quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Querem mesmo acabar com todos os Monstros de uma só vez



Ravi Shankar
1920-2012


"Ravi Shankar has brought me a precious gift and through him I have added a new dimension to my experience of music. To me, his genius and his humanity can only be compared to that of Mozart's."

                                                                           Yehudi Menuhin


Tinha 16 ou 17 anos quando tive o primeiro contacto com Ravi Shankar. Foi quando vi o filme sobre o Monterey Pop Festival, de Pennebaker, na RTP2, que já meti aqui A surpresa foi total e imediata. 
Que faria aquele homem de 50 anos no meio dos hippies de Monterey ? 
Porquê uma sitar em cima dum palco entre as guitarras e vozes eléctricas das bandas psicadélicas dos anos 60 ?
Depois foi o encantamento, a hipnose. O pasmo perante a beleza daquela nova sonoridade. O desejo absoluto de ir à Índia (que ainda hoje me persegue), de me penetrar por aqueles ares de paz, revelação e despojamento.
Mais tarde, vi-o no Woodstock. O Pandit novamente no meio de cabelos compridos e dos símbolos de paz. De resto, Shankar dizia que as lamas de Woodstock daqueles dias lhe faziam lembrar a Índia e que só podia sentir-se em casa.
Tinha a impressão que Shankar ia viver para sempre. Que era "imorredouro", como ouvi hoje um músico dizer. E agora terminou. 
Talvez não, se acreditarmos no cálice da vida eterna que são os discos e filmes que gravou.

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