11 inteiros murros no estômago. Tantos quantos os capítulos. Onde os antigos dois volumes se reúnem agora numa edição completa da 'Penguin books'.
Impossível tragar tudo de uma vez como se comêssemos um bife do lombo ou saboreássemos um sumo fresquinho e catita. As imagens do Holocausto nazi que se formam na nossa cabeça - e vêm das memórias do velho pai de Spiegelman - não o permitem. Aqui tudo é seco e doloroso. Só temos os ossos e um resto de pele para segurar tudo e continuar a viver. A preto e branco. A carvão.
Por isso, temos que parar a cada capítulo novo e respirar. Para recuperar. Pegar a seguir. E ler mais um pouco. Tem que ser. Parar outra vez. Respirar. Recuperar o fôlego. Agarrar novamente.
Demasiado duro para se engolir a correr. E continuar. Devagar.
Como se tivessemos que escalar os 296 degraus das suas páginas com o pensamento, com a memória, carregando a vertigem da tortura e do horror de todas aquelas almas que se contam aos milhões.
Sublime. Ninguém sai incólume.
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