terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Ponciá Evaristo

«O nome de Ponciá Vicêncio ecoou na estação como um apito do trem e ela nem prestou atenção alguma ao chamado. Andava, chorava e ria dizendo que queria voltar ao rio. Luandi acercou-se carinhoso da irmã dizendo-lhe que sabia o caminho do rio e que haveria de levá-la. Ponciá Vicêncio levantou os olhos para ele, mas não se podia dizer se ela o havia reconhecido ou não. Abriu, porém, a trouxa, tirou o homem-barro e perguntou ao irmão se ele se lembrava de Vô Vicêncio. Ele, que até então, à custa de muito esforço, tinha o pranto preso, abraçou chorando a irmã.
E no seu primeiro dia de serviço, sem experimentar o gosto do mando, Soldado Luandi José Vicêncio antes da hora terminada deixou o posto de trabalho. Pegou na mão da irmã e foi com ela ao encontro da mãe. Boa hora, Maria Vicêncio andava muito aflita. O tempo pedia, era hora de encontrar a filha e levá-la novamente ao rio.»

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