quinta-feira, 23 de agosto de 2012

P'rá puta que as pariu !


Fiquei curioso.
Olhei as prateleiras da FNAC e do Corte Inglês, que é perto, e nem sombra do Nelson Rodrigues. Não é teatro. É pura verdade. E natural. São estrangeiras.
De português têm dois escaparates (?!) e chega, que põem no saco da "Literatura Lusófona", e eu fico a pensar no que raio terão escrito este tempo todo portugueses, brasileiros e os africanos que escrevem o português.
Viro-me para a 'Bertrand' (a velha do Chiado), a 'Ferin', da Nova do Almada, a 'Sá da Costa' (só pelo gozo), a 'Barata' e a 'Almedina'. 
Nem sonhes !, gritam todas, ignorando que faz 100 anos. Paulo Coelho - sim, claro -, um ou dois Jorge Amado (que é Nobel), pouco Millôr e Machado de Assis, alguma Clarice Lispector e, pronto, o Chico, que sempre é novo, bom e vende.
Armado em jornalista, procuro a explicação. Falam-me das editoras, que é caro mandar livros do Brasil, "que vivem com limitações de espaço", e eu fico parvo. Isto é sofrer mais que tirar o passaporte.
Tenho pena de Lisboa, cidade onde as livrarias são burras. Ou talvez não sejam burras. São mas é supermercados com livros.

Nem o Centro Cultural Brasileiro !, com sacos 'Book House'. Como é possível ? Aí encontro algum catálogo do Teatro dele. É só. Das crónicas ?, nada. Mas vale porque descubro um José Lins do Rego que não conhecia - "Flamengo é puro amor" -  e trago mais Drummond de Andrade.

Felizmente que há a 'Ler Devagar', onde acabo a desabafar com a italiana que vai ao Irão.
E a 'Letra Livre', na Calçada do Combro, dos livros impossíveis. Não tinha o nosso homem, mas que prazer é uma livraria nova.
E felizmente também haver um amigo bom que trouxe "O Berro Impresso das Manchetes" (ed. Agir, 2007), quando veio do Rio.

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