quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Brutal !


O filme teve estreia mundial há coisa de um ano, embora nas nossas salas só depois do óscar de melhor filme estrangeiro 2010.
É um filme passado na minha Buenos Aires querida e, claro, só por poder escutar este espanhol cantado já valeria a pena vê-lo. Depois, numa cena do filme entramos directamente na «cancha» onde se joga uma partida de futebol do Racing Club (um dos clubes velhos da Argentina). E como não amar a feroz "torcida" e o relato que se ouve do jogo... Linda ! A paixão pela bola. Adiante.
Há um homem, um duro, um romântico, duro, que estacou no tempo. Retido no passado. Do que não fez e do que ficou por resolver. Preso para sempre numa vida como diz «llena de nada». Preso.
A um caso, a um crime, que investigou. E em cujo desfecho não acredita. Mesmo depois de 25 anos.
Preso ainda a uma mulher a quem nunca disse que amava. Porque, embora os olhos também falem, lhe faltou sempre a letra 'A' como, metaforicamente, o filme nos mostra. A letra coragem. Para a agarrar. Para a levar.
Que mal... E ela que o ama. Quando quer fechar a porta do gabinete onde estão e... não dá. 
Espósito volta do desterro para onde o tinham mandado. Para encontrar esse passado, recuperá-lo e descobrir. A verdade e onde colocar a letra 'A'. E se, desta vez, se deixam fechar a porta.
Porque, como nos explicam os olhos brilhantes e ilusionados de Sandoval (amigo de Espósito), numa das melhores sequências do filme, uma pessoa pode mudar de tudo: de cara, de casa, de namorada, de religião ou Deus. Mas nunca de uma paixão.


(às duas da tarde, no 'King', depois de uma empada, um croquete e um café servidos pelo Sr. Fernando no "Vá-Vá". E o calor inteirinho lá fora.)
Prestes a sair de cena. Vão. Rápido.

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