As pessoas estão a ficar fartas e perceberam o seu poder.
O movimento Occupy Wall Street, os motins em Londres em 2011, a Primavera árabe, as largas manifestações contra a austeridade em Portugal, Grécia, Itália, Espanha e até Berlim, em Chipre, o movimento Femen na Rússia de Putin, as manifestações da Praça Taksim, em Istambul, e agora o Brasil em Junho de 2013.
"Citizens, not subjects", líamos na guitarra de Robert Smith, no concerto dos Cure do ano passado em Lisboa.
Não é que no passado não tenha havido grandes mobilizações de massas capazes de alterações, mas essas geralmente culminavam em revoluções ou rupturas de regimes.
Agora as coisas estão diferentes. As pessoas já desconfiam por princípio dos políticos e não acreditam no que lhes dizem, cansadas de anos e anos de traições. Mas compreendendo que têm uma dificuldade de se organizarem para além das convocatórias que fazem através das redes sociais, também perceberam que as mudanças começam nas ruas e é daí que querem falar aos seus governantes e onde apresentam as suas reivindicações, com cartazes, palavras de ordem, flores, dançando ou fazendo silêncio. Assistimos, portanto, a uma deslocalização da política, do Parlamento para as ruas. E os políticos, que perdem a antiga legitimidade governativa, têm de a ir buscar onde está o cidadão. E ou os ouvem, ou são atropelados pelos acontecimentos.
As pessoas compreenderam o seu poder e estão a ficar fartas.
A 'Folha de São Paulo' documenta.
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