quinta-feira, 12 de abril de 2012

"Live and Let Die"

[Sienna Miller]

Intrusivo e patético.
É o que penso do projecto do Governo de mandar proibir que se fume dentro de veículos com crianças.
Intrusivo porque tinha ainda esta ingénua convicção de que há locais onde o Estado não entra. A cama, a casa, o carro, por esta ordem. Porque julgava que no meu carro, na minha casa, na minha cama só entrava quem eu queria. Porque continuo a acreditar que é dos pais a responsabilidade de cuidar dos filhos.
Afinal não. Temos um Governo que, em nome de uma populista defesa da saúde pública (que só tem prática igual em países como os EUA, o Canadá e, na Europa, apenas na Finlândia), resolve enfiar-se dentro dos lençóis dos seus cidadãos.
Não se trata de saber se o fumo é nocivo, ou não. Está demonstrado que sim.
Mas, evidentemente, quem concordar com este projecto, concordará também (agora ou mais tarde) que o Governo possa decretar uma lei que proíba fumar na nossa própria casa. E quem admite isto, também pode admitir que o Estado determine que contracepção usamos, e se a estamos a usar. Não há fronteira.
Enfim, kaput! quanto a princípios básicos de autonomia privada.
Patético porque quem desperta agora para esta (fundamentalista) realidade, não se preocupa, por exemplo, com os níveis altíssimos de CO2 emitidos diariamente para a atmosfera pelos escapes dos mesmíssimos automóveis. Isso sim é atentar contra a saúde pública.

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