(Hubert Robert, 1770-1790)
«Têm sido realizados muitos filmes sobre Nero, mas nunca resistem a transformá-lo numa caricatura. Não há qualquer necessidade de o fazer; ele próprio já era caricatural. Essa depravação pitoresca atrai os biógrafos. Eu nunca seria capaz de escrever uma biografia de São Francisco ! E de certeza preferia jantar com Nero do que com Adriano.
(...) Ele era um monstro. Mas era mais do que isso. E aqueles que o precederam e lhe sucederam não foram melhores. Os monstros verdadeiros, como Hitler e Estaline, não tinham imaginação [como a de Nero]. Mesmo hoje, estaria à frente do seu tempo. Escrevi o meu livro há 35 anos, precisamente porque queria reabilitá-lo.»
Roberto Gervaso, sobre "Nerone"
"Haverá sempre dificuldade em 'reabilitar' um homem que, segundo testemunhos históricos, encomendou o assassínio da sua primeira mulher, Octávia; pontapeou até à morte a segunda mulher, Poppaea, quando ela estava grávida; ordenou o assassínio da própria mãe, Agripina, a Jovem (possivelmente depois de ter relações sexuais com ela); talvez assassinasse também o seu irmão adoptivo, Britannicus; deu instruções ao seu mentor, Séneca, para que cometesse suicídio (o que ele fez, com solenidade); castrou um jovem adolescente, casando-se de seguida com ele; supervisionou o incêndio de Roma, em 64 d.C. e atribuiu as culpas a um grupo de cristãos (incluindo São Pedro e São Paulo), que foram presos e decapitados, ou crucificados e atirados às chamas para iluminarem uma festividade imperial. As provas contra Nero parecem ser definitivas. E no entanto... "
in National Geographic - Setembro de 2014
* poeta Marcial.
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