Em casa ouvia falar. As Presidenciais. As primeiras sem militares, sem o esfíngico Eanes.
Colossos para pôr a cruzinha. Soares, Freitas, Zenha, Pintasilgo. Freitas mas pouco. 2ª volta. Segunda volta. Com sapos e tudo.
"Soares é fixe e o Freitas que se lixe !". Caravanas e bandeiras. Às cavalitas do meu pai no comício de encerramento no Rossio e o Rui Veloso no palco. Vitória. Porque a minha vitória é verdadeiramente grande se os adversários também o forem.
É por isso que dói ver ao que isto chegou. 10 candidatos, é certo. E isso até podia ser bom. Participação activa. Vontade (alguma, talvez). Mas.
O que custa é não mexerem connosco. Parece que só olhamos para eles e dizemos: "Gosto daquele. Dou-lhe um 9 e meio!", ou, como dizia o outro, "pior do que com aquele que lá estava, não ficamos..."
Não despertam o debate. E depois observamos a distância a que esta relação chegou, que já nem é divórcio. É pura falta de comparência. 50% de abstenção, mesmo com os cadernos eleitorais cheios de pó e músicas de enterro. God damn it !
Não despertam o debate. E depois observamos a distância a que esta relação chegou, que já nem é divórcio. É pura falta de comparência. 50% de abstenção, mesmo com os cadernos eleitorais cheios de pó e músicas de enterro. God damn it !
Porque se
participava. Discutia-se muito. E eram Ideias. Política
com nome próprio. E à noite, os
amigos dos meus pais reuniam-se em nossa casa para assistirem às Eleições.
Discutir mais. E viver esses dias com entusiasmo.
Porque não eram, não eram definitivamente, concursos de Misses.
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