terça-feira, 26 de outubro de 2010

Cavaco anuncia recandidatura

Palavra que achei que não tivesse coragem.
Mas agora já está. Acabou o tabu. Sempre o tabu. Claro que tabu.

Vou alistar-me. Como voluntário. É que isto para mim é guerra.
De outra maneira só sai de lá quando a minha miúda tiver 10 anos feitos (!) e isso é criminoso.



Agora mais a sério,
não vou falar da pobreza do discurso, aliás tão condizente com a personalidade do Senhor Professor, ou do silêncio sereno e discreto (palavras que ele gosta) a que se remeteu sempre que pôde durante este mandato.
Direi apenas que a notável e lamentável falta de memória dos portugueses não devia fazer esquecer o acto mais espúrio que a nossa democracia viveu desde que é gente: o caso das "escutas" em Belém, de que é totalmente responsável, por acção, ou omissão, mostrou o que pode haver de pior num regime político.
Ou bem que o Governo espiava o PR e isso era da máxima gravidade e então teria que ser levado às últimas consequências, ou o PR (por si ou através dos seus) montou uma (desajeitada) estratégia de sabotagem do Governo - que foi o que me pareceu - e então também teria que haver as mais severas consequências com demissão do responsável (ele próprio) e não do seu assessor.
Mas não. O que fez foi uma declaração ao país, tonta, em que veio falar dos seus receios quanto à vulnerabilidade do sistema informático da Presidência (?!).
Isto não revela coragem. Revela muita cobardia.
Não revela sentido de Estado. Revela alguém que se agarra ao cargo.
Revela alguém que não serve os portugueses, mas ele próprio e os seus interesses.
O Senhor Professor pode ser o presidente de todos os portugueses, mas nunca será o meu presidente.

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