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segunda-feira, 29 de julho de 2024

foi Fado


Mísia
(1955 - 2024)


Foi o Pai. 
"Garras dos Sentidos", era este o nome do disco que ele trouxe. O primeiro que lhe ouvi. Diferente. Muito diferente. Fado mas sem ser. Ou sendo mais. Inesperada e completamente. Um amor feliz entre as ruas velhas de Paris, Buenos Aires e Lisboa. O fado triste do mal de vivre com sotaque a Piazzolla e cheirinho a maresia. 
E que tive a bênção de poder ouvir no São Luiz, o teatro mais bonito de Lisboa.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Tomatada


"Y ser flamenco es cosa: es tener otra carne alma, pasiones, piel, instintos y deseos; (...) la música en los nervios, fiereza independiente, alegría con lágrimas, y la pena, la vida y el amor ensombreciendo". 

Tomás Borrás

tirado daqui

... e, já perto do final, ainda nos deu 'Oblivion'. 

domingo, 25 de outubro de 2020

A música do Avô - XXXV


Os baús (neste caso, as bibliotecas que são também fonotecas) têm destas coisas. Há sempre mais uma pérola à espera que a gente lhe pegue.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Los años del tiburón

 

Saudades, tantas, de Buenos Aires. 
No canal 2 esta semana. Serviço Público.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

"cuando yo te vuelva a ver no habrá más pena ni olvido"


"Na minha infância, o grito «Ao Colón ! Ao Colón !» ressoava, insolitamente, nos estádios de futebol e nos salões populares onde se dançava o tango ao som das orquestras chamadas típicas. Era o espontâneo reconhecimento popular das virtudes de um goleador insigne ou de um cantor tanguero como manda a lei merecedor de levar a sua arte para o maior cenário do país e da América do Sul. Era também, e sobretudo, o reconhecimento do Teatro Colón como cenário ilustre, orgulho dos argentinos, que acolhia os artistas mais importantes do mundo. Por mais de uma vez, ao passar casualmente pelo Colón numa gélida manhã invernal, ou numa pesada tarde do penoso verão portenho, e ao ver a multidão que faz fila para adquirir ingresso, formada por todas as classes sociais, todas as idades, todos os ofícios, pensei - opondo-me aos detractores que continuam a falar do Colón como um antro de elitistas - quão afortunado é um país que pode contar com uma elite assim." 

E lembraram-se então da noite em que entraram no Teatro Colón, da rua Cerrito encaixada na 9 de Julho.
O cartaz anunciava o espectáculo: Gerardo Gandini, do sexteto Piazzolla (piano), temporada 2003, às 20h30. Eram 20h30. E era Setembro.

domingo, 22 de maio de 2016

Nico


Ya sé que estoy piantao, piantao, piantao...
Yo miro a Buenos Aires del nido de un gorrión;
y a vos te vi tan triste... ¡Vení! ¡Volá! ¡Sentí!...
el loco berretín que tengo para vos


'Balada para un loco'

Música: Astor Piazzolla
Letra: Horacio Ferrer

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Buenos Aires - último dia

[desenho de Eduardo Salavisa, roubado daqui]


(…) Faltava, porém, fazer uma última coisa em Buenos Aires.


É o nosso último dia na cidade porteña. O sol está lindo, mas do rio de La Plata vem aquele fresco de início de Primavera. Como adoro. Sair logo de manhã e sentir esse friozinho que lava duas vezes.
Os minutos começam a fugir como areia numa ampulheta. Não queremos deixar Buenos Aires. Queremo-la para sempre. Como à mulher amada.
Apanhamos a calle de S. Martin e paramos numa sapataria onde compro um par de sapatos de camurça por 200 pesos que estavam na montra. De uma loja em frente a Cristina traz um par de jeans argentinos.

Faltava fazer uma última coisa em Buenos Aires. Há vários dias que pensava nisso. Quase desde o princípio da viagem. Mas só agora a adrenalina é que mandava. Agora quando o tempo escasseava.

Numa espécie de última prova de fogo, resolvo tomar o caminho mais longo que era possível para chegar ao sítio premeditado. É uma volta enorme pela cidade, das maiores. A maior pelo menos que iríamos dar em toda a viagem. Estamos na calle Florida e eu quero é ir para Rivadavia, onde mora o que vi num livro. De táxi teria feito sentido. Talvez demorássemos meia-hora. Nem tanto. As avenidas de B.A. têm mil números. São eternas. Mas talvez fosse o meu sub-consciente a pedir a última prova. De sangue.
É uma volta enorme, para lhe guardar o gosto. É sábado e as ruas estão cheias de gente.

A Cristina está farta de andar e começa a implorar um café. Digo-lhe que falta pouco, que é já na próxima esquina, que está quase. Tanta premeditação não podia morrer pelo caminho.
Com os pés já em dor, depois de quase três horas a andar, chegamos.

“Las Violetas”, lemos. Em Rivadavia.

A Cristina está furiosa comigo. Nem olha bem à volta. Diz-me para lhe pedir uma água gelada e vai à casa de banho. E eu fico na mesa. A ganhar coragem. Não há forma menos fatela de o dizer. Olha, que se foda ! Quando regressar, pergunto-lhe se casa comigo. Assim, como se a convidasse.
Recebi uma gargalhada monumental. É mesmo fatela pedir alguém em casamento. Mas já está e não se volta atrás. Ainda pensei que tinha feito merda. Que talvez me tivesse atirado do alto do Obelisco da 9 de Julho sem pára-quedas. Ou então era por não estar de joelhos, como nos filmes, ou por não ter anel, nem nada para lhe pôr no dedo, na orelha ou no pescoço. Mas não tinha, e não ia inventar ou comprar qualquer coisa a correr. A correr só o que tinha para lhe dizer e que já queimava na língua. Estava feito, estávamos num Café e havia gente perto, e ela não parava de rir. “Fazes-me andar meia cidade para me dizer isto ?” E eu com cara de parvo, provavelmente. Talvez para o ano, continuei. Não há pressa nenhuma. É só para pensarmos nisso. Deu-me um longo beijo, e, finalmente, disse o sim que eu já duvidava.
Apanhámos um táxi (era importante agora não abusar) para a Recoleta, onde almoçámos e fizemos pela última vez a Arenales. No “Richmond” o último café e adeus Buenos Aires !, cidade linda, perfumada por Gardel e Perón, trágica como Piazzolla e suja de tanto sonhar como Maradona, cheia de luz e da melhor gente que já encontrei, dos Cafés antigos e das livrarias com sabor ao antes.

Sou teu e tu és minha.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Buenos Aires - 3º dia


(foto: cristina)

Há dias em que o vento sopra a favor.
Até nem estava frio, mas de manhã recebo bem aquele arzinho seco que acorda e limpa a noite toda da cara.
Na Recoleta, bairro nobre da cidade, na avenida Aranales, vêem-se lojas finas, lojas caras com montras requintadas e as pessoas são distintas e estão bem vestidas. Sapatos engraxados, sobretudos escovados, um ou outro chapéu e bigodes aparados. As senhoras, muito europeias e de costumes antigos, têm o cabelo armado, bolsas de pele e tomam o chá que é trazido numa bandeja (onde também vem o tabaco) por empregados de casaco branco e laço ou gravata preta.
Dizem-nos que temos de ir ao "San Juanino", em Posadas, provar as empanadas. Obedecemos porque vemos que é carinho e cheiravam a delícia terrivel. Ou a fome é que já fala à bruta. 
Continuamos a coleccionar bairros. 
Palermo Viejo é uma área de habitações assim estranha. Os prédios velhos e decadentes e as ruas um bocado sujas contrastam muito com as cores alternativas com que pintam outros que têm mais sorte e estão entregues a malta nova e revolucionária. Há também muitas lojas que vendem coisas modernas, coloridas e originais.
Já é noite porque o tempo é supersónico quando não olhamos para ele.
Abençoados por essa graça, eis Gerardo Gandini, a surpresa inesperada. Como só acontece quando se faz amor raro com o mundo e não se preparam calendários ou menus.
Às oito e meia descíamos a 9 de Julio sem pensar para onde, já em frente ao magnífico Teatro Colón. Num flash de lince a Cristina repara no cartaz colado na parede que anunciava:
  
Tangos en el Colón
Funcíon Extraordinaria, Hoy, 20h30m, Gerardo Gandini interpreta Piazzolla

Como é que é ?
Era aquele o dia. Era a hora. Estávamos ali. Maestro Gerardo Gandini, pianista, antigo membro do sexteto de Piazzolla, a solo.
E bilhetes a 5 pesos !!! Minha mãe, €1,50 para ouvir tocar um Maestro ! E lugar num camarote. É Milagre com 'M' grande. 
Aos primeiros acordes já nos benzemos. E ao nosso lado, um velhote acompanha os tangos que conhece de cor, "TutuTurututu, Tuturururu ruru ruru ru" 
Genial !

De manhã mandámos uns e-mails para Lisboa.

domingo, 10 de novembro de 2013

Buenos Aires - 2º dia


(foto: cristina)

Buenos Aires. Duvido que haja cidade com nome mais bonito. Talvez Lisboa. Mas essa é pátria. Não sei.
Quando viajo é para me levantar cedo e atirar-me para as ruas. Um miúdo numa loja de brinquedos. Tomar um grande pequeno-almoço e submergir. Chupar tudo. Engolir mais.
Decidimos apanhar um táxi (a preço de saldos) e ir para 'La Boca'. Bairro pobre, do Caminito, canción. Gardel. Bairro rafeiro de navalha à cintura e tatuagem nos braços. Rostos trigueiros e rostos traçados de rugas. De olhos rasgados e cicatrizes na alma que nos miram desconfiados. O estrangeiro aqui é penetra. Não se contam os segredos de família e não se diz de quem é o filho. Bairro azul, amarelo, verde, vermelho. Cores violentas. Berram ao máximo. Cores puras. Verdadeiras, sem meias-tintas. Bairro do clube más lindo. Clube do povo. Operário. Fiquei Boca acho que logo.
Entramos num velho café de esquina, de portas que chiam. Em Buenos Aires, tropeçamos neles. Fumo um cigarro ou dois. Olho bem para as pessoas. Jornais espalhados no balcão. Escuto as conversas do dia. Dois velhos de voz rouca comentam o jogo da véspera. Têm um charuto nos dedos e pedem um uísque. O cabelo branco puxado atrás, muito penteado. Oiço aquele espanhol açucarado, cantado, espanhol meio italiano meio brasil de tantas emigrações. De tanta gente. Fico apaixonado. Falo com eles. Como eles. Falamos dos tempos maus. Da ditadura. De Ménem e do futuro Kirshner. Da economia. Deliram porque vão correr com a Repsol do país. Falo de Portugal. Querem saber da Europa como se fossem primos. Distraio-me e olho pela janela baça. Que longe de Lisboa!
Deixamo-nos estar um bocado mais por ali. Acho que arranco um bife de chorizo, puro sangue. Alto e grosso. Cheio de carne.
Regressamos ao centro e percorremos as avenidas largas e que não acabam. É quando a Cristina encontra um Teatro construído com histórias. A "Ateneu". Agora é celebre. Subimos aos camarotes para ver os romances. Na plateia, a política e a história. No primeiro balcão vejo livros de cinema, música, fotografia e arte urbana. Pegamos nuns, olhamos para outros e acabamos no segundo balcão com as obras dos embaixadores. Piazzolla e "Fervor de Buenos Aires" do J.L. Borges.
Não sei se ainda existe, mas no "Camaná" partilhámos, finalmente, o primeiro mate, espécie de chá feito da erva com o mesmo nome que levam com eles para todo o lado.
Insuportavelmente amargo. Cometemos o pecado capital. Juntamos açúcar porque tinha que ser. Quando o amargo acaba de afastar o intruso, esvai-se completamente como se fosse por um cano à parte e deixa um sabor calmo debaixo da língua. A vida é boa.

domingo, 3 de novembro de 2013

Buenos Aires - 1º dia


(foto: cristina)

Em Buenos Aires começa a Primavera.
Ainda se sente o frio que vem do inverno acabado.
No aeroporto Ministro Pistarini há homens que oferecem o táxi para nos levarem ao centro. "Si, cuanto lo arreglamos ?"
Demoramos cerca de meia hora a chegar a Viamonte, atravessando alguns quilómetros dos extensos subúrbios de lata e tijolo em carne viva onde vive gente que é pobre.
Eram 7h30m e, por isso, despejámos as malas no hotel e fomos logo a uma cafetaria ali perto tomar o pequeno-almoço. Dois chocolates quentes e um par de media lunas.
O voo tinha sido chato, longo, de Lisboa uma hora para Madrid e de Madrid para B.A., durante a noite e, como é hábito, só durmo quando o avião está a levantar. Depois, zero, sempre desconfiado destes bichos. Ainda para mais, dei trela a um puto argentino que vinha sozinho e sentado ao meu lado. Era o Dario, do Boca e só queria falar. Regressava de umas férias na Europa para as aulas no liceu e devia apetecer-lhe tanto isso como dormir um bocado.
De modo que o pequeno-almoço soube bem depois do ar frio cortar a cara logo cedo que é a melhor forma de acabar com o torpor do raio de um avião.
Era domingo, e aos domingos as pessoas dirigem-se para a feira de San Telmo, a velha feira de antiguidades de Buenos Aires. Fomos para lá a pé.
À medida que nos aproximávamos, dava para adivinhar que íamos chocar com um tango vadio. A música que saía de um velho rádio ronfenho num volume razoável circulava entre nós como se fosse mais um turista. No meio da Plaza Dorrego dois dançarinos, ele de colete e ela de vestido preto e cabelo apanhado, cruzavam as pernas um no outro freneticamente e um chapéu no chão juntava os trocos. Demos uma volta pelas velharias. Quadros rafeiros, candeeiros arte nova oxidados, relógios de bolso parados, livros usados, latões, recipientes para o yerba mate, retratos de Gardel, Evita e Maradona, grafonolas e discos de vinil de 78 rotações enchiam prateleiras e prateleiras das lojas de San Telmo.
Distraio-me sempre a ver estas coisas que outros usaram, que viveram em salas, quartos e varandas e que acabam ali, meio mortas, vendidas por tuta e meia ou que alguns colectam do lixo.
Acho que alguém nos tirou da rua para almoçar. Anunciavam uma parrillada do outro mundo e com o peso a valer um terço do euro só se fosse estúpido é que os mandava dar uma curva. Sentámo-nos com calma a chupar o suco daquela grelhada mista de carnes de primeira. Ia já a meio quando escutei o som melancólico de um bandonéon cheio de pena e abandono. Se os portugueses têm saudade, os porteños têm Piazzolla. Piazzolla não é música apenas. É toda a tristeza de um povo enfiada nos acordes de um instrumento que chora tudo o que tem. Ou então eram os dedos do maestro.
Já não sei como é que fomos dali para o monumental obelisco da 9 de Julho, a maior avenida do mundo com sete faixas para cada lado e dez minutos para atravessar, mas antes ainda passámos na Plaza de Mayo, onde, ano após ano, em frente à Casa Rosada, as mães de Maio se concentram para lembrar os "desaparecidos" do regime de Videla. Só depois é que nos enfiámos nas ruas do Retiro, outro bairro de Buenos Aires.
Buenos Aires é uma cidade de barrios.
Passaram 10 anos desde que pisámos a Argentina, país dos seis continentes.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Serviço Público

Hoje, neste exacto momento, na RTP 2.
Buenos Aires é uma orquestra.




E lembraram-se então da noite em que entraram no Teatro Colón, da rua Cerrito encaixada na 9 de Julho.
O cartaz anunciava o espectáculo: Gerardo Gandini, do sexteto Piazzolla (piano), temporada 2003, às 20h30. Eram 20h30. E era Setembro.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Vuelvo al Sur, como se vuelve siempre al amor

Não tive oportunidade de assistir ao concerto que o génio de Astor Piazzolla deu no Coliseu nos anos 80. A sacana da idade - malditos 10 anos ! - não deixou.
Mas há dois anos fui ao CCB ver um homem, Richard Galliano. Ele e o seu quinteto de cordas. Vieram a Lisboa tocar Piazzolla. Nem mais.
Para quem gosta de rótulos, Galliano é o sucessor de Piazzolla. Para quem gosta de música... é vê-lo. Qual vê-lo ? Escutá-lo. Fechar os olhos, profundamente, e deixar que a música nos invada e domine o corpo. Abandonarmo-nos no esquecimento do som perfeito dos seus instrumentos de fole.
Galliano toca bandoneón, o instrumento sagrado das milongas argentinas, que é a saudade de Buenos Aires. Toca piano e toca abraçado à sua mulher acordeón. Toca romance. Carrega-nos de alma.
Há dois anos, no intervalo de umas palmas, gritei-lhe da terceira fila da plateia que tocasse o Oblivion, o tema de 'La Meglio Gioventú' que assistimos em duas partes no King. E ele tocou. Como se ma tivesse ouvido e quisesse retribuir.
Voltou no dia 7 de Dezembro. E hoje tocou no Mezzo. 

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O Benfica

É campeão.
E há coisa mais bonita ?
Tinha que ser. Porque os deuses são justos.
A melhor equipa. Todo o ano, os melhores. O melhor futebol, mais lindo. De encher olho e alma. Que o Benfica é alma.
Mais de 100 golos marcados, mais 30 que o segundo classificado. A melhor defesa. Tudo. Perfeito. O Benfica foi campeão. Foi o Benfica ! Do princípio ao fim. O Benfica que é uma gigante alma nacional. Um grito inteiro. Um grito de liberdade.
Campeões porque recusámos entrar nos túneis onde nos queriam enfiar.
Campeões porque fomos equipa. A melhor. Especial esta equipa.
Com a alegria do samba e as milongas argentinas.
Luisão e David Luiz, dois pilares. Enormes, muralhas, patrões. Nas laterais, Maxi Pereira e Coentrão. Ou Ruben Amorim. Velozes. Setas.
A trinco, Javi Garcia. Um gigante, um armário de betão da cantera madridista. Chegou e assentou tijolo.
No meio, Ramires, dono do campo todo. Corre, corre, corre, o nosso queniano que deixou de ser azul. Saiu da "Libertadores" para ser campeão, da Liberdade. Sacrifício total.
E depois... depois a paixão. 
O perfume argentino, o milagre do tango. Sobe o pano. Começa a dança. Teatro. Buenos Aires.
Os irmãos Pablito e Saviola. Jogo de olhos fechados. Onde um é magia, o outro é arte pura. Tango. Piazzolla. La Boca. San Telmo. Palermo Viejo. Todos os bairros porteños. Meninos.
Menino também... Angelito. Di Maria a driblar. Di Maria a desfazer paredes, a romper defesas, a trocar olhos, a bailar, com rabonas, calcanhares ou um chapéu improvisado. A levar no osso. E se para o ano não tivermos as tuas fintas na relva da Luz, menino, vem já Gaitán, do Boca Juniors, o clube buenairense do bairro mais lindo.
Angelito. Bola no pé, bola na malha. Bola em Cardozo. Golo !, Golo !, Golo !.
Sonatas ao fim da tarde. Casta Diva. Sonho, Arrepio. É golo ! É liberdade.
E, talvez por causa disso, porque o Benfica é liberdade, vamos para o único lugar possível, subir aquela Avenida com o nome mais bonito que há no mundo. A menina Liberdade. Caminhamos sempre para ela. Porque o Benfica sempre foi liberdade. O Clube da liberdade.