Os alemães simplesmente, não têm jeito para viver. A dolce vita dá cabo deles. Não troco a noite de Nápoles por um serão em Munique. Não troco um penne por um bratwurst. Nem os telhados de Siena pelo castelo de Würzburg.
Entra-se numa igreja alemã (a Baviera é católica, terra do pobre Bento XVI, um alemão vencido pela decadência romana), e percebe-se o sofrimento, a expiação, o sacrifício como templo de vida. Os apóstolos andam armados. Entra-se numa igreja italiana e vê-se o deboche como suprema representação de vida na arte.
Os alemães pensam que a dolce vita é um nome de um cocktail esquisito. O pior é que temos de viver todos juntos na Europa.
Ou a Alemanha se habitua ao sul onde tanto gosta de se banhar ou desiste. Nunca seremos alemães. Somos uns trapalhões.
Uns palhaços (pobres). Uns ladrões.
Scientifico, no ?
Clara Ferreira Alves
'Expresso', 2.03.13
- Roma, Outubro de 2010 -
(foto andré)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Are You talkin' to Me ?