Procuro na notícia o objecto do crime - porque a tentativa já é punível - e, afinal era... um ovo ?!
Um ovo ? Num político (ainda que Senhora) ?
Não.
Um ovo num político - se tivesse acertado - não era um crime de ofensa à integridade física. Era democrático. Uma manifestação espontânea de um português descontente.
Julgo que em Portugal há uma fraquíssima capacidade de encaixe.
E nem se percebe porquê. Faz parte da infância de qualquer miúdo de 10 anos que se preze. Não só pôs, como sabe o que é um ovo na tola. Não dói, hidrata o couro cabeludo e é bem proteico.
No caso talvez poupasse à Sra. Ministra a compra de um champô numa ida ao cabeleireiro.
Em Portugal os políticos têm medo de perder a pose. Mas só se lhes sujarem o fato. Quando se trata das licenciaturas, de aceitar um lugar de administrador numa empresa que teve negócios com o Estado quando eram ministros, ou, simplesmente, de mentir em público, os contorcionismos são totais.
Em qualquer país democrático os cidadãos livres recorrem à técnica da Tarte quando se trata de pôr na ordem alguns cavalheiros. Quando chega a hora de lhes mostrar que do pó vieram e ao pó hão-de voltar. Na Bélgica, por exemplo, ou na Holanda.
Sou a favor da Tarte.
Há momentos na vida de um país em que se esgotam os argumentos mas se deve pôr os pontos nos 'is'.
É doce, higiénico e saudável, e coloca-os ao nível da sua prática. Devíamos usá-la como a um lenço de papel.
E, depois, quem é que não gosta de uma boa tarte ?
Nas próximas eleições, voto Tarte.
A Tarte é sério. Fala muito. É evoluído e civilizado.
A Tarte é patriótico.
O Primeiro Ministro do Canadá, Jean Chretien, 2000
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