Mostrar mensagens com a etiqueta Cash. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Cash. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

quinta-feira, 14 de abril de 2022

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Billy the Kid


Não estávamos em Nashville, não há calor na rua.
Não palmilhámos o Kentucky nem nos demorámos a tragar um bourbon, o que é pena, porque durante duas horas foi isso mesmo que aconteceu. Exilar-me de Lisboa (no espírito ninguém manda) e acordar na Virginia.
A beleza das coisas eternas. O território ZDB.
A goela morna deste trovador dos subterrâneos no teatro mais bonito da cidade !
As guitarras únicas com os acordes em slide, o som, o contrabaixo, grave, ritmado, como passos a calcarem o soalho e a mandar bem no resto.
O folk, o country, a mistura poética das letras, as raízes e o sotaque genuíno do mais puro sul dos E.U.A. ensopados numas barbas que cantam e dizem I see a Darkness.
Se estivesse na primeira fila, Johnny Cash teria ficado orgulhoso. 
Que p #%$# de concerto !



domingo, 10 de março de 2013

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

P de prisões

"I hear the train a comin'
It's rollin' 'round the bend,
And I ain't seen the sunshine,
Since, I don't know when,
I'm stuck in Folsom Prison,
And time keeps draggin' on,
But that train keeps a-rollin',
On down to San Antone."
                                        Folsom Prison Blues


Em 1968, o tão perturbado quanto genial Johnny (rebelde) Cash tocou para uma plateia de presidiários. Foi em Folsom Prison, uma cadeia de alta segurança na Califórnia, não muito longe de Sacramento. Nessa noite não havia criminosos para Cash. Ele próprio um ex-presidiário, quis que fossem homens outra vez. E foram.
No ano seguinte, Cash foi a San Quentin, outra cadeia da Califórnia onde os condenados esperavam na death row.
Cash gravou os concertos e não editou nada. Todos os sons se podem escutar e não apenas a música. Portas que rangem, gradeadas. As vozes mortas daquele público miserável pedindo que toque o "Walk the Line". Quase sentimos o cheiro da cantina. Dos tabuleiros. Imaginamos. O toque para recolher. A contagem. Os guardas. As grilhetas. O passo lento da forma. As noites sempre iguais e intermináveis. E depois, uma última voz no silêncio: DEAD MAN WALKING. Nos altifalantes.
Johnny Cash voltaria mais tarde para outros concertos. Ficaram célebres. Mas longe de toda a história, houve homens. Condenados, assassinos terríveis, sanguinários, violadores, toxicómanos, psicopatas, gente capaz do pior que o homem pode, mas que nessas horas, tão breves que eram minutos, foram livres. Homens outra vez.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010