domingo, 15 de julho de 2012

Alive, She Cried: 1º Andamento


2012 - Citizens not Subjects

[foto: andré]


Nem toda a gente pode saber. Podemos tentar, mas ninguém fica realmente a saber.
A culpa não é nossa. É de quem não foi. Que não é qualquer afortunado que escolhe um concerto num sábado à noite, onde escutamos os melhores sotaques do mundo, e o que gostamos disso !
A culpa não é nossa. É de quem não foi. E, portanto, todos os adjectivos não servem para chamar àquilo que se viveu com o Sr. Robert Smith.
Os Cure 2012 não foram um ensaio, nem uma cerimónia, ou, mais simplesmente até, um grupo que anda na estrada há 30 anos.
O que assistimos foi a vida a rebentar pelos poros, ao desfiar dela toda à nossa frente, misturando-se passado, hoje e amanhã. Em 3 horas que não foram só intensas e totais.
3 horas que não são para todos. Que foram verdadeiras. E a verdade tem algo de insuperável. Que fica.
E é isto que não compreendem todos os Joões Bonifácios que há no mundo e que amanhã vão estar sentados numa cave ou num sótão da avó a escrever que tudo o que se passou já era esperado, enquanto se encostavam bem atrás numa cadeira VIP com óculos escuros espetados para não serem reconhecidos.
Hoje em dia estão na moda os festivais. E tudo o que é aldeia tem que ter um. É mesmo assim. 
A arte não está em dizer mal porque é festival. A arte é saber separar o trigo do joio. Abram as cabeças e deixem os sofás, meus senhores.
E a verdade, dizia ontem a guitarra de um esgotadíssimo Robert Smith, a verdade é que em 2012 somos CITIZENS NOT SUBJECTS !

P.S.: Guitarra-folk, um banjo, contrabaixo selvagem, um bombo, teclas e uma voz do cacete. Às vezes também um violino arranhado até saltarem cordas, um trombone ou uma slide-guitar. Mumford & Sons escreve-se com estes instrumentos e dão-nos música do caraças !

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