... que vi umas 20 vezes (mais uma ontem à noite) e peça essencial para o que decidi seguir na vida.
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terça-feira, 26 de novembro de 2019
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Fusão
O cinema está cheio de cenas que ficaram para a história do moviemaking. Cenas que definem um filme e que lhe dão o nome que ele é. Que galgam para fora da tela ganhando vida própria, como se sempre tivessem feito parte do mundo e estivessem só à espera de ser tocadas pelas mãos de um realizador de génio.
Com argumento de Bertolucci e realizado por Sergio Leone, o filme conta o regresso de "Harmonica Man" (Charles Bronson) à cidade onde vive o homem que matou o seu irmão mais velho, Frank (Henry Fonda), espécie de Capo que todos temem. O "Harmonica Man" veio vingar-se.
Alheia a (quase) tudo isto, surge a lindíssima Claudia Cardinale, verdadeiro anjo desta história, que na sua infeliz amargura de jovem mulher-viúva nos explica porque a banda sonora do filme é tão triste. E que só podia pertencer a Ennio Morricone.
O requinte do duelo final (que aguardamos todo o filme) entre o feio e enigmático Charles Bronson e o elegantíssimo "blue eyed" Fonda está nas razões daquele regresso. Que não se fazem de palavras.
Só neste encontro é que ficamos a saber quem era o "Harmonica Man" e porque aparecia agora.
Frank tinha sacrificado o miúdo que era "Harmonica".
Numa mais que dramática e cruel tortura, tinha instalado sobre os seus fracos ombros de rapaz o peso do próprio irmão. Este, com o pescoço no fim da corda, espera apenas que os joelhos do jovem Harmonica não aguentem mais aquela dor infinita e desabem levando-lhe a vida. Tudo debaixo do sol escaldante do deserto do Arizona.
Harmonica nunca abre a boca. Depois do tiro fatal, Frank pergunta-lhe quem é. Harmonica responde colocando a harmónica, que traz sempre ao peito, nos dentes do moribundo, como antes Frank lhe fizera. Com o simples desfalecer dos olhos, Frank diz-nos que percebe.
Quando a tudo isto alguém combina a música dos Arcade Fire, o estranho e improvável resultado de um tema novo é este:
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Tinha uns 12 anos quando o meu pai me levou ao Ávila para ver a reposição de "Once Upon a Time in the West".Com argumento de Bertolucci e realizado por Sergio Leone, o filme conta o regresso de "Harmonica Man" (Charles Bronson) à cidade onde vive o homem que matou o seu irmão mais velho, Frank (Henry Fonda), espécie de Capo que todos temem. O "Harmonica Man" veio vingar-se.
Alheia a (quase) tudo isto, surge a lindíssima Claudia Cardinale, verdadeiro anjo desta história, que na sua infeliz amargura de jovem mulher-viúva nos explica porque a banda sonora do filme é tão triste. E que só podia pertencer a Ennio Morricone.
O requinte do duelo final (que aguardamos todo o filme) entre o feio e enigmático Charles Bronson e o elegantíssimo "blue eyed" Fonda está nas razões daquele regresso. Que não se fazem de palavras.
Só neste encontro é que ficamos a saber quem era o "Harmonica Man" e porque aparecia agora.
Frank tinha sacrificado o miúdo que era "Harmonica".
Numa mais que dramática e cruel tortura, tinha instalado sobre os seus fracos ombros de rapaz o peso do próprio irmão. Este, com o pescoço no fim da corda, espera apenas que os joelhos do jovem Harmonica não aguentem mais aquela dor infinita e desabem levando-lhe a vida. Tudo debaixo do sol escaldante do deserto do Arizona.
Harmonica nunca abre a boca. Depois do tiro fatal, Frank pergunta-lhe quem é. Harmonica responde colocando a harmónica, que traz sempre ao peito, nos dentes do moribundo, como antes Frank lhe fizera. Com o simples desfalecer dos olhos, Frank diz-nos que percebe.
Quando a tudo isto alguém combina a música dos Arcade Fire, o estranho e improvável resultado de um tema novo é este:
segunda-feira, 21 de março de 2011
"Não te deixarei morrer David Crokett" II
Há mitos que são sagrados. E não se destroem os mitos de qualquer maneira. Que levaram séculos a ganhar raízes. Que estão tão metidos cá dentro que são a verdade. E a herança merece cuidado.
Do Lucky Luke, que fumava cigarros de enrolar, perseguia os irmãos Dalton e afastava-se ao pôr-do-sol.
Do Tenente Blueberry, que jogava póquer, dormia com muitas mulheres e respeitava as tribos dos índios.
Dos outlaws Billy "The Kid", Jesse James, Sundance Kid e Butch Cassidy, que emboscavam diligências, bancos e comboios.
Mesmo que chamem Brokeback às Montanhas e já tudo se possa fazer.
E dói. Dói onde não podia doer mais.
Dói assistir ao testemunho de John Wayne, Jimmy Stewart, Henry Fonda, Charles Bronson (o "Harmonica Man"), Jean Maria Volonté ou Clint Eastwood assim atirado para uma escarradeira.
Todos cowboys ou simples desperados. Que montavam a cavalo, tinham um nome para a rifle, e bebiam whiskey ou bourbon. Com esporas que não eram um adorno e que entravam no saloon onde tudo calava. Terminavam, normalmente, o dia com um duelo e sacavam mais rápido o seu colt. Partiam à noite, deixando para trás com um beijo eterno a mulher amada.
E era bem. Era assim. Era do faroeste.
Era preciso repôr a calma.
Agora, está tudo em paz. Obrigado Senhor Jeff.
('True Grit', dos irmãos Coen)
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