A única razão que me obrigava a falhar o jogo do campo de Agronomia, rapazes.
Antes de pisarem o palco, ouçam lá o Mestre. Bob Dylan. Faz 70 anos, percebem? Ouçam bem o Mestre. E nós aplaudimos que é lição de humildade.
O ar a cheirar aos festivais. O Meco que não está longe. O rio também não. Os corpos terrivelmente melados, do calor, do sal, do suor, do fumo e da cerveja. Menos o pó.
Aqui a troika troika troika não entra. E todos se riem da crise. Pelo menos enquanto houver prata. Parece que a cospem. Para varrer a poeira desgraçada do futebol.
Duas horas. Já vamos em 5 encores que parecem a terceira parte do concerto. Matt Berninger desaparece, mergulha no meio dos corpos melados da plateia que é arena e é toda em pé. Continua a cantar "Terrible Love" agarrado ao microfone e à âncora enorme do cabo gigante que o liga ao amplificador. Pensamos que ninguém vai mesmo embora. Porque soltam mais uma canção. "Vanderlyle Crybaby Geeks", versão que não é só acústica. É totalmente unplugged. Sem fios. Sem cabos. Sem amplificadores. Sem som que não seja o de uma sala toda em voz.
Com quem vou amanhã para a estrada. Seis e meia da manhã, porque agora ainda varanda.
A cobertura semi-aberta do Campo (demasiado) Minúsculo deixava entrever algumas estrelas. Uma é da mana que está neste momento a meter mais uma miúda cá fora. Estavam lá todas.
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quarta-feira, 25 de maio de 2011
sexta-feira, 11 de março de 2011
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Domingo foi dia de missa
... mas não tem que se ficar até ao fim, nem é preciso chegar à hora.
Domingo era dia de missa e tinha que se passar cedo para el otro lado del rio (como a canção dos diários do Che). Vá, não foi muito cedo.
Passou-se. A ponte. Sem stress. Fácil até.
Depois chegar ao corte para Sesimbra/Azeitão. Sair. Apanhar a nacional e atravessar a desgraçada Fernão Ferro, dos cães de louça e das casotas em alvenaria à beira da estrada. Feito.
Agora, seguir para o Meco. Estradita bonita. A Lagoa de Albufeira assinalada para a direita, Alfarim e, pronto, já está. Qual é o drama ? 30 minutos normais.
Pelo caminho, vestígios das vésperas marcadas no pó de duas camadas que cobria grande parte dos carros. Estes estiveram lá. O recinto da Herdade Cabeça da Flauta (que nome óptimo!) e um parque de campismo semi improvisado numa encosta do sítio. Repleto de tendas. 500 ? 1000 ? Mais ? Muitas. Tudo dorme ainda. Quase meio-dia. Achei piada.
Pelo caminho, vestígios das vésperas marcadas no pó de duas camadas que cobria grande parte dos carros. Estes estiveram lá. O recinto da Herdade Cabeça da Flauta (que nome óptimo!) e um parque de campismo semi improvisado numa encosta do sítio. Repleto de tendas. 500 ? 1000 ? Mais ? Muitas. Tudo dorme ainda. Quase meio-dia. Achei piada.
Liga à Susana. Acorda-a. Uma amiga querida que abre a porta. De fato de banho. Oiço o soul a sair de dentro. Sharon Jones. Espreito. Duas ou três raparigas estendidas na relva que dava a volta à piscina. Um tipo de óculos escuros numa cadeira de lona e folhear a Rolling Stone. Casa-design.
Primeiro praia. Difícil pelo meio das arribas. Mar lindo (ui!, já parece aquelas pensões da zona Oeste). Mar bom. A dar chapadas. Na cara. Carregado de sal. Estico-me todo na areia. Mais uns mergulhos. Ah!
A seguir, uma mariscada. No 'Gula do MeKo'. Sítio novo. Até chupo os dedos. Bate papo porreiríssimo com grupinho bem bacano. A preparar a noite.
De volta à casa da Susana. Saltos para a piscina e o i-pod do tipo de óculos escuros a destilar música na aparelhagem. Agora é assim. Ninguém se levanta e não se muda o disco. Mas toca bem. Muito bem.
As horas passam. Tão devagar como eu a virar-me ao sol. A Cristina mais.
São seis da tarde. Convém sair. O Palma toca daqui a 20 minutos com o gangue.
Não. Deixa-te estar. Mais um bocado. Está-se bem aqui.
Não. Deixa-te estar. Mais um bocado. Está-se bem aqui.
São sete da tarde. Agora é que tem de ser.
Tchiii, uma fila de carros. E ainda é só o princípio. Virámos agora do cruzamento para a Aldeia do Meco. Bonito. Põe-se música. Começa o pára-arranca e abre-se o vidro. Não me irrito. Ainda anestesiado pela calma toda do dia. E de resto não tinha alternativa. Embora é que não ia. Bilhetes há um mês e um concerto para ouvir.
Duas horas depois, carro chutado para o meio de um espaço gigante escolhido como parque. Depressa que daqui a 15 minutos tocam os The National.
À partida um festival de Verão, com muita areia por perto, não lhes vestia o fato. A ver.
Afinam-se instrumentos, checa-se o som. Revêem-se os amplificadores. Tudo ligado.
Os dois pares de irmãos sobem ao palco acompanhados de Newsome (tipo das teclas, do violino e outras sonoridades). Engravatado e soturno, Matt Berninger é o último. Agarra-se ao microfone. Como a uma mulher. Como quem faz amor.
Fecha os olhos e o concerto começa. Indie rock.
"Afraid of Everyone", "Blooduzz Ohio", "Apartment Story", "Slow Show", "Sorrow", "Terrible Love", "Fake Empire".
Estão lá todos, 'Alligator', 'Boxer', 'High Violet'. Desce do palco, mete-se com o público. E volta, tropeçando, cambaleando. Esgotado. Despedem-se pouco depois, ao fim de uma hora e tal e 16 canções, dizem os jornais. Thanks, guys ! Não nos esquecemos. De nada nessa noite.
O cartaz apontava agora para o John Butler Trio. Mas a barriga falava há horas. E já o tinhamos visto há dois anos noutro Alive. Ganha a fome.
Regresso para ver o Prince.
"We are all here to make love", "We love God", a guitarra que ele soberba e virtuosamente esfola, quase como um deus, quase como um Hendrix. Mesmo essa. Tocasse só.
Quase até ao fim. Abandona-se o pó. Do carro escuta-se ainda o 'Purple Rain', por entre milhares de ecos. E da guitarra. Saímos e parece que sou o único que parte. Como se deixasse um Woodstock (vá comparação!) de helicóptero antes do tempo. Sem pena. De papo cheio. E só 30 minutos até Lisboa.
Afinam-se instrumentos, checa-se o som. Revêem-se os amplificadores. Tudo ligado.
Os dois pares de irmãos sobem ao palco acompanhados de Newsome (tipo das teclas, do violino e outras sonoridades). Engravatado e soturno, Matt Berninger é o último. Agarra-se ao microfone. Como a uma mulher. Como quem faz amor.
Fecha os olhos e o concerto começa. Indie rock.
"Afraid of Everyone", "Blooduzz Ohio", "Apartment Story", "Slow Show", "Sorrow", "Terrible Love", "Fake Empire".
Estão lá todos, 'Alligator', 'Boxer', 'High Violet'. Desce do palco, mete-se com o público. E volta, tropeçando, cambaleando. Esgotado. Despedem-se pouco depois, ao fim de uma hora e tal e 16 canções, dizem os jornais. Thanks, guys ! Não nos esquecemos. De nada nessa noite.
O cartaz apontava agora para o John Butler Trio. Mas a barriga falava há horas. E já o tinhamos visto há dois anos noutro Alive. Ganha a fome.
Regresso para ver o Prince.
"We are all here to make love", "We love God", a guitarra que ele soberba e virtuosamente esfola, quase como um deus, quase como um Hendrix. Mesmo essa. Tocasse só.
Quase até ao fim. Abandona-se o pó. Do carro escuta-se ainda o 'Purple Rain', por entre milhares de ecos. E da guitarra. Saímos e parece que sou o único que parte. Como se deixasse um Woodstock (vá comparação!) de helicóptero antes do tempo. Sem pena. De papo cheio. E só 30 minutos até Lisboa.
Domingo foi dia de missa
... mas não tem que se ficar até ao fim, nem é preciso chegar à hora.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Domingo é dia de missa
Palma's Gang 18h00-18h50
The National 21h30-22h45
John Butler Trio 23h05-00h05
Prince 23h45-01h15
(e ainda vai dar para furar umas ondas e esticar-me na areia)
sábado, 10 de julho de 2010
Sufjan Stevens
Soube da existência de Sufjan Stevens há mais ou menos um ano. Ouvi uma canção dele na Radar(provavelmente num sábado de manhã) e ficou-me logo no ouvido. Não percebi imediatamente o nome do artista quando o locutor o anunciou. Como era estranho, pareceu-me "Sophie and Stevens".
Fixei a ideia. E assim que pude fui a uma loja atrás do bendito "Sophie and Stevens". Não havia. E ninguém conhecia. Valeu a internet que, além de ter tudo, corrige aquilo que nós não sabemos bem. Quando googlei o nome que julgava ser o dele, perguntou-me se não queria dizer Sufjan Stevens.
E queria.
Depois aconteceu-me uma coisa não muito vulgar. Como tenho boa memória musical, fui novamente a uma loja de discos com a canção no ouvido à procura da música dele. Desastre. O Sufjan fazia música desde 2000 e já tinha uma série de discos editados. Como é que eu iria encontrar aquela de que tinha gostado ?
Peguei em 4 ou 5 discos e comecei a audição. Desastre outra vez. Cada disco tinha para aí umas 20 canções. Ao fim de meia hora a minha cabeça vivia na confusão. Nunca iria encontrar aquela. E então decidi levar o disco que me soubesse melhor. Escolhi "Seven Swans". E andei a ouvi-lo cá por casa sossegado.
Mas o que é raro acontecer-me é que, afinal, a dita canção estava no disco que trouxe e eu não sabia. Não soube durante este tempo todo, até que novamente a apanhei num sítio qualquer, fui atrás do disco e... já o tinha.
Era esta.
Entretanto, Sufjan Stevens não tem andado propriamente quieto. As últimas do rapaz foram as suas participações nos back vocals do "High Violet" dos The National. Vale a pena em especial ouvi-lo, com Matt Berninger no "Afraid of Everyone".
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quarta-feira, 26 de maio de 2010
... for 32 years before i saw you
[a música vem de 2007, álbum "Boxer", feita em duas partes, de dois minutos e meio cada uma, a dois ritmos e com dois refrões diferentes]
[as imagens de 1966 pertencem ao filme "Masculin Féminin", de J.L. Godard, com Chantal Goya e Jean-Pierre Léaud]
quinta-feira, 13 de maio de 2010
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