domingo, 30 de dezembro de 2012
sábado, 29 de dezembro de 2012
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Cordas maravilhosas
Sempre adorei guitarras. Todas. E de todas as nações. Universais.
Banjos, slide-guitars, alaúdes, cítaras, a "kora" africana, baixos, cavaquinhos, o "bouzouki" que é grego, violoncelos tocados como contra-baixos, violinos tocados como violas. Até a chata da harpa. Porque tem cordas.
Sempre me fascinaram os instrumentos de cordas. Fazer vibrar muito intensamente uma ou várias cordas muito tensas, amplificadas numa caixa ou com um pick-up, e que, bem tocadas, produzem sons magníficos. Para isso é que temos os grandes mestres.
Às vezes pego nas minhas duas guitarras, a clássica e a eléctrica, uma para os putos a outra para mim, e fico ali a dedilhar, que é mais a entreter.
Tocar é extrair um som. Vários sons seguidos. Com calma e amor. Este ano gostava de uma guitarra-folk.
Agora, oiçam isto.
Adoro viajar.
Banjos, slide-guitars, alaúdes, cítaras, a "kora" africana, baixos, cavaquinhos, o "bouzouki" que é grego, violoncelos tocados como contra-baixos, violinos tocados como violas. Até a chata da harpa. Porque tem cordas.
Sempre me fascinaram os instrumentos de cordas. Fazer vibrar muito intensamente uma ou várias cordas muito tensas, amplificadas numa caixa ou com um pick-up, e que, bem tocadas, produzem sons magníficos. Para isso é que temos os grandes mestres.
Às vezes pego nas minhas duas guitarras, a clássica e a eléctrica, uma para os putos a outra para mim, e fico ali a dedilhar, que é mais a entreter.
Tocar é extrair um som. Vários sons seguidos. Com calma e amor. Este ano gostava de uma guitarra-folk.
Agora, oiçam isto.
Adoro viajar.
o Natal não é todos os dias
Era hoje.
Momento único. Cópia digital em reposição nos cinemas de Lisboa e Porto.
Não se pode ter tudo. E isso é uma merda.
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Oh me Oh life
sábado, 15 de dezembro de 2012
"Lisboa Song"
«(...) ela abriu os olhos, espantada, disse-me, afinal não sei nada de ti, é como no princípio, percorremos juntos o mesmo caminho e, no fim, sabemos tanto como antes, os caminhos não são os mesmos, disse-lhe, apenas durante algum tempo correm lado a lado, e isso é o melhor que o engenho humano consegue construir, duas linhas sinuosas em prodigioso equilíbrio, conservando entre si a mesma distância relativa pelo mais longo período de tempo possível, mas o que existia antes como que se apaga, dissolve-se na obsessiva procura do presente, agora amo-te, e é um único instante, e esse instante é também a mágoa de te perder no instante seguinte, e a angústia de poder não te ter encontrado no instante anterior.
Ela avançou para mim, com as mãos atrás das costas, repetiu o meu nome, uma, duas, muitas vezes, e parecia ouvir dentro de si o eco que o dizia. Depois, perguntou-me, apenas um instante ?, eu fiz que sim, e beijámo-nos, mas nessa altura já sabíamos que estávamos condenados ao terror do instante a seguir.»
António Mega Ferreira
Ela avançou para mim, com as mãos atrás das costas, repetiu o meu nome, uma, duas, muitas vezes, e parecia ouvir dentro de si o eco que o dizia. Depois, perguntou-me, apenas um instante ?, eu fiz que sim, e beijámo-nos, mas nessa altura já sabíamos que estávamos condenados ao terror do instante a seguir.»
António Mega Ferreira
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Querem mesmo acabar com todos os Monstros de uma só vez
Ravi Shankar
1920-2012
Yehudi Menuhin
Tinha 16 ou 17 anos quando tive o primeiro contacto com Ravi Shankar. Foi quando vi o filme sobre o Monterey Pop Festival, de Pennebaker, na RTP2, que já meti aqui. A surpresa foi total e imediata.
Que faria aquele homem de 50 anos no meio dos hippies de Monterey ?
Porquê uma sitar em cima dum palco entre as guitarras e vozes eléctricas das bandas psicadélicas dos anos 60 ?
Depois foi o encantamento, a hipnose. O pasmo perante a beleza daquela nova sonoridade. O desejo absoluto de ir à Índia (que ainda hoje me persegue), de me penetrar por aqueles ares de paz, revelação e despojamento.
Mais tarde, vi-o no Woodstock. O Pandit novamente no meio de cabelos compridos e dos símbolos de paz. De resto, Shankar dizia que as lamas de Woodstock daqueles dias lhe faziam lembrar a Índia e que só podia sentir-se em casa.
Tinha a impressão que Shankar ia viver para sempre. Que era "imorredouro", como ouvi hoje um músico dizer. E agora terminou.
Talvez não, se acreditarmos no cálice da vida eterna que são os discos e filmes que gravou.
o Natal já chegou
(ontem, na Aula Magna)
É incrível o que se pode fazer com uma guitarra ou com um piano. E aquilo que se pode fazer quando ambos se juntam.
E é lindo fazer tudo o que se quer com eles.
Mais quando se encontram Al Di Meola e Gonzalo Rubalcaba, mestres absolutos, músicos que têm aranhas em vez de mãos e patas de centopeia em vez de dedos. E o duo passa a trio ou a orquestra, ou ao que os deuses quiserem.
Quando isto acontece, não é terça-feira ou dia de semana, não se fazem orçamentos pré-natalícios, não temos filhos e a crise não entra aqui.
Não é magia, nem sexo.
É só beber.
E no final, "Mediterranean Sundance". Que puta de concerto !
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
110 Anos
Há sítios a que chamamos Casa: o CIF, Clube Internacional de Football.
O CIF foi o primeiro clube de futebol de Lisboa, fundado em 1902, quando ainda viviam reis e rainhas em Portugal. Com bigodes que enrolavam nas pontas porque era a moda.
Em Monsanto, dentro dos pinheiros de Monsanto.
Fez no sábado 110 anos.
E eu, sócio do clube há 22, quase a receber o emblema de prata.
No CIF aprende-se cedo o significado da palavra Desporto. Que não é o mesmo que ganhar. Desporto é o desporto pelo desporto.
E desporto também não é só o foot-ball. Por causa do futebol é que o CIF deixou a primeira divisão. O debate era profissionalizar e ganhar dinheiro, mas o CIF era diferente e quis ser Amador.
Só quem ama assim é que verdadeiramente ama. Só assim era mesmo Desporto. E é por isso que continuamos a ver no 'Estádio Pinto Basto' várias competições de futebol, mas todas de amador, e os miúdos novos a aprenderem o jogo.
No CIF também havia o hóquei, o basketball e o ténis.
E o ténis é um desporto lindo. No CIF ainda mais bonito.
Tem uma boa trintena de courts, de terra batida, rápidos, porosos e cobertos. E tem as árvores.
O CIF é um clube de gentlemen, onde os cavalheiros se encontram para uma partida de ténis. Aqui ainda se faz cerimónia. E está muito bem.
O encontro é à hora. O court já foi tratado, primeiro com uma regadela para o pó de tijolo assentar, e depois escovado com a rede no solo para alisar.
Cumprimentamo-nos com um shake hands antes do início, tiramos as raquetes e as bolas do saco e desejamos um bom jogo ao adversário. Terminado o match, voltamos a dar um aperto de mão. E prometemos a desforra.
A seguir, tomamos um duche rápido nos balneários (revestidos de madeira e de vapor), trocamos impressões sobre aquela direita que não saiu, ou sobre o serviço que hoje estava fraco.
No final, dirigimo-nos ao bar que dá sobre o Court Central onde nos servem um gin tónico ou uma "Green Sands". No canto da sala, a televisão, sempre sintonizada na 'Eurosport', dá conta das últimas do desporto internacional. À saída, os cavalheiros pagam o court na Secretaria e vão trabalhar, que são 9h30. E é por isso que chegam a velhos.
Foi na Escola do CIF que aos 11 anos entrei neste ritual.
Aliás, foi antes, ainda pequeno, quando o meu pai achou que estava na altura de aprender a apanhar bolas.
Lá íamos, o meu pai jogar com os meus tios, e eu com um primo, apanhar as bolas, o que fazíamos com desvelo, habituados a ver na televisão os rapazinhos dos torneios do circuito ATP, de Wimbledon ou do Rolland Garros, a correr ou agachados junto à rede.
E foi assim que aprendi as regras do jogo. A olhar. Quando é que a bola era "boa", quando é que era "out", porque é que a vantagem era "nula" e como era estranha a marcha do resultado.
Quando me fartava, ía mandar umas bolas à parede com a raquete de madeira da minha Mãe, uma Slazenger de museu, razoavelmente empenada.
Mas aos 11 comecei mesmo a jogar ténis, semanalmente até aos 17, e participei nos torneios de pré-competição que eram organizados no Estádio Nacional, em Monsanto, em Oeiras ou no CIF, os Sport-Goofy. Uma vez ganhei uma medalha, noutra fui à final com um tipo do Benfica. Perdi. Era na Luz, e isso era demais para o coração.
Regularmente, também fui sempre jogando com alguns amigos e nunca perdi a minha direita e uma força mental que não tinha em mais lado nenhum.
Gosto sempre de voltar a Casa, de ir ao CIF.
E agora, mesmo que o velho Sr. Henrique tenha regressado à Aldeia-das-Dez (perto do Piódão) e o Sr. Agostinho tenha pedido a reforma e não exista mais para nos azucrinar a cabeça, é onde às vezes levo os putos, para começarem a aprender as regras do jogo.
No Clube do preto e branco.
O CIF foi o primeiro clube de futebol de Lisboa, fundado em 1902, quando ainda viviam reis e rainhas em Portugal. Com bigodes que enrolavam nas pontas porque era a moda.
Em Monsanto, dentro dos pinheiros de Monsanto.
Fez no sábado 110 anos.
E eu, sócio do clube há 22, quase a receber o emblema de prata.
No CIF aprende-se cedo o significado da palavra Desporto. Que não é o mesmo que ganhar. Desporto é o desporto pelo desporto.
E desporto também não é só o foot-ball. Por causa do futebol é que o CIF deixou a primeira divisão. O debate era profissionalizar e ganhar dinheiro, mas o CIF era diferente e quis ser Amador.
Só quem ama assim é que verdadeiramente ama. Só assim era mesmo Desporto. E é por isso que continuamos a ver no 'Estádio Pinto Basto' várias competições de futebol, mas todas de amador, e os miúdos novos a aprenderem o jogo.
No CIF também havia o hóquei, o basketball e o ténis.
E o ténis é um desporto lindo. No CIF ainda mais bonito.
Tem uma boa trintena de courts, de terra batida, rápidos, porosos e cobertos. E tem as árvores.
O CIF é um clube de gentlemen, onde os cavalheiros se encontram para uma partida de ténis. Aqui ainda se faz cerimónia. E está muito bem.
O encontro é à hora. O court já foi tratado, primeiro com uma regadela para o pó de tijolo assentar, e depois escovado com a rede no solo para alisar.
Cumprimentamo-nos com um shake hands antes do início, tiramos as raquetes e as bolas do saco e desejamos um bom jogo ao adversário. Terminado o match, voltamos a dar um aperto de mão. E prometemos a desforra.
A seguir, tomamos um duche rápido nos balneários (revestidos de madeira e de vapor), trocamos impressões sobre aquela direita que não saiu, ou sobre o serviço que hoje estava fraco.
No final, dirigimo-nos ao bar que dá sobre o Court Central onde nos servem um gin tónico ou uma "Green Sands". No canto da sala, a televisão, sempre sintonizada na 'Eurosport', dá conta das últimas do desporto internacional. À saída, os cavalheiros pagam o court na Secretaria e vão trabalhar, que são 9h30. E é por isso que chegam a velhos.
Foi na Escola do CIF que aos 11 anos entrei neste ritual.
Aliás, foi antes, ainda pequeno, quando o meu pai achou que estava na altura de aprender a apanhar bolas.
Lá íamos, o meu pai jogar com os meus tios, e eu com um primo, apanhar as bolas, o que fazíamos com desvelo, habituados a ver na televisão os rapazinhos dos torneios do circuito ATP, de Wimbledon ou do Rolland Garros, a correr ou agachados junto à rede.
E foi assim que aprendi as regras do jogo. A olhar. Quando é que a bola era "boa", quando é que era "out", porque é que a vantagem era "nula" e como era estranha a marcha do resultado.
Quando me fartava, ía mandar umas bolas à parede com a raquete de madeira da minha Mãe, uma Slazenger de museu, razoavelmente empenada.
Mas aos 11 comecei mesmo a jogar ténis, semanalmente até aos 17, e participei nos torneios de pré-competição que eram organizados no Estádio Nacional, em Monsanto, em Oeiras ou no CIF, os Sport-Goofy. Uma vez ganhei uma medalha, noutra fui à final com um tipo do Benfica. Perdi. Era na Luz, e isso era demais para o coração.
Regularmente, também fui sempre jogando com alguns amigos e nunca perdi a minha direita e uma força mental que não tinha em mais lado nenhum.
Gosto sempre de voltar a Casa, de ir ao CIF.
E agora, mesmo que o velho Sr. Henrique tenha regressado à Aldeia-das-Dez (perto do Piódão) e o Sr. Agostinho tenha pedido a reforma e não exista mais para nos azucrinar a cabeça, é onde às vezes levo os putos, para começarem a aprender as regras do jogo.
No Clube do preto e branco.
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Racket Club
domingo, 9 de dezembro de 2012
sábado, 8 de dezembro de 2012
"how high the moon"
Na 'Ler Devagar'
(foto: Matilde)
(foto: Matilde)
Tinham emigrado, ou estavam exilados, ou lá o que era. Foragidos, é isso.
Com eles, os meses passavam. Passavam anos.
Envelheciam feitos de meses e feitos de anos, que tinham pernas. Pernas que eram andas. Que passavam porque não podiam deixar de passar. Foragidos do tempo que não era deles.
Com eles não havia remédio. Era assim. Até ao fim de todos os tempos. Demasiado parecidos para ser perfeito.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
"Porque a vida só se dá pra quem se deu, Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu" *
"Não é o ângulo recto que me atrai, nem a linha recta, dura e inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual - a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos rios, no corpo da mulher amada."
Oscar Niemeyer
15.12.1907 - 5.12.2012
Oscar Niemeyer, Vinicius de Moraes, a mulher Lila e Tom Jobim
Tirado daqui. Gracias Joaninha !
* Vinicius de Moraes, 'Como dizia o Poeta'
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
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