segunda-feira, 4 de março de 2013

A origem das espécies (continuação)

«(...)
Os alemães simplesmente, não têm jeito para viver. A dolce vita dá cabo deles. Não troco a noite de Nápoles por um serão em Munique. Não troco um penne por um bratwurst. Nem os telhados de Siena pelo castelo de Würzburg. 
Entra-se numa igreja alemã (a Baviera é católica, terra do pobre Bento XVI, um alemão vencido pela decadência romana), e percebe-se o sofrimento, a expiação, o sacrifício como templo de vida. Os apóstolos andam armados. Entra-se numa igreja italiana e vê-se o deboche como suprema representação de vida na arte.
Os alemães pensam que a dolce vita é um nome de um cocktail esquisito. O pior é que temos de viver todos juntos na Europa.
Ou a Alemanha se habitua ao sul onde tanto gosta de se banhar ou desiste. Nunca seremos alemães. Somos uns trapalhões.
Uns palhaços (pobres). Uns ladrões.
Scientifico, no ?

                                                                  Clara Ferreira Alves
                                                                  'Expresso', 2.03.13


- Roma, Outubro de 2010 -
(foto andré)

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