Estádio Universitário de Lisboa |
sexta-feira, 29 de julho de 2022
quarta-feira, 27 de julho de 2022
segunda-feira, 25 de julho de 2022
quinta-feira, 21 de julho de 2022
terça-feira, 19 de julho de 2022
Orwell, como o rio
Para além do meu trabalho como escritor, tenho uma paixão por jardinagem, e em particular por horticultura. Não suporto as grandes cidades, o barulho, os carros, a rádio, a comida em conserva, o aquecimento central e o mobiliário "moderno".»
quinta-feira, 14 de julho de 2022
quarta-feira, 13 de julho de 2022
Jazz no Goethe *
* no Campo de Santana, onde durante dois anos, entre os 15 e os 16, estudava alemão (pouco, confesso).
Etiquetas:
Concertos,
Jazz,
Lx Story,
Oh me Oh life
quinta-feira, 7 de julho de 2022
o seu nome foi Anna
As pessoas dizem-me com frequência que sou pessimista, que não acredito na força do povo russo; que sou obsessiva na minha oposição a Putin e não vejo nada para além disso.
Vejo tudo e esse é o problema. Vejo tanto o que é bom como o que é mau. Vejo que as pessoas gostariam de que a vida mudasse para melhor, mas são incapazes de fazer com que isso aconteça, e que, para ocultar essa verdade, se concentram nos aspectos positivos e fingem que os negativos não existem.
De acordo com a minha maneira de pensar, um cogumelo que cresce sob uma grande folha não pode limitar-se a esperar que não se apercebam dele. Quase de certeza que alguém o vai ver, cortar e devorar. Se nascemos seres humanos, não podemos comportar-nos como cogumelos.
(...)
Os jovens continuarão a ser mortos em massa, no Exército. Em guerras e também fora das guerras, todos os que não estão "do nosso lado" serão abatidos a tiro ou mandados apodrecer e morrer nas cadeias. Isso se tudo continuar como é agora.
(...)
Até agora, não há sinais de mudança. As autoridades do Estado continuam surdas a todos os alertas do povo. Vivem a sua própria vida, com os rostos permanentemente torcidos pela cobiça e pela irritação de alguém poder tentar impedi-los de se tornarem ainda mais ricos. Para impedir essa possibilidade, a sua prioridade é mutilar a sociedade civil. Diariamente, tentam convencer o povo russo de que a sociedade civil e a oposição são financiadas pela CIA, os Britânicos, os Israelitas e, até onde toda a gente sabe, pelos serviços de informações marcianos, mais, é claro, a teia de aranha mundial da al-Qaeda.
Hoje em dia, as nossas autoridades do Estado só estão interessadas em fazer dinheiro. Isso é, literalmente, a única coisa que lhes interessa.
Se alguém pensar que pode encontra conforto na previsão "optimista", que o faça. É certamente a maneira mais fácil, mas é também uma sentença de morte para os nossos netos.»
NB 1: Alguém que, na Rússia, escrevia uma coisa assim, não podia continuar viva. Foi esta a sua "sentença de morte". O seu epitáfio antes do passamento. Anna Politkovskaya escreveu este livro entre 2003 e 2005, escassos três anos após a chegada de Putin ao poder. Três anos. O que impressiona, ao longo de todo ele, é percebermos que Anna via mesmo tudo. Via tanto que viu logo tudo. Mas não viu apenas. Escreveu um Diário como depoimento. Para não ser mais um "cogumelo". Foi assassinada a tiro, em 2006, aos 48 anos, no elevador do prédio em que residia em Moscovo. Os mandantes do crime nunca foram descobertos.
NB 2: Recebi este livro em 2008, das mãos de um bom amigo. A capa chamou-me logo a atenção. Lembro-me de ter olhado para ele, novíssimo e por abrir, em cima da mesinha da sala de estar da casa do António, um homem que adorava livros. Comentei-o um pouco, e mostrei-lhe interesse em que mo emprestasse. Mas só depois de que ele o lesse, claro. Qual quê ! Deu-mo imediatamente para as mãos e disse-me: "Leve-o." Recusei inicialmente, com alguma cerimónia, até para que não pensasse que o tinha cobiçado com esse intuito. Que não tinha. Só o queria emprestado. "Não, não. Leve-o. É seu." O António era assim. Gostava de dar. Obrigado, António !
NB 3: Comecei, então, a lê-lo. Queria perceber quem era esta mulher que tanto atemorizava Putin e os seus algozes, e como é que, mesmo tratando-se da Rússia, era possível uma jornalista (e activista dos direitos humanos) ser executada por denunciar aquilo que via, como era seu dever. A coragem, a força e a clareza do que escreveu fizeram-mo perceber facilmente. Mas, após cerca de 50 páginas, parei. A cabeça estava noutro lugar e a urgência foi para outros livros.
Retomei-o há pouco tempo. Onde tinha ficado. Como disse, o que mais impressiona é percebermos que Anna via mesmo tudo. Via tanto que viu logo tudo. E estava certa.
Etiquetas:
BacktotheUSSR,
Family Matters,
FREEDOM,
Livros,
Mulheres,
Oh me Oh life,
RIP
sábado, 2 de julho de 2022
Subscrever:
Mensagens (Atom)