São notícia esta semana as cenas caricatas de Relvas no espaço público.
E hoje o jornal 'i' escreve que o "Movimento Que Se Lixe a Troika vai perseguir membros do governo até ao dia da manifestação".
Acho pouco.
Parece um bocado aquela lógica do "agarrem-me que eu desfaço-o".
O que é mesmo preciso é dar um passo em frente.
Já o disse aqui, em qualquer país democrático os cidadãos livres recorrem à Tarte quando se trata de pôr na ordem os seus políticos. Quando chega a hora de lhes mostrar que do pó vieram e ao pó hão-de voltar. Na Bélgica, na Holanda, no Canadá, em França.
Há realmente momentos na vida de um país em que se esgotam os argumentos, porque a ética, a lógica e o bom senso acabaram.
Uma tarte, peço desculpa por repetir, é doce, higiénica e saudável, e coloca certo político ao nível da sua prática. Devíamos usá-la como a um lenço de papel. Lá porque em Portugal há uma fraquíssima capacidade de encaixe, não quer dizer que nos conformemos com isso.
Em Portugal os políticos têm medo de perder a pose. Mas só se lhes sujarem o fato. Quando se trata das licenciaturas, de aceitar um lugar de administrador numa empresa que teve negócios com o Estado quando eram ministros, ou, simplesmente, de mentir em público, não se importam da lama.
Uma tarte num político - se acertar - não é crime. É democrático. É uma legítima manifestação espontânea de um cidadão descontente.
Sou a favor da Tarte.
A Tarte é sério. Diz muito sem ter que gritar. Desanuvia. É evoluído e civilizado. Repare-se como os anglo-saxónicos têm uma expressão própria para a situação: being pied. Ou, no caso dos francófonos: entarté.
Além disso, os nossos não são mais que os outros. Aqui têm um Sarkozy "entarté".
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