quinta-feira, 31 de agosto de 2023

terça-feira, 29 de agosto de 2023

no Inhassoro



No Inhassoro há uma Senhora.

Sabe das coisas que sabe quem sabe mais.
Como é historiadora, conta-nos histórias. Dos livros e da Academia, e coisas lá muito fundo dela. A noite cai e há um vinho para abrir.
Fez uma casa. Que começa onde o mar acaba e termina onde o mar começa. 
E que vai completando com o que esta lhe reclama. Com pedaços daquilo que vai encontrando quando passeia, com corais e com alguns ossos de baleia, ou com um pilão que agora é mesa de cabeceira.
Cortando aqui, plantando ali, e onde cresce um embondeiro.
Onde crescem também cheiros, sabores e delícias, de uma muqueca de camarão ou do peixe-serra que lhe trouxe o Sansão.
Criando a Casa Massala como de uma filha para se tornar mulher.



quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Fernando Couto


" (...) que a minha vida fosse uma casa: janelas abertas aos sonhos, portas abertas aos outros."

domingo, 20 de agosto de 2023

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Ellis Island

 


«Our connection to things. The stories they remind us of, and the past places and times they make us land in. Time travel. Connection. Shared stories. I have several of these strange time capsules hidden around the house. (...) Things that make anywhere feel like somewhere.

Nina Simone's chewing gum spent two years in that briefcase and travelled everywhere with me when I toured. Amazingly it was never subject to security checks and sniffer dogs. When I moved to a new house in 2001 I realised it was way too precious to carry around in a briefcase. I was sure I would lose it. After September 11th I was subject to more frequent bomb checks at airport security and figured the gum would be collateral damage. There was a time when a beard was political. There was no way that was going to happen.»

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

The Last Waltz



Robbie Robertson (1943 - 2023)

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

terça-feira, 8 de agosto de 2023

a Geometria de Ruben Östlund

Depois do Quadrado, agora o Triângulo. 

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Incrivelmente perto, extraordinariamente junto

foto: Tiago

Não participei nas JMJ, mas vivi.
Quando assisti à transmissão da aterragem de Francisco em Figo Maduro. Quando, depois, o vi  a percorrer as nossas estradas e ruas com escolta e guarda pessoal até chegar à Luís Bívar, e reconheci todos os caminhos que fazemos todos os dias e não vemos. E sempre que o levavam a todo o lado e ao mesmo tempo. Este homem que veio do "fim do mundo" com urgência em passar a mensagem e chegar a todos. E a todos mesmo.
Também vivi quando ao sair de casa de manhã para trabalhar se me atravessavam as multidões que desciam em festa rumo a Belém. Ou quando as acompanhava da janela do meu escritório numa imparável escalada da AAA até ao Parque. Tanta tanta tanta gente que veio de toda a parte para se apresentar a Lisboa e se abrir aos de cá. Com vontade e com bandeiras e cantis na mão, cantando e gritando e fazendo-se ouvir. Com as cores todas que há no mundo. 
Em Lisboa não se caminha e, por isso, foram estes peregrinos que fizeram os nossos passos todos que aqui temos por fazer. Por nós e em nossa vez. E não houve praça, ruela ou travessa que ficasse excluída. Tanta gente. Passava na minha mota e era isso. Gente a caminhar. Impressionou-me muito. As cores e a gente. Gente feliz sem lágrimas.
Festejamos. Festejamos, como diz o Pai, "para aguentar os momentos de sono e desilusão".
E vivi também quando cortaram o trânsito onde eu seguia para a Praça de Espanha. Julguei que se as televisões mostravam o Papa nos microfones da Católica teria tempo de chegar ao trabalho sem complicações ou desvios. Mas ao passar pela Pimenteira o polícia interrompeu a minha vida. A seguir às motas dos batedores da PSP lá vinha o Subaru branco com a pequena bandeira do Vaticano e o Papa à janela. Uma espécie de omnipresença que não pode ser só acaso. É certo que não recebi bênção nenhuma, mas qualquer coisa ficou. O momento. Um propósito. A força de um ter que ser. Um tinha que ser.
E vivi quando fomos recebendo a aventura corajosa da mana e das miúdas, quinta, sexta e sábado, no centro da cidade e depois no Oriente. Incrivelmente perto, extraordinariamente juntos.
E agora ? Agora voltou tudo à habitual normalidade. Olho para a janela e vejo carros e autocarros. E trotinetes, claro. E parece que falta alguma coisa. É que agora, quando o pó assentar, é que vamos ver se estes dias se vão como a cinza que também caiu. Ou se fazem adubo. Porque só assim "o ar fresco de fraternidade e alegria fará sentido". Palavra da Mãe.

foto: Mariana

domingo, 6 de agosto de 2023

Funky Trip


Grato à J.M.
 

sábado, 5 de agosto de 2023

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Bordalo II

Não me ocorreria desenrolar um tapete de euros na escadaria de um palco-altar eclesiástico (que, aliás, foi muito mais político-urbano-orçamental do que anti-clerical), mas sou a favor do protesto em geral. Criticar. Provocar. Caricaturar. Obrigar ao debate. Pôr um preservativo no nariz ou o dedo na(s) ferida(s). Às vezes, uma mão inteira. Naquilo que está mal, não parece lá muito bem ou com que simplesmente não se concorda. Acho saudável. Abanar as águas. Requer coragem. 
E não é isso que fazem os artistas ? Polemizar ? Não é para isso que queremos (e precisamos de) artistas ? 
E, depois, que aborrecida seria a vida se todos dissessem ámen. 


(av. 24 de julho, 28)