«O ano de 1929 chegou ao seu último trimestre numa atmosfera de aparente promessa de crescente prosperidade (...) Não obstante, em Outubro, uma súbita e violenta tempestade varreu Wall Street. A intervenção das agências mais poderosas não foi suficiente para parar a onda de vendas descontroladas. Um grupo constituído pelos principais bancos do país criou um fundo de mil milhões de dólares para manter e estabilizar o mercado. Tudo em vão.
Toda a riqueza em acções, acumulada tão rapidamente nos anos anteriores, pura e simplesmente desapareceu. A prosperidade de milhões de lares americanos, resultado de uma estrutura gigantesca de crédito inflacionado, subitamente provou ser apenas um fantasma. Para além da especulação nacional em acções, que até os bancos mais famosos tinham encorajado, facilitando os empréstimos, desenvolvera-se um vasto sistema de crédito para a compra de casas, mobílias, automóveis e outros inúmeros tipos de equipamento e confortos domésticos em prestações. Agora tudo desabava ao mesmo tempo. As fábricas gigantescas cairam no total caos e paralisaram. Quando ainda apenas na véspera a mais premente questão era a criação de condições de estacionamento para os milhares de automóveis que os artesãos e operários começavam a levar para o emprego, de repente a conversa passou a cingir-se à agonia da redução dos salários e do desemprego galopante que afligiam toda a comunidade, até então absorta na criação activa de todos os tipos de produtos desejáveis para o usofruto de milhões. (...) Vinte mil bancos locais suspenderam os pagamentos. Os meios de troca de bens e serviços foram arrasados e o colapso da Wall Street repercutiu-se igualmente em todos os lares, fossem eles modestos ou prósperos.»
(in p. 37)
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