quarta-feira, 27 de março de 2013

Beating 'Howl'


Nada como uma gripe danada para curar o medo de matar certos borregos.

sexta-feira, 22 de março de 2013

in a rose tattoo


Uma espécie de fé



Ela primeiro tinha-o convencido para se convencer a ela.
Agora explicava-lhe - era pelo menos o que ele julgava - como tinha conseguido ficar em paz. Como tinha acreditado que era possível viver assim, longe da dor prometida. Como tinha aprendido a escapar ao purgatório. Como podia planar no voo dos sentimentos eternos e sobreviver a um amor morto à nascença.

quinta-feira, 21 de março de 2013

"European Pirates Raid Cyprus"

foto: Petros Karadijias/AP

«Over the weekend, E.U. negotiators announced their demand that Greek Cypriots with bank savings part with some of their deposits by way of a onetime tax, in order to support a transnational bank bailout. (Cypriot banks have been on the verge of collapse for months because, among other things, they held too many Greek sovereign bonds.) The initial version of the proposal would have culled Cypriot bank accounts holding a hundred thousand euros or less by 6.7 per cent, and accounts with deposits over a hundred thousand would have been drained at a rate of 9.9 per cent.

As an act of piracy, the E.U. proposal, reportedly conceived by German and Finnish negotiators, was unabashed. As public policy, it was an unconscionable repudiation of legal guarantees made to small Cypriot savers, whose accounts are supposedly insured under E.U. regulations up to a hundred thousand euros, in a scheme similar to that provided by the Federal Deposit Insurance Corporation in the United States.

By midweek, a revolt in the Cypriot Parliament, hostile editorial opinion across Europe, and market turmoil had led the proposal’s authors to reconsider its terms. Yet the E.U. has continued to play tough in the negotiations, and the final outcome remains uncertain.

In its foolishness, the proposal exposed in plain light a strain of ugly discrimination—is it too much to call it racism?—that continues to run through German, Finnish, and other northern-European attitudes toward the Union’s southern debtors.
(...)
As the American economy chugs and sputters toward recovery, Europe’s interlocking crises of governance, austerity, and recession in the south of the continent are holding the world economy back. Liberal American economists like Paul Krugman have become influential in Europe because of their accurate forecasts that fiscal tightening in the midst of a recession would fail, as it has in Britain. What is required now is a different sort of American pressure on European leaders, to shake them out of their bankers’ negotiating poses and to help them craft a vision of social and economic inclusion. The Cyprus bank tax was so badly conceived that it has to be understood as a warning of the northern-European élite’s self-defeating indifference to the hardship and anger they are fuelling to their south. Pirates may be great fun on a Saturday night, but they are lousy neighbors.»

by Steve Coll, 'New Yorker'

Dia Mundial da Poesia


- You see, there are too kind of people in this world, my friend. The ones who have loaded weapons, and the ones who dig. You dig.

'The Good, the Bad & the Ugly'

(antes de ser moda andar de barba, há uns quinze anos, andava o bloguer na faculdade e talvez se tenha inspirado no senhor de cima para deixar crescer a sua. A partir daí só raras vezes ela voou.)

terça-feira, 19 de março de 2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

Don't let it bring you down *



*enfiado na cama a combater uma gripe furiosa e filha da puta.

Irão



- Então, e o Irão ?
- Quii máraviilha ! Tem di ir.
- Quantos dias esteve lá ?
- Vinti i quatrro. E sem guiá !
- Assim é que é. Bom, enquanto não vou ao Irão, levo o 'Embroideries' da Satrapi.
- Fazzes bem.


(conversa com a senhora italiana da 'Ler Devagar' que no verão foi ao Irão e que tem para aí uns 60 anos, ou talvez mais)

quarta-feira, 13 de março de 2013

Francisco I: "Os Cardeais foram buscar-me ao fim do mundo."



Jesuíta e porteño, qualidades inspiradoras. 

(Impossível não emocionar. Em Roma, ao princípio da noite, debaixo de chuva, uma multidão em espera.)

terça-feira, 12 de março de 2013

quinta-feira, 7 de março de 2013

"O Cemitério de Raparigas" - #2

(foto subtraída daqui)

«Não me lembro do que aconteceu e do que eu inventei. Mas um dia a minha alma foi contra a tua. Passámos dias inteiros agarrados. Não havia saída, nem dia, nem noite, nem eu, nem tu, nem vida lá fora. Era mais do que amor. O amor não é nada.
O amor desdiz-se. Desmente-se. Só não se desfaz porque não pode. O amor fica. Mas a vontade de amar azeda e a pressa de ser amado vai passando. O amor fica, para nos lembrar da nossa fraqueza, da nossa doçura, da nossa humanidade. Para nos fazer mais pequenos do que pensámos. Para nos proteger da esperança.
O amor não é nada e não passa porque não pode. Nada disso se passou connosco. Era mais do que amor. Numa hora de amor envelhecemos vinte anos. Era mais perigoso, mais bonito, mais triste que o amor. Era a nossa vida a passar.»

Miguel Esteves Cardoso, 1996

segunda-feira, 4 de março de 2013

ano 40 da alunagem



A origem das espécies (continuação)

«(...)
Os alemães simplesmente, não têm jeito para viver. A dolce vita dá cabo deles. Não troco a noite de Nápoles por um serão em Munique. Não troco um penne por um bratwurst. Nem os telhados de Siena pelo castelo de Würzburg. 
Entra-se numa igreja alemã (a Baviera é católica, terra do pobre Bento XVI, um alemão vencido pela decadência romana), e percebe-se o sofrimento, a expiação, o sacrifício como templo de vida. Os apóstolos andam armados. Entra-se numa igreja italiana e vê-se o deboche como suprema representação de vida na arte.
Os alemães pensam que a dolce vita é um nome de um cocktail esquisito. O pior é que temos de viver todos juntos na Europa.
Ou a Alemanha se habitua ao sul onde tanto gosta de se banhar ou desiste. Nunca seremos alemães. Somos uns trapalhões.
Uns palhaços (pobres). Uns ladrões.
Scientifico, no ?

                                                                  Clara Ferreira Alves
                                                                  'Expresso', 2.03.13


- Roma, Outubro de 2010 -
(foto andré)

domingo, 3 de março de 2013