O
golo para mim é mais do que uma coisa só bela. É sagrado. Quando bem executado,
é um pequeno miracolo. Como o deste rapaz do sul de Itália, vai para 10
anos.
Com
uma equipa no mínimo estranha, o Benfica até já tinha eliminado o
Manchester United (de Sir Alex, Van der Sar, Rio Ferdinand, Giggs,
Scholes, Rooney e do nervoso Ronaldo). E tão pouco tempo depois do
passamento de George Best... Parecia bênção.
À
Luz voltavam as míticas quartas-feiras europeias e há anos sem
chegar tão longe na maior competição do planeta, numa espécie de oblivion desportivo.
Agora, era
o Liverpool pela frente, com números dourados nas costas por ser campeão
europeu em título.
Mas
foi assim que o Benfica chegou aos quartos de final. Primeiro 1-0 em casa, eu
e o mano e uma cabeçada do Luisão. Depois, melhor ainda. 2-0 em
Anfield Road, e um amigo a captar no telemóvel o momento final e o eco de
"Mi, Mi, Miccoli".
Simão
até já tinha feito um golo de bancada para nos pôr na rota do Barcelona, mas a bicicleta ou moinho de Fabrizio,
esse é que era o tal. Um golo que não era suposto, porque a bola vinha gelada dos pés tortos do Beto, e teve que ser Miccoli a corrigi-la para o lugar merecido. Picou a bola para a acalmar, levantou a jeito e fez um quadro. Num remate que acaba o jogo em grande beleza. E
que faz do golo dádiva e verdadeiro cinema.
Miccoli terminou hoje a carreira. Mas é já eterno.
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