quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O Leopardo

Em África há um caçador furtivo.
Caça à noite, sozinho e só raramente é visto.
Às vezes só já em cima das acácias onde recolhe o peso do corpo quando termina a matança.
É rápido, silencioso e letal. Uma máquina de matar. Não mata mais do que precisa. É nobre. Mas quando ataca não perdoa. A presa tem apenas uns segundos de terror antes de sentir o oxigénio acabar e o sangue gelar para sempre. 
Em África aprende-se cedo a diferença entre viver e morrer. Quando o capim é jovem e o sol ainda não levantou. Todos sabem. Homem ou não.

Estamos longe da savana, mas Samuel Eto'o recorda-nos onde começa o mundo. Sentindo o cheiro da carne fresca, preparou-se. Sozinho faz um 'S', primeiro a um tempo devagar, para escapar ao ângulo de visão da presa que esqueceu onde começa tudo. Depois, silencioso e letal, lança-se em aceleração rumo ao alvo com as garras afiadas e os dentes todos de fora.  
Eto'o felino. Como o leopardo. Não foi sorte. Foi fera.

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