O dia ainda não levantou. Saímos às 7h15m para Puerto Punta Bandera, onde vamos apanhar o barco que nos leva ao Glaciar Upsala, outro magnífico.
Pelo caminho, icebergues do tamanho de navios.
Neva, mas é uma neve pacífica e calada, e embora nos garantam que "só" estão 2º C, no deck do barco posso apostar que estão uns 10 graus negativos.
Não demoramos a chegar à Baía de Onelli, onde atracamos. Atravessando a pé um pequeno bosque gelado, com cerca de 1 km e cheio de árvores caídas, chegamos aos glaciares Onelli, Bolado e Agassiz. Tudo tão profundamente calmo.
Este lugar parece um céu. E a neve continua a cair.
De El Calafate a Ushuaia é uma hora e qualquer coisa de avião.
No sul dos súis e a 1000 kms da Antártida, olho para os 4º C do termómetro. Só para saber.
Sem ter ninguém à espera, lá encontramos uma hospedaria que tem um quarto para 3 dias.
Perfazemos a rua principal (San Martin) e desembocamos no 'Tia Elvira', um restaurante em frente ao porto que nos põe na mesa a santola mais fresca que algum dia provei. Se me dissessem que a tinham roubado ao mar há dois minutos, teria acreditado.
Ushuaia é a capital da Terra do Fogo. Chamam-lhe a cidade do fim do mundo e o princípio de tudo. Fico a pensar no assunto.
É uma cidade portuária, no extremo da Cordilheira dos Andes e separada do continente pelo Estreito de Magalhães, do nosso Fernão de Magalhães. Cercada por várias montanhas, o Cerro Bonetti, o Alvear e o Monte Olivia, era a terra dos índios Yamaná, há muito desaparecidos e de quem só restam as fotografias de princípio do século XX que se encontram expostas em grande parte dos lugares turísticos.
Bastante mais desenvolvida que El Calafate, Ushuaia é o destino de muitos argentinos que ao fim de semana vêm para fazer ski. Os hotéis estão cheios e as ruas repletas de gente e barulho.
Ushuaia, porto que mira para poente.