quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Totò Schillaci (1964 - 2024)


Não era a escolha óbvia para ponta de lança da selecção italiana no mundial de 1990, em Itália. Tinha à  sua frente Vialli e Mancini, a grande dupla da Sampdoria, Andrea Carnavale, campeão de Itália pelo Nápoles, e ainda Aldo Serena (Inter), tudo grandes nomes italianos daquele ano. E depois ainda havia (houve) Baggio.... il divino codino...
Mas a bola não entrava e, por isso... entrou ele. E começou a resolver partidas. Com golos decisivos. Até se tornar o melhor marcador do campeonato e levar a Itália às meias-finais. Tinha 13 anos e lembro-me muito bem. Entrava e resolvia. E com uma alegria cénica transbordante. Como se nem ele acreditasse. Como se toda a sua vida estivesse a começar naqueles golos. Numa peça de teatro escrita de improviso.

Depois, a luz foi-se apagando e, com ela, os golos, até cair numa espécie de anonimato, como um cometa  que se esfuma ou uma personagem mítica e lendária das histórias fantásticas.

Acontece muito no futebol quando uma estrela se extingue. A imprensa deixou de falar dele, as televisões mudaram de direcção e nunca mais o vi marcar um golo. Mas naquele verão, Totò Schillaci foi o herói de todos nós. 

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