Podia sempre olhar para ela daquela varanda, ela que parecia feita de Sol, que o consumia completamente, que o espremia para dentro, gota a gota, que o recolhia como se os raios fossem as varetas todas de um jogo de "mikado". Para a seguir os espalhar um por um, com explosiva delicadeza.
E daí, não. Tinha decidido partir. Encaixar-se num desterro prolongado.
Tinha conhecido um antídoto, intravenoso. Ele sim resolveria a questão do infinito.
Iria conduzir-se para o exílio esperado, numa de out, sem falar, fora de tudo e sem palavras, numa de viver ao fundo, o que era bem.
Sem um beijo, sem um adeus e, portanto, num estado sem no fundo estar, mas era bem.
Não se importava nada com isso. Seria assim.
Não iria espiar uma luz que se fundira. Numa, ou em duas vidas inteiras.
* Em 1972 os Rolling Stones editaram um álbum com o título "Exile on Main St.". Gravado no Sul de França, foi considerado o sétimo melhor disco de rock de todos os tempos pela Rolling Stone:
«There must have been hour upon hour, day upon day, of tedium and despair. But this, apparently, was how they needed to work: by feeling around in the dark for magic. Did the Stones spend too much of their time at NellcÔte stoned and lollygagging? Well, what's too much? And whose time was it? Ultimately, it's never been any of our business, however luridly fascinating the legends may be, and however much the Stones themselves may invite our attention with the noise of publicity. What they actually managed to accomplish — no less than the quintessential rock & roll album — ought to shut everybody up. Of course, it never will.»
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