[Cerro Bonete]
Acordámos refeitos da viagem de avião do dia anterior, a cidade está mais calma e eu fico bem disposto.
Vamos ao porto e descobrimos que se fazem umas incursões de catamarán a quatro das ilhas pequenas que estão a cerca de 30 kms. de Ushuaia, a ilha dos Pássaros, a ilha do Farol, a ilha dos Lobos Marinhos e a ilha de Bridges. Não hesitamos e enfiamo-nos canal Beagle afora.
O dia está bonito. Há um sol entremeado por algumas nuvens que não chateiam. Estamos tapados até ao pescoço com camisolas e casacos polares aos pares uns por cima dos outros.
Na ilha de Bridges fazemos uma curta caminhada e encontramos um enorme osso de baleia abandonado que dizem ser um vestígio dos índios Yamaná.
Um dos tipos que leva o barco também toca (um cavaquinho) e canta. Chama-se Kelo e é um achado. Leva a vida tranquilo. E diz que o mal das pessoas é quererem controlar o tempo. O tempo é para viver.
No final da viagem vende-nos um CD artesanal onde gravou as suas 12 canções e onde inscreveu o seu mote "por ahora tratemos de dormir con la conciencia tranquila, los cambios pronto vendrán". Título do disco: "Fin del mundo, principio de muchas vidas". Ok.
Regressamos a Ushuaia e encontramos um casal de velhotes que nos convidam para tomar um chá em sua casa, pouco mais que um barraco. O Pedro, de origem polaca e a Hilda, uma nativa, são pessoas pobres e simples que viram num pedido de informações o motivo certo para nos conhecerem. Aceitámos e conversámos à mesa deles.
À noite, fomos ao 'Bodegón Fueguino', dono de umas empanadas criollas de chorar, com verduras ao vapor. Meti uma cerveja 'Beagle' no bucho para acamar.
Antes de dormir, passámos pelo "Locotório" que é onde estão telefones e computadores e que já têm internet. Mandámos uns e-mails para Lisboa e pronto.
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