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domingo, 16 de fevereiro de 2025

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

sábado, 21 de janeiro de 2023

sábado, 6 de novembro de 2021

domingo, 22 de setembro de 2019

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Mad Dog

Vou ao cinema para assistir a uma história bem contada. Como o miúdo que a pede ao pai: "Contas-me uma história ?" Para entrar nela e passar a ser minha, que é ser dela. 
Às vezes, quando gosto muito de um actor ou actriz, ou de um realizador, para ver o que andam a fazer. Se ainda inspiram. Ou se perderam qualidades. Se evoluíram, ou se foram tiros de sorte.
Também para me tirarem o tapete, para me porem a cabeça a trabalhar, para me revolverem as entranhas. Para tsunamis interiores. Para levar um soco no queixo. Os melhores são os que duram vários dias, a que vou regressando depois quando já nem espero. Para aprender. Para saber mais. Para ficar parvo. Mas sempre em busca da tal história bem contada. Não me façam de parvo.
Durante o tédio de Agosto, a gente procura um título, "Como cães selvagens", vê o trailer, gosta (há gajos especialistas nisto), quem entra (Willem Dafoe e Nicolas Cage), tipos com traquejo, o nome do realizador (argumentista de 'Taxi Driver', 'Touro Enraivecido', 'American Gigolo' e da 'Última Tentação de Cristo'), currículo da pesada, e vai ler o texto que alguém que respeitamos escreveu sobre o filme: recomenda. Aliás, foi «um dos grandes acontecimentos da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes de 2016  'Tá feito, 'bora.
O drama é se apanhamos uma brutal xaropada, que não é carne, nem é peixe, e não nos leva a lado nenhum. Apelamos aos deuses. Ó meu querido Tarantino ! Ó uncle Marty ! Ó brothers Coen !, mas nada. Se o humor é cliché, a ironia bufa e a violência vulgar, saímos da sala sem o dinheiro do preço e com uma história a menos. E o tempo todo escarrado. 

Ocorre-me então o Nanni Moretti e se quem escreve uma crítica assim, à noite, não terá um momento de remorso.

domingo, 27 de dezembro de 2015

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Feel like shit

Não dormi nada. Ontem à noite fui jogar futebol, perdemos 2-5 com uma equipa de mete-nojo, não marquei nenhum golo, levei pancada, da grossa, deitei-me tarde, o puto berrou a noite toda e, hoje, já vou no quarto café. Seguido.
... e deixei o carro ficar sem gasolina.

Para aguentar o dia, escuto Keith Jarrett. O Köln Concert. Gravado na Alemanha, em 1975, é uma master-piece. O seu disco mais vendido de sempre. Uma hora e quatro faixas de música extraordinária de um virtuoso do jazz contemporâneo. Que a Joana, uma amiga da Faculdade, me deu para ouvir num dia de estudo em casa dela, e a quem pedi logo para gravar numa cassete. E que estrondo ! quando percebi que já conhecia um dos excertos. Devo-lhe ter agradecido mil vezes.

Jarrett a solo, ao piano, marcando o ritmo com pancadas secas na madeira do instrumento e com ruídos vocais sofridos e arrepiantes. Completamente em transe.
Os seus concertos são verdadeiras maratonas de improvisação e suor. Tanto, que Jarrett nunca mais interpretou o que tocou em Colónia. Porque esse concerto foi improvisado.
Há um filme do Nanni Moretti, que revisito sempre que posso (sobretudo o capítulo In Vespa), que inclui na sua banda sonora a melhor passagem da primeira peça do disco. Moretti desloca-se pelas ruas de Roma, montado na sua vespa, até ao local onde Pier Paolo Pasolini foi assassinado. É um dos momentos mais belos do filme. De uma tristeza devastadora.