terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Pablito Aimar

É por momentos assim que vamos à Luz. Que saímos num fim de tarde frio a ameaçar chover. Que nos encontramos na roulotte do costume. Os mesmos do costume. Cachecol ao pescoço. Toma o bilhete. Porta 28.
É por encantamentos feitos de bola e pezinhos que não pisam a relva, para não estragar. Deslizam como se fosse gelo e o jogo fosse outro. Toma o bilhete. Vê lá a fila.
E o Estádio fica cheio e a ilusão faz-nos brilhar os olhos. Vemos entrar a equipa. Dois meninos. Saviola e Pablito que tratam a bola com o carinho com que se fala à Mãe. Porque Dieguito lhes disse que "la pelota no se mancha".
E parece que estão nos campinhos de Buenos Aires onde fizeram sonhar. Que foi esquecer o drama dos dias tristes, sombrios e sem dinheiro. E o povo sonha e agradece o milagre daquelas horinhas em que dois meninos pegam na bola com pezinhos que são colheres e dizem deixem a crise. E se entretêm a regalar-nos magia. E a gente canta ao nosso 10 ... Otro Pibe imortal.
E é por isto que, depois, há uma menina às cavalitas do pai que responde "É o Pablito !", quando lhe perguntam qual é o seu jogador preferido. E comove quem está ao lado, que um homem não é de ferro. Porque chegámos a casa, viemos do frio e dissemos a essa menina: "Que lindo, garota ! O Pablito. Que golo !"
E o Benfica enche Lisboa e tudo avermelha.


1 comentário:

Are You talkin' to Me ?