Diziam-lhe que emigravam. Sair daqui. O futuro já não pode ser. Não há negócio, nos trópicos sim. Não se pode mais e o mar é já ali.
Ele olhava para o mar, de facto, que aqui é rio, olhava para o mar, para o Cais das Colunas e dava-lhe uma saudade de partir.
Falavam-lhe nas libras da City, em verbos dinheiro, para largar a piolheira e deixá-la como sobremesa exótica aos turistas e aos deputados. De encher os bolsos no calor africano e fazer uma cidade. Ou fazer fortuna no país que samba, que aquilo é só bolsa.
Mas barcos ?, para sempre?, para quase?, nunca dentro deles. Só vê-los. Era demasiado casa, demasiado terra, demasiado dela. Mesmo se chovia. Onde podia jogar à bola com os amigos de sempre. Não iam conseguir arrancá-la de dentro dele. E lá não há Benfica.
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