quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

"cuando yo te vuelva a ver no habrá más pena ni olvido"


"Na minha infância, o grito «Ao Colón ! Ao Colón !» ressoava, insolitamente, nos estádios de futebol e nos salões populares onde se dançava o tango ao som das orquestras chamadas típicas. Era o espontâneo reconhecimento popular das virtudes de um goleador insigne ou de um cantor tanguero como manda a lei merecedor de levar a sua arte para o maior cenário do país e da América do Sul. Era também, e sobretudo, o reconhecimento do Teatro Colón como cenário ilustre, orgulho dos argentinos, que acolhia os artistas mais importantes do mundo. Por mais de uma vez, ao passar casualmente pelo Colón numa gélida manhã invernal, ou numa pesada tarde do penoso verão portenho, e ao ver a multidão que faz fila para adquirir ingresso, formada por todas as classes sociais, todas as idades, todos os ofícios, pensei - opondo-me aos detractores que continuam a falar do Colón como um antro de elitistas - quão afortunado é um país que pode contar com uma elite assim." 

E lembraram-se então da noite em que entraram no Teatro Colón, da rua Cerrito encaixada na 9 de Julho.
O cartaz anunciava o espectáculo: Gerardo Gandini, do sexteto Piazzolla (piano), temporada 2003, às 20h30. Eram 20h30. E era Setembro.

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