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segunda-feira, 20 de outubro de 2025

a ilha da Utopia


Vi muita gente criticar a Flotilha. Aqui no nosso paízito. Tudo certo. Todos temos liberdade de opinião.

Mas vi sobretudo pessoas que criticavam a Flotilha por levar quem levava na Flotilha. E não era a Sofia Aparício.

Perante o genocídio em curso, o mais grave momento da história da humanidade neste século XXI, houve pessoas (não poucas) que partiram em direcção a Gaza tentando furar o cerco, levando alimentos, medicamentos e o bem mais precioso que possuem: a sua própria pessoa. Enfim, levavam ajuda humanitária. É o que isto era. Porque sabemos que Israel não deixa entrar qualquer camião das Nações Unidas em Gaza. E não deixa ninguém entrar e sair. E porque sabemos (sabemos bem demais) que, a pretexto do atentado de 7 de Outubro, quer aniquilar um povo. E limpá-lo dali para fora. E fazer um resort, a riviera do Médio Oriente (com o padrinho Sam). E não quer testemunhas.

E perante tudo isto, há pessoas que criticam outras porque foram. Porque foram, e porque - aqui é que reside o ponto - são de determinada facção partidária e/ou ideológica. Não interessa se iam em paz, se eram imensas e de tantas nacionalidades, credos e convicções diferentes, se (até) arriscaram a vida, nem se foram atingidos, nem se foram presos e mal tratados. Ou se Israel violou o direito internacional (porque as deteve em águas internacionais). O que importa, para tais pessoas, é quem lá ia, porque, afinal de contas, seria "propaganda". É pena. É pequeno. E é triste que tenham passado ao lado do lugar certo da História. 

Para mim, que não pertenço a partidos, as pessoas da Flotilha foram sobretudo corajosas. E foram solidárias. E demonstraram que "nunca mais" é "nunca mais para toda a gente", deixando claro, again and again, que o governo de Israel faz, e pode, tudo aquilo que quer. Foi esse o legado da Flotilha. Confrontar novamente (nunca será demais) o todo poderoso governo de Netanyahu.

Por isso, ainda bem que tivemos portugueses a navegar o Mediterrâneo. Fico satisfeito, não pelo desfecho (previamente anunciado), mas porque ainda há pessoas, e civis !, que se interessam e mobilizam pelos outros. E arriscam o que têm e saem do conforto da sua liberdade. Para estender uma mão, para mostrarem a outros que não estão sozinhos. Porque num tempo de indiferença e omissão geral, ainda acreditam em Utopias. E isso, hoje mais do que nunca, é fundamental. 

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Do something !

Há 11 anos, reproduzimos a fúria de Vedder com um grito muito semelhante ao de Ruffalo sobre Gaza.
Não passou tempo nenhum.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Shahid

 


Ontem na RTP 2. 
Hoje, e por enquanto, disponível aqui.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

o árabe do passado

 


E eis que do futuro chega o passado. Para preencher a lacuna que foi a perda do irmão.
Queremos o resto.

quinta-feira, 15 de maio de 2025

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

porque não um resort ? com casino e hotéis ?

 


Mas ele já tinha avisado. 

"I looked at a picture of Gaza. Gaza is like a massive demolition site," The place, it's really got to be rebuilt in a different way,".

"It's a phenomenal location on the sea -- best weather. You know, everything's good. It's like, some beautiful things could be done with it,".

in France 24.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

como pedras da calçada

1 ano, tantos mortos, tantos mortos


 rua Gonçalo Velho de Cabral, restelo, lisboa

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Not the Israel


« - Jews opressing others just to survive seems dicey. Unilaterally deciding the fates of foreign people and building walls around them is not good. I could argue that by holding on to the West Bank, the israelis are commiting something that is not only immoral but also self-destructive. I know that we Jews have been the most viciously persecuted ethnic group to survive. We were scattered from our homeland, yet after 2.000 years we've come back to regain some of it. But the palestinian arabs are not going anywhere. Their ancestors lived on the same land. They still live in Palestine. And as long as they do, they will fight for independence. And there will be ceaseless conflict.
I've got no idea how to resolve this thing, but if the main issues - like Jerusalem, the right of return, and possible reparations - aren't discussed, it's hard to imagine any progress being made.
It just seems like the Jews... that they are not making any serious effort, maybe both sides... But the Jews are certainly not making a serious effort to come up with a two-State solution, which is what most people want.
(...)
I mean the whole venture is so stupid. To put Jews in there... I mean, you're gonna put these scattered handfulls of Jews in Gaza or the West Bank... then you gotta put a bunch of army people there to guard'em... And you know they still... they still hate you. And the religious settlers are claiming that God gave them the land for all time. If that's the case, then show me the deed.»

segunda-feira, 3 de junho de 2024

e assim desapareceu o árabe do futuro


Sete anos depois é a conclusão desta história.

terça-feira, 10 de outubro de 2023

sábado, 4 de setembro de 2021

partir, viajar sempre


«Do outro lado fica Aqaba. A enorme bandeira que esvoaça ao vento serve para nos lembrar que ali já é a Jordânia. M. olha-me e pergunta para onde vamos a partir daqui... A minha garganta aperta-se... "Não sei..."»

domingo, 23 de maio de 2021

segunda-feira, 30 de abril de 2018

"Mourir Partir Revenir C'est Le Jeu des Hirondelles"


 «Em Outubro de 2006, no site na Internet do Instituto Nacional do Audiovisual encontrei uma reportagem gravada em Beirute em 1984. Os jornalistas entrevistavam os habitantes de uma rua situada na proximidade da linha de demarcação, que cortava a cidade em dois. Uma mulher, bloqueada pelos bombardeamentos na entrada do seu apartamento, disse uma frase que me perturbou: “Sabem, acho que, mesmo assim, se calhar estamos mais ou menos em segurança, aqui”. Essa mulher era a minha avó.»

Zeina Abirached

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

há futuros que nunca mais chegam

 

E para quando o tomo 3 ?

segunda-feira, 21 de julho de 2014

"Tonight You Belong to Me"


para a Susana
(das guaridas)

I. É realmente interessante ter o privilégio de assistir ao harmonioso processo de amadurecimento de um homem, na sua longa caminhada moral. A solo, sem se poder esconder. É a segunda vez para tanta gente, diz ele. Mas para o sujeito que vive de partilha em partilha não há salvação.
Eddie Vedder vem progredindo honesta e solidamente como músico e poeta no trilho do Great American song-book, numa curiosa peregrinação de busca eterna do Eu, com os outros.
Quatro anos depois de o termos visto acompanhado da sua tribo pessoal que transformou os Pearl Jam em mais do que uma simples banda, talvez uma família de primos da América, este wrestler da sociedade apresenta-se em palco sem rede, bem ciente de que há certas coisas que os outros não podem fazer por nós. Tão longínquo já da primeira vez em Cascais onde o público gritava "Portugal ! Portugal ! Portugal !"
Aqueles que acham que já o viram uma vez e portanto... chega, ou que presumiram que vinha tocar cavaquinho e ganhar uns trocos extra, perderam perto de três horas do compromisso e entrega desmesurada do indivíduo em construção.
Cercado por uns milhares de almas e pela fogueira que foi alimentando, sempre entre a fronteira de se poder limpar ou imolar, fez-nos compreender que os saltos ao longo de todo o concerto das suas Gibson acústicas para a Fender Stratocaster - branca imaculada como a de Hendrix (a quem lembrou como Cobain, outro grande canhoto das guitarras) -, e para o inevitável ukulele, e deste para as primeiras, são o oxigénio fundamental de quem conhece bem os perigos da paixão e a vertigem de mergulhar nas profundezas de um só instrumento até ao fim, até à loucura. E, por isso, nessa comunhão total de cordas, letras e acordes, salva-se constantemente quando se transfere de uma guitarra para outra.
Eram duas da manhã quando começou, depois da chuva do princípio da noite assim como para anestesiar a ansiedade, e foi-se prolongando até ao momento - já a meio deste exorcismo pessoal - em que alguém da organização lhe veio dizer que podia tocar "as long as I will". Às 4 e meia achámos mesmo que queria ver o Sol acender-se entre nós. O sofrimento de tanta violência interior arrancada à bruta não permitiu.
Para trás ficava "Into the Wild", em prece pelo tio John, dez anos mais velho e falecido há poucos dias. "Não estava ainda preparado para me despedir. Daí esta camisola que trago vestida, a mesma que usava quando o vi pela última vez no hospital."
Ficavam também algumas canções salteadas para ukulele, além dos temas maiores do cancioneiro PJ. Mas foi com os tributos ao parceiro Neil Young, a Dylan, aos Beatles e até aos Pink Floyd, que a mensagem do peregrino se encarniçou e começou a espalhar.
Com "Masters of War" incitou aquele pequeno mundo à reflexão: "Being anti-war doesn't mean you're pro-one side. It means you're pro many things. Pro-peace, pro-understanding, pro-diplomacy, pro-Love, pro-soldiers because you don't want them to die for no reason.", altura em que pediu licença para desapertar as notas de 'Imagine', "the most powerful song I've ever heard.", colocando aquela comunidade a ranger os dentes com ele. Por Gaza e Israel, num certo tipo de oração. Peace.
Recordou depois o lado terrivelmente efémero e dramático da vida num avião de civis que é abatido noutro conflito, acabando com a vida de mais 300 inocentes, pessoas que se calhar o tinham visto dias antes em Amesterdão. Foi quando escutámos "The needle and the damage done".
Enfim, o sacrifício feito no altar deste hooligan que arranca o escalpe às vísceras justificava cada verso entoado pela multidão, de quem se despediu ao som de "Rockin' in the free World". Sagrado.
Eram quase quase 5 da manhã e só faltava uma hora para o Sol dar à luz.



II. Uma chuva, apenas inesperada para uma Organização demasiado ingénua ou optimista em relação ao tempo que se avisava para o Meco, fez atrasar o concerto que a apaixonada Cat Power tinha preparado. Também o fez abreviar.
Deixou 5, talvez 6 canções ao todo, roucas, belas e poderosas, que a voz da Cat apressadamente mandou para nos penetrarem. E a declaração de amor eterno no dueto com Vedder. "Tonight you belong to me".
E será sempre assim.

domingo, 10 de junho de 2012

O tempo e o modo: Suad Amiry

Quando a casa finalmente se cala, é meia-noite e já passa, olho para o mundo para ver-lhe como estamos.
É quando a casa se cala que se descobrem pessoas que só à noite mesmo noite podemos ouvir. Porque só no silêncio as podemos compreender.
Quinta-feira já era meia-noite e no canal 2, conheci Suad Amiry.

Free Palestine !

 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Palestina: Uma Nação Ocupada*


"I met a lady (...) She was Jewish, from New York, the large part of her family had been liquidated in the Holocaust (...) She'd come to see the beautiful, vibrant, besieged Israel, and she wasn't leaving disappointed either...
- Israel is wonderful... The israelis are wonderful... It's sad though, it's sad to see those young people having to carry guns because there's always a threat... and after all their people have been through...
- Well there's another side to the story of Israel. The Palestinians.
- All I'm saying is I want peace.

Yes, yes, we all want peace, whatever that is, but peace can mean different things, too, and isn't described identically by all who wish to imagine it..."

* no dia em que pediu à ONU o reconhecimento do Estado, e os EUA decidiram vetar. É nestas coisas que eu veto os EUA.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Admirável mundo novo ?

Tunísia
Egipto
Líbia
Iémen
Bahrein
Jordânia
Síria
Marrocos
Mauritânia

A primeira Revolução do séc. XXI estalou. No histórico movimento perpétuo da auto-determinação dos povos que começou há dois séculos, a terceira "cortina de ferro" começa a cair. Continente por Continente como um jogo de dominó. Um dia chegará a vez de África, que não é só a do Norte. O que me comove neste ardente desejo de Liberdade é a força de um rastilho. É o desespero destes corações.

Um dia a Palestina.

(Banksy)

Um dia o Irão.