despedir-nos de ti quando regressaste. Quando vimos que a curva-contra-curva onde viravas adversários se ia fechar e nos podíamos despenhar. 
Quando nos falta o chão e somos o choro de um velho nas bancadas, porque o teu nome já não é do jogador, mas sim de um mito.

Mundial !


sexta-feira, 27 de junho de 2025

expresso do oriente


«Toki tinha vinte e seis anos, mas a sua bela pele branca fazia-a parecer uns quatro anos mais nova. Os seus olhos, com enormes pupilas negras, cativavam a clientela. Quando os clientes lhe diziam alguma coisa, sorria e olhava para eles, revirando os olhos para cima, o que lhe valia o seu gáudio. E ela estava ciente disso. O rosto oval e a delicada área entre os lábios e o queixo davam-lhe um perfil esbelto.
Isso explicava porque é que alguns dos clientes a tentavam seduzir.»

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Linguado


O monólogo deleite comedor e táctil pela língua portuguesa. 
O espectáculo das palavras. A aventura do falar. 
Hoje num CCB à cunha.

terça-feira, 24 de junho de 2025

domingo, 22 de junho de 2025

sábado, 21 de junho de 2025

Democrats, Unite !


 «"Democrats united": I use this phrase with care. I don't intend it to be an insult, or to imply that the democratic world should become a mirror of the autocratic world. On the contrary, I am using it because I believe the citizens of the United States, and the citizens of the democracies of Europe, Asia, Africa, and Latin America, should begin thinking of themselves as linked to one another and to people who share their values inside autocracies too. They need one another, now more than ever, because their democracies are not safe. Nobody's democracy is safe.

Americans, with our long history of imagining ourselves to be exceptional, would do well to remember that our domestic politics have always been connected to, and influenced by, a larger struggle for freedom and the rule of law around the world. Europeans who aspire to a Fortress Europe also need to wake up to the reality that Russian influence campaigns and Chinese commercial interests are already shaping their politics and limiting their choices. We are used to thinking of "the West" influencing the world, but nowadays the influence often runs the other way. Even if we don't believe it or don't acknowledge it, that won't make it go away.

Most Parisians, Madrileños, New Yorkers, and Londoners do not have strong feelings about the political leaders of Russia, China, Iran, and Venezuela. But those rulers pay close attention to what happens in Paris, Madrid, New York, and London. They understand that the language of democracy, anticorruption, and justice - language we often use without thinking about it - poses dangers to their power. They will continue to try to mold our politics and our economics to their advantage, even if we cover our eyes and ears and refuse to notice, as many would prefer.»

quarta-feira, 18 de junho de 2025

terça-feira, 17 de junho de 2025

Mundial

(foto: A. Marchante)

 Benfica 2 - Boca Juniors 2

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Brian Wilson (1942 - 2025)

 


O último irmão Wilson. O génio. A música na cabeça. A voz. As vozes na cabeça. A alma dos Beach Boys. Tanta tanta tanta.
God Only Knows, Good Vibrations, Wouldn't It Be Nice, Don't Worry Baby, I Get Around, Surf's Up.... Caroline, No...

Quarentões

Lembro-me bem. De 85 e de 86.  E do que nos diziam na escola. Do que passava nas televisões. Nas rádios. Dos GNR. Da alegria. Da esperança. 

Lembro-me da ânsia. De querer mesmo pertencer. À Zooropa

Também me lembro mais tarde. Dos inter-rails e viajar e ser livre. Como os Erasmus

Com crises pelo meio, como qualquer casamento. Das tristes   deseuropas

Mas continuámos e continuamos. E passado este tempo só posso dizer: Ainda bem !

terça-feira, 10 de junho de 2025

on the beach *



Fonte de Telha

* acho que o Neil Young não diria melhor.

sábado, 7 de junho de 2025

Much More


Ouvir Pulp no século XXI é como receber velhos amigos em nossa casa. 

Novo disco já cá canta. 
Superlativo.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Psycho Killer

Não é segredo nenhum. Aqui somos Saoirse.

E quando os Talking Heads resolvem fazer um vídeo novo para celebrar os 50 anos do primeiro concerto no CBGB, o resultado só pode ser cinema. 

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Gageiro (1935 - 2025)



exposição é sempre a melhor homenagem. 

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Vicky Krieps *


The Dead Don't Hurt

* que já conhecíamos da 'Ilha de Bergman'. E também daqui (é ela a musa), embora na altura fosse ainda cedo para nos recordarmos.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

o árabe do passado

 


E eis que do futuro chega o passado. Para preencher a lacuna que foi a perda do irmão.
Queremos o resto.