Desde que entramos para dentro da sala, no Fonte Nova, parece que nos enganámos. Não no filme (embora não soubéssemos ao que íamos e isso é bom), mas na pessoa que está no filme. A quem nunca realmente percebemos.
Todo o filme é um bocado esquisito, esquisito no sentido óptimo que os ingleses dão à palavra abnormal, que anda à volta da confusão de uma pessoa que não é desarrumada, só muito ocupada, e dos erros e erros de alguém que manifestamente não encaixa no mundo "normal". Ela que veio de Sacramento, de uma família tradicional que reza e se reúne no Natal e que, portanto, nesse desencaixe permanente só podia encontrar algum lugar em Nova Iorque, a cidade onde tudo pode caber. E de repente somos nós que temos a cabeça confusa com tanto passo em falso, com tanta trapalhada emocional e com tanta coisa que nem ela percebe bem e que é um remoinho de instabilidade. Não é só o corpo e a linguagem que parecem desacertados. Parece que há várias pessoas ali dentro, cada uma a querer falar e fazer ao mesmo tempo que as outras e tudo a ficar incompleto. Ai, Frances Ha !, se fosse teu amigo ficava preocupado. Todos temos que encontrar um caminho, Frances Ha.
Mas depois, no meio dos tropeções que andam dentro daquela cabeça, há um momento lindo e esse vale toda a pena.
vou ver hoje... espero que não seja mais uma trapalhada hipster com momentos awkward alternados com momentos fofinhos como quem está ali a fazer um filme que se quer blasée mas com pretensões intelectuais e depois espremido não é nem uma coisa nem outra... desses já tive a minha dose hehe
ResponderEliminarÉ muito bom :D
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