quinta-feira, 27 de novembro de 2014
O Sport Europa e Benfica
Como já aqui escrevi, sou do Benfica por causa do Belenenses. Sem pai que amasse o futebol e me levasse ao Estádio e com as outras referências familiares acorrentadas a um inexplicável e atormentado sportinguismo, sobravam-me a rua e a liberdade.
Mas foi com o Benfica europeu que me apercebi da chama universal deste clube. Com as eliminatórias contra o Steaua, com os discursos do grande Diamantino, com a final da TCE contra o PSV (e como ela me doeu na biqueira da alma !), com os derbies contra o Liverpool nos anos 80 (mesmo goleados), com a épica meia-final contra o Marselha e a honesta mão do Vata. Com a final contra o Milan logo a seguir, assistida na poltrona nervosa do velho amigo, que as eliminatórias contra o Arsenal, a Juventus em '93, o 4-4 contra o Bayer em '94 e a impossível (ainda hoje) meia-final contra o Parma insistiam em ferrar com o espeto em brasa.
Foram estas quartas-feiras que cimentaram em mim o valor Imensidão. Eu que, ó castigo!, não nasci a tempo dos gloriosos anos 60 !
Depois cuspiram-nos para os Celtas, os Espanhóis, os Getafes e outras tristezas que nem vale a pena contar aos filhos.
Mas há pouco tempo O Benfica devolveu-nos ao seu lugar por direito e eliminámos o Manchester United de Cristiano, Giggs e Ferguson, o Liverpool (campeão europeu em título), com golos de sonho em Anfield. Ainda batemos o pé ao Barcelona (e como !), o futuro campeão europeu desse ano.
Mais recentemente ainda, regressámos a duas finais consecutivas, contra Chelsea e Sevilha, ganhas em glória a Fenerbache e Juventus, mas perdidas vá-se lá saber porque Bella Guttmans. Em ambas carimbei o passaporte com o mano e parceirinho querido. Respirar o velho benfiquismo durante todo um dia, que dura dois ou três, e gritar aos céus Viva o Benfica!
Por isso, sermos afastados (sim, falo no plural !) antes do fim do ano de todas as competições europeias, para mais contra o bafiento e horrível Hulk, e saber que a meio da semana não nos vamos pisgar mais cedo do trabalho porque o Benfica joga, e ter que explicar em casa que este ano acabou, raia o limite do insuportável.
Os doutores que digam que não temos "equipa Champions". Para mim o que fica é a saudade de saber que nos próximos meses os aeroportos do velho continente não se vão encher com os melhores adeptos do mundo, com a cor mais linda que há no sangue, e isso é muito triste. Porque nos impede de sonhar.
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