Não sei o que o concerto dos Blur no Primavera Sound vai trazer. Não estou lá para ver e não há crónica nenhuma que bata os nossos ouvidos.
Não sei se vai pingar para o nostálgico ou se vão ser grandes e rebentar com o público.
O que sei é que os apanhei vai para 20 anos, num Coliseu de Lisboa, a transpirar de cheio, para se ouvir o quarto álbum destes quatro rapazes a quem chamavam brit, quando ainda não havia festivais ou telemóveis.
Na altura a vida começava ainda. Damon Albarn terminava o concerto em cima duma coluna de 3 metros de altura e de onde no final se terá projectado. A faculdade estava no princípio. Deixávamos o liceu para trás e o que nos prendia à infância e que já cansava. Queríamos subir todos os degraus e ir para o centro do mundo, que era mesmo novo e tínhamos todo o tempo para ele. Sem rede e de pulmões escancarados, com a paixão de quem respira de verdade.
Estamos mais velhos e o mundo está estranho. Não cumprimos todas as promessas mas fazemos por isto. Os Blur têm todos 40 anos, regressaram a Portugal e não sabem se vão continuar. Espero que a noite lhes corra bem.
e correu, andré, correu mesmo muitíssimo bem.
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